Eu sinceramente duvido disso. Eu corto mais um pedaço de veado e aproximo dos lábios. — É um grande passo, — eu murmuro e como. — Sim, é. Ele fecha os olhos por um segundo. Quando os abre, está muito sério. — Anastásia, tem que seguir seu instinto. Pesquise um pouco, leia o contrato... Não tenho problema em comentar qualquer detalhe. Estarei em Portland até na sexta-feira, se por acaso quiser que falemos sobre isso antes do fim de semana. — Suas palavras me chegam em uma corrida. — Ligue-me ... talvez, pudéssemos jantar... digamos na quarta-feira? Na verdade, quero que isto funcione. Nunca quis tanto. Seus olhos refletem sua ardente sinceridade e seu desejo. É basicamente o que não entendo. Por que eu? Por que não uma das quinze? OH, não... É nisso que vou converter-me? Em um número? A dezesseis, nada menos? -O que aconteceu com as outras quinze? - pergunto-lhe, de repente. Ele suspende as sobrancelhas, surpreso e move a cabeça com expressão resignada. — Coisas distintas, mas ao fim e ao cabo se reduz a... — detém-se, acredito que tentando encontrar as palavras. — Incompatibilidade. — Ele encolhe os ombros. — E acredita que eu poderia ser compatível contigo? — Sim. — Então, já não vê nenhuma de ex. — Não, Anastásia. Eu não. Sou monógamo em meus relacionamentos. Oh... isso é novidade. — Já vejo. — Pesquise um pouco, Anastásia. Eu abaixo o garfo e a faca. Não posso continuar comendo. — Só isso? Isso é tudo o que vai comer? Eu concordo. Ele franze o cenho, mas decide não dizer nada. Eu deixo escapar um pequeno suspiro de alívio. Meu estômago está embrulhado com tantas informações e me sinto um pouco tonta pelo vinho. Observo-o devorando tudo o que tem no prato. Ele come como um cavalo. Deve fazer muito exercício para manter a boa forma. De repente, recordo como lhe cai bem o pijama. A imagem é totalmente perturbadora. Contorço-me desconfortavelmente. Ele me olha e eu ruborizo. — Eu daria tudo para saber o que está pensando neste exato momento, — ele murmura. Ruborizo ainda mais. Ele sorri perversamente para mim. — Eu posso imaginar, — provoca-me. — Alegro-me de que não possa ler meus pensamentos. — Seus pensamentos não, Anastásia, mas seu corpo... isso conheço bastante bem desde ontem. — Sua voz é sugestiva. Como pode mudar de humor tão rápido? É tão volátil... É tão difícil seguir seu ritmo. Chama à garçonete e lhe pede a conta. Depois de pagar, levanta-se e me estende a mão. — Vamos. — Agarra-me pela mão e voltamos para carro. O inesperado dele é este contato de sua pele, normal, íntimo. Não posso reconciliar este gesto corrente e tenro com o que quer faz naquele quarto... O Quarto Vermelho da Dor. Fazemos a viagem de Olympia para Vancouver em silêncio, cada um afundado em seus pensamentos. Quando estaciona em frente à porta de minha casa, são cinco horas da tarde. As luzes estão acesas, então Kate está em casa, sem dúvida, empacotando, a menos que Elliot ainda não tenha partido. Christian desliga o motor, então percebo que tenho que me separar dele. — Quer entrar? — pergunto-lhe. Não quero que parta. Quero ficar mais tempo com ele. — Não. Tenho trabalho para fazer, — ele diz simplesmente, me olhando com expressão insondável. Eu olho para baixo, para as minhas mãos e entrelaço os dedos. De repente, me sinto emotiva. Ele vai partir. Aproximando-se mais, ele pega uma de minhas mãos e lentamente a leva à boca e beija suavemente a palma, bem a moda antiga. Meu coração salta para minha boca. — Obrigado por este fim de semana, Anastásia. Foi... estupendo. Quarta-feira? Passarei para lhe pegar no trabalho ou onde você quiser. — Ele diz suavemente. — Quarta-feira, — sussurro. Ele beija minha mão de novo e a coloca de volta em meu colo. Sai do carro, aproxima-se de minha porta e abre. Por que, de repente, me sinto desolada? Isso me dá um nó na garganta. Não quero que me veja assim. Fixo um sorriso em meu rosto, saio do carro e me dirijo para a porta, sabendo que eu tenho que enfrentar Kate e não quero enfrentar a Kate. No meio caminho, eu giro e olho para ele. Levante o queixo, Steele, eu me repreendo. — Oh... à propósito, vesti uma de suas cuecas. — Dou para ele um pequeno sorriso e puxo o elástico de sua cueca para que ele veja. Christian abre a boca, surpreso. O que é uma grande reação. Meu humor muda imediatamente, eu escorrego para dentro de casa, uma parte de mim querendo pular e dar socos no ar. SIM! A minha deusa interior está encantada. Kate está na sala de estar, colocando seus livros em caixas. — Você voltou. Onde está Christian? Como você está? — pergunta-me em tom febril, nervoso. Vem para mim, agarra-me pelos ombros e examina minuciosamente meu rosto antes mesmo de me dizer olá. Merda... Tenho que lutar com a insistência e a tenacidade de Kate, e tenho na bolsa um documento legal assinado, que diz que não posso falar. Não é uma saudável combinação. — Bem, como foi? Não deixei que pensar em ti por um momento, depois que Elliot partiu, claro. — Ela sorri maliciosamente. Não posso evitar sorrir por sua preocupação e sua ardente curiosidade, mas de repente, me dá vergonha. Eu ruborizo. O que aconteceu foi muito íntimo. Tudo isso. Ver e saber o que Christian esconde. Mas tenho que lhe dar alguns detalhes, porque se não, não vai deixar-me em paz. — Está tudo bem, Kate. Muito bem, eu penso, — digo-lhe em tom tranquilo, tentando ocultar meu sorriso. — Você pensa? — Não tenho nada com o que comparar, não é? — digo-lhe, encolhendo de ombros apologeticamente. — Ele fez você gozar? Caramba, como ela é direta. Eu fico vermelha. — Sim, — eu murmuro, exasperada. Kate me empurra até o sofá e nos sentamos. Ela agarra as minhas mãos. — Isso é bom. — Olha-me como se não acreditasse. — Foi sua primeira vez. Uau, Christian deve saber o que se faz. Oh, Kate, se você soubesse... — Minha primeira vez foi terrível, — ela continua, fazendo uma cara triste e engraçada. — Anh? — Isso me interessa, era algo que ela nunca tinha me contado antes. — Sim. Steve Paton. No segundo grau. Um atleta babaca. — Encolhe os ombros. — Foi muito brusco, e eu não estava preparada. Estávamos os dois bêbados. Já sabe... o típico desastre adolescente, depois da festa de formatura. Ugh, demorei meses para me decidir a voltar a tentar. E não com aquele inútil. Eu era muito jovem. Você fez bem em esperar. — Kate, isso parece horrível. Kate parece melancólica. — Sim, demorei quase um ano para ter meu primeiro orgasmo com penetração, e aí está você... na primeira vez. Concordo envergonhada. A minha deusa interior está sentada na postura do lótus e parece serena, embora tenha um ardiloso sorriso autocomplacente no rosto. — Alegro-me de que tenha perdido a virgindade com um homem que sabe o que se faz. — Ele pisca para mim com um olho. — E quando volta a vê-lo de novo? — Quarta-feira. Vamos jantar. — Então você ainda gosta dele? — Sim, mas não sei o que vai acontecer... no futuro. — Por quê? — É complicado, Kate. Você sabe... seu mundo é totalmente diferente do meu. Boa desculpa. Aceitável também. Muito melhor que... ele tem um Quarto Vermelho da Dor e quer me converter em sua escrava sexual. — Oh por favor, não permita que o dinheiro seja um problema, Ana. Elliot me disse que é muito estranho que Christian saia com uma garota. — Será que ele...? — pergunto-lhe, minha voz estava várias oitavas mais aguda. Tão obvio, Steele! Meu subconsciente me olha movendo seu comprido dedo e logo se transforma na balança da justiça para me lembrar que Christian poderia me processar se eu revelasse demais. Ah... O que pode fazer? Ficar com todo meu dinheiro? Tenho que me lembrar de procurar no Google "pena por descumprir um acordo de confidencialidade" quando fizer minha "pesquisa". É como se ele me tivesse me passado lição de casa. Talvez eu possa ganhar um diploma. Ruborizo me lembrando do meu A, esta manhã, no meu experimento na banheira. — Ana, o que foi? — Estava me lembrando de algo que Christian me disse. — Você parece diferente, — Kate me diz com carinho. — Eu estou diferente. Dolorida, — confesso-lhe. — Dolorida? — Um pouco. — Ruborizo-me. — Eu também. Homens, — ela diz com uma careta de desgosto. — São como animais. — Nós duas começamos a rir. — Você também está dolorida? — pergunto-lhe surpreendida. — Sim... excesso de uso. Eu começo a rir. — Fale-me mais sobre Elliot e seu excesso de uso, — pergunto-lhe quando paro por fim. Eu posso sentir que estou relaxando, pela primeira vez, desde que estava fazendo fila no banheiro do bar... antes da chamada de telefone que começou tudo isto... quando admirava o senhor Grey à distância. Dias felizes e sem complicações. Kate se ruboriza. Oh, meu deus... Katherine Agnes Kavanagh se converte em Anastásia Rose Steele. Lança-me um olhar ingênuo. Nunca antes a tinha visto reagir assim por um homem. Meu queixo cai tanto que chega ao chão. Onde está Kate? O que fizeram com ela? — Oh, Ana, — ela me diz entusiasmada. — Ele é tão... tão... tudo. E quando nós... Oh... é fantástico. — Ela está tão alterada que logo não pode completar uma frase. — Eu penso que você está tentando me dizer que você gosta dele. Ela concorda com a cabeça, rindo como uma lunática. — E vou vê-lo no sábado. Vai nos ajudar com a mudança. — Junta as mãos, levanta do sofá e se dirige à janela fazendo piruetas. A mudança. Merda, eu tinha esquecido disso, apesar de haver caixas por toda parte. — Muito amável de sua parte, — digo-lhe. Assim o conhecerei também. Possivelmente possa me dar mais pistas sobre seu estranho e inquietante irmão. — Então, o que fizeram ontem à noite? — pergunto-lhe. Ela inclina a cabeça para mim e levanta as sobrancelhas em um gesto que deve dizer: "O que te parece que fizemos, idiota?". — Mais ou menos o mesmo que vocês fizeram, mas nós jantamos antes. — Ela sorri para mim. — Você realmente está bem? Parece um pouco sobrecarregada. — Estou sobrecarregada. Christian é muito intenso. — Sim, já faço uma ideia. Mas ele foi bom para você? — Sim, — tranqüilizo-a. — Estou morta de fome. Quer que prepare algo? Ela concorda e coloca um par de livros em uma caixa. — O que quer fazer com os livros de quatorze mil dólares? — pergunta-me. — Vou devolvê-los. — Realmente? — É um presente exagerado. Não posso aceitá-lo, especialmente agora. — Sorrio, e Kate concorda com a cabeça. — Eu entendo você. Chegou um par de cartas para você, e José não deixou de ligar. Parecia desesperado. — Vou ligar para ele, — murmuro evasiva. Se contar para Kate sobre José, ela vai querer ele para o café da manhã. Recolho as cartas da mesa e as abro. — Ei, tenho entrevistas! Dentro de duas semanas, em Seattle, para fazer estágio. — Em uma editora? — Para duas delas! — Eu lhe disse que seu curiculum acadêmico lhe abriria portas, Ana. Kate já tem seu posto para fazer as práticas no The Seattle Time, é obvio. Seu pai conhece alguém, que conhece alguém. — Como Elliot se sente por você sair de férias? — pergunto-lhe. Kate se dirige para a cozinha, e pela primeira vez desde que cheguei parece desconsolada. — Ele entende. Uma parte de mim não quer partir, mas é tentador demais ficar tomando banho de sol um par de semanas. Além disso, minha mãe não deixa de insistir, porque acredita que serão nossas últimas férias em família, antes que Ethan e eu comecemos a trabalhar a sério. Eu nunca saí dos Estados Unidos. Kate vai por duas semanas a Barbados, com seus pais e seu irmão, Ethan. Ficarei sozinha duas semanas, sem Kate, na casa nova. Será estranho. Ethan esteve viajando pelo mundo desde o ano passado, depois de graduar-se. Por um momento me pergunto se o verei antes que saiam de férias. É um tipo muito simpático. O telefone me tira de meu devaneio. — Deve ser José. Suspiro. Sei que tenho que falar com ele. Levanto o telefone. — Alô. — Ana, você voltou! — exclama José aliviado. — Obviamente. — Respondo-lhe com certo sarcasmo e rolo os olhos para o telefone. Ele fica em silencio por um momento. — Posso ver você? Sinto muito sobre sexta-feira. Estava bêbado... e você... bem. Ana, me perdoe, por favor. — Claro que te perdoo, José. Mas não repita isso de novo. Sabe quais são meus sentimentos por você. Ele suspira profundamente, com tristeza. — Eu sei, Ana. Mas pensei que se beijasse você, possivelmente seus sentimentos mudassem. — José eu te amo fraternamente, você é muito importante para mim. É como o irmão que nunca tive. E isso não vai mudar. Você sabe disso. — Eu sei que o estou magoando, mas é a verdade. — Então, você saiu com ele? — pergunta-me com desdém. — José, não sai com ninguém. — Mas você passou a noite com ele. — Não é da sua conta! — É pelo dinheiro? — José! Como se atreve? — grito-lhe, atônita por seu atrevimento. — Ana, — ele diz com voz queixosa, em tom de desculpa. Eu não estou disposta a aguentar seus ciúmes mesquinhos. Sei que está machucado, mas já tenho bastante lutando com Christian Grey. — Talvez possamos tomar um café amanhã. Ligarei para você, — digo-lhe em tom conciliador. Ele é meu amigo e lhe tenho muito carinho. Mas neste momento não estou precisando disso. — Amanhã, então. Você me liga? — Sua voz esperançosa me comove. — Sim... boa noite, José. — Desligo, sem esperar sua resposta. — O que foi tudo isto? — Katherine pergunta-me com as mãos nos quadris. Eu decido que o melhor quer dizer a verdade. Parece mais obstinada que nunca. — Ele tentou me beijar na sexta-feira. — José? E Christian Grey? Ana, seus feromônios devem estar fazendo horas extras. No que estava pensando esse imbecil? — Ela sacode a cabeça zangada e segue empacotando. Quarenta e cinco minutos mais tarde, fizemos uma pausa para degustar a especialidade da casa, minha lasanha. Kate abre uma garrafa de vinho e nos sentamos para comer entre as caixas, bebendo vinho tinto barato e vendo porcarias na televisão. Essa é a normalidade. É bem recebida e tranquilizadora depois das últimas quarenta e oito horas de... loucura. É minha primeira comida, em dois dias, sem preocupações, sem que insistam e em paz. Qual o problema que Christian tem com a comida? Kate recolhe os pratos enquanto eu acabo de empacotar o que fica na sala de estar. Só deixamos o sofá, a televisão e a mesa. O que mais poderíamos necessitar? Só falta empacotar o conteúdo de nossos quartos e a cozinha, e temos toda a semana pela frente. Resultado! O telefone volta a tocar. É Elliot. Kate me pisca um olho e vai para o seu quarto, saltitando como se tivesse quatorze anos. Sei que deveria estar escrevendo seu discurso oficial, mas parece que Elliot é mais importante. O que acontece com os homens Grey? O que os faz tão absorventes, tão devoradores e tão irresistíveis? Tomo outro gole de vinho. Faço uma rápida busca por algum programa de TV, mas no fundo sei que estou me demorando de propósito. O contrato está queimando dentro de minha bolsa. Terei forças para lê-lo esta noite? Apoio à cabeça nas mãos. Tanto José como Christian querem algo de mim. Com José é fácil. Mas Christian... Christian tem um campeonato totalmente diferente, de manipulação, de entendimento. Uma parte de mim quer sair correndo e se esconder. O que vou fazer? Penso em seus ardentes olhos cinza, em seu intenso e provocador olhar e fico tensa. Ele nem está aqui, e eu estou ligada. Isso não pode ser só sobre sexo, pode? Lembro de sua conversa suave, esta manhã no café da manhã, a sua alegria com o meu prazer com o passeio de helicóptero, ele tocando piano, essa música tão triste, doce e comovedora... Ele é uma pessoa muito complicada. E agora comecei a entender por que. Um menino privado de adolescência, sexualmente abusado por uma malvada senhora Robinson... não é estranho que pareça mais velho do que é. Meu coração se enche de tristeza ao pensar no que no que ele deve ter passado. Sou muito ingênua para saber exatamente do que se trata, mas a pesquisa deve me dar um pouco de luz. Embora de verdade, quero saber? Quero explorar esse mundo do qual não sei nada? É um passo muito importante. Se não o tivesse conhecido, seguiria tão feliz, alheia a tudo isto. Minha mente se translada para a noite de ontem e a esta manhã... a incrível e sensual sexualidade que experimentei. Quero dizer adeus a isso? Não! exclama meu subconsciente... Minha deusa interior concorda em um silêncio zen, para mostrar que está de acordo com ele. Kate volta para a sala de estar, sorrindo de orelha a orelha. Talvez ela esteja apaixonada. Eu olho para ela, boquiaberta. Nunca se comportou assim. — Ana, vou para cama. Estou muito cansada. — Eu também, Kate. Ela me abraça. — Alegro-me que tenha voltado sã e salva. Há algo estranho em Christian, — ela acrescenta em voz baixa, em tom de desculpa. Eu sorrio para tranquilizá-la, embora pense... Como diabos ela sabe? Por isso ela será uma jornalista tão boa, por sua infalível intuição. Pego a minha bolsa, vou para o meu quarto com passo desinteressado. Os esforços sexuais das últimas horas e o total e absoluto dilema que me enfrento me deixaram esgotada. Sento-me na cama, tiro da bolsa com cautela, o envelope de papel pardo e dou voltas com ele entre as mãos. Estou segura de que quero saber até onde chega à depravação de Christian? É tão assustador. Respiro fundo e com o coração na garganta, eu abro o envelope. Capítulo 11 Existem vários papéis no interior do envelope. Eu os pego, com o coração disparado, e sento na cama e começo a ler. CONTRATO No dia___________ de 2011 ("data de início") ENTRE O SR. CHRISTIAN GREY, com domicilio no Escala 301, Seattle, 98889 Washington, ("o Dominante") E A SRTA. ANASTÁSIA STEELE, com domicilio no SW Green Street 1114, apartamento 7, Haven Heights, Vancouver, 98888 Washington ("a Submissa") AS PARTES ACORDAM O SEGUINTE 1. A seguir estão os termos de um contrato vinculativo entre o Dominante e a Submissa. TERMOS FUNDAMENTAIS 2. O propósito fundamental deste contrato é permitir que a Submissa explore sua sensualidade e seus limites de forma segura, com o devido respeito e cuidar de suas necessidades, seus limites e seu bem-estar. 3. O Dominante e a Submissa acordam e admitem que tudo o que aconteça sob os termos deste contrato será consensual e confidencial, e estará sujeito aos limites acordados e aos procedimentos de segurança que se contemplam neste contrato. Podem acrescentar-se limites e procedimentos de segurança adicionais. 4. O Dominante e a Submissa garantem que não padecem de infecções sexuais nem enfermidades graves, incluindo HIV, herpes e hepatite, entre outras. Se durante a vigência do contrato (como se define abaixo) ou de qualquer ampliação do mesmo, uma das partes for diagnosticada ou tiver conhecimento de padecer de alguma destas enfermidades, compromete-se a informar à outra imediatamente e em todo caso, antes que se produza qualquer tipo de contato entre as partes. 5. É preciso cumprir as garantias e os acordos anteriormente mencionados (e todo limite e procedimento de segurança adicional acordado na cláusula 3). Toda infração invalidará este contrato com caráter imediato e ambas as partes aceitam assumir totalmente ante a outra as consequências da infração. 6. Todos os pontos deste contrato devem ler-se e interpretar-se à luz do propósito e os términos fundamentais estabelecidos nas cláusulas 2-5. FUNÇÕES 7. O Dominante será responsável pelo bem-estar e pelo treinamento, a orientação e a disciplina da Submissa. Decidirá o tipo de treinamento, a orientação e a disciplina, e o momento e o lugar de administrá-los, atendendo aos termos acordados, os limites e os procedimentos de segurança estabelecidos neste contrato ou acordado ainda nos termos da cláusula 3 acima. 8. Se em algum momento o Dominante não mantiver os termos acordados, os limites e os procedimentos de segurança estabelecidos neste contrato ou acordados na cláusula 3, a Submissa tem direito a finalizar este contrato imediatamente e a abandonar seu serviço ao Dominante sem prévio aviso. 9. Atendendo a esta condição e às cláusulas 2-5, a Submissa tem que obedecer em tudo ao Dominante. Atendendo aos termos acordados, os limites e os procedimentos de segurança estabelecidos neste contrato ou acordados na cláusula 3, deve oferecer ao Dominante, sem perguntar nem duvidar, todo o prazer que este lhe exija, e deve aceitar, sem perguntar nem duvidar, o treinamento, a orientação e a disciplina em todas suas formas. INÍCIO E VIGÊNCIA 10. O Dominante e a Submissa assinam este contrato na data de início, conscientes de sua natureza e comprometendo-se a acatar suas condições sem exceção. 11. Este contrato terá efeito durante um período de três meses a partir da data de início ("vigência do contrato"). Ao expirar a vigência, as partes comentarão se este contrato e o disposto por eles no mesmo, são satisfatórios e se estiverem satisfeitas as necessidades de cada parte. Ambas as partes podem propor ampliar o contrato e ajustar os termos ou os acordos que nele se estabelecem. Se não se chegar a um acordo para ampliá-lo, este contrato concluirá e ambas as partes serão livres para seguir sua vida separados. DISPONIBILIDADE 12. A Submissa estará disponível para o Dominante desde sexta-feira à noite até o domingo pela tarde, todas as semanas durante a vigência do contrato, com as horas a especificar pelo Dominante ("horas atribuídas"). Podem acordar mutuamente por mais horas, atribuídas como adicionais. 13. O Dominante se reserva o direito a rechaçar o serviço da Submissa em qualquer momento e pelas razões que sejam. A Submissa pode solicitar sua liberação em qualquer momento, liberação que ficará a critério do Dominante e estará exclusivamente sujeito aos direitos da Submissa contemplados nas cláusulas 2-5 e 8. LOCALIZAÇÃO 14. A Submissa estará disponível às horas atribuídas e às horas adicionais, nos lugares que determine o Dominante. O Dominante concorrerá com todos os custos de viagem que incorra a Submissa com este fim. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 15. As duas partes discutem e acordam as seguintes prestações de serviços, e ambas deverão as cumprir durante a vigência do contrato. Ambas as partes aceitam que podem surgir questões não contempladas nos termos deste contrato de prestação de serviços, e que determinadas questões poderão renegociar-se. Nestas circunstâncias, poderão propor-se cláusulas adicionais a modo de emenda. Ambas as partes deverão acordar, redigir e assinar toda cláusula adicional ou emenda, que estará sujeita aos termos fundamentais estabelecidos nas cláusulas 2-5. DOMINANTE 15.1. O Dominante deve priorizar em todo momento a saúde e a segurança da Submissa. O Dominante em nenhum momento exigirá, solicitará, permitirá nem pedirá à Submissa que participe das atividades detalhadas no Apêndice 2 ou em toda atividade que qualquer das duas partes considere insegura. O Dominante não levará a cabo, nem permitirá que se leve a cabo, nenhuma atividade que possa ferir gravemente à Submissa ou pôr em perigo sua vida. As restantes sub-partes desta cláusula 15 devem ler-se atendendo a esta condição e aos acordos fundamentais das cláusulas 2-5. 15.2. O Dominante aceita o controle, o domínio e a disciplina da Submissa durante a vigência do contrato. O Dominante pode utilizar o corpo da Submissa em qualquer momento durante as horas atribuídas, ou em horas adicionais acordadas, da maneira que considere oportuno, no sexo ou em qualquer outro âmbito. 15.3. O Dominante oferecerá a Submissa o treinamento e a orientação necessários para servir adequadamente ao Dominante. 15.4. O Dominante manterá um entorno estável e seguro para que a Submissa possa levar a cabo suas obrigações para servir ao Dominante. 15.5. O Dominante pode disciplinar à Submissa quanto seja necessário para assegurar-se de que a Submissa entenda totalmente seu papel de submissão ao Dominante e para desalentar condutas inaceitáveis. O Dominante pode açoitar, surrar, dar chicotadas e castigar fisicamente à Submissa se o considerar oportuno por motivos de disciplina, por prazer ou por qualquer outra razão, que não está obrigado a expor. 15.6. No treinamento e na administração de disciplina, o Dominante garantirá que não fiquem marcas no corpo da Submissa, nem feridas que exijam atenção médica. 15.7. No treinamento e na administração de disciplina, o Dominante garantirá que a disciplina e os instrumentos utilizados para administrá-la, sejam seguros, não os utilizará de maneira que provoquem danos sérios e em nenhum caso poderá transpassar os limites estabelecidos e detalhados neste contrato. 15.8. Em caso de enfermidade ou ferida, o Dominante cuidará da Submissa, vigiará sua saúde e sua segurança, e solicitará atenção médica quando o considerar necessário. 15.9. O Dominante cuidará de sua própria saúde e procurará atenção médica quando for necessário para evitar riscos. 15.10. O Dominante não emprestará sua Submissa a outro Dominante. 15.11. O Dominante poderá sujeitar, algemar ou atar a Submissa em todo momento durante as horas atribuídas ou em qualquer hora adicional por qualquer razão e por compridos períodos de tempo, emprestando a devida atenção à saúde e a segurança da Submissa. 15.12. O Dominante garantirá que todo o equipamento utilizado para o treinamento e a disciplina se mantenha limpo, higiênico e seguro em todo momento. SUBMISSA 15.13. A Submissa aceita o Dominante como seu dono e entende que agora é de sua propriedade e que está ao seu dispor quando o Dominante lhe agrade durante a vigência do contrato em geral, mas especialmente nas horas atribuídas e nas horas adicionais acordadas. 15.14. A Submissa obedecerá às normas estabelecidas no Apêndice 1 deste contrato. 15.15. A Submissa servirá ao Dominante em tudo aquilo que o Dominante considere oportuno e deve fazer todo o possível por agradar ao Dominante em todo momento. 15.16. A Submissa tomará medidas necessárias para cuidar de sua saúde, solicitará ou procurará atenção médica quando a necessitar, e em todo momento manterá informado o Dominante de qualquer problema de saúde que possa surgir. 15.17. A Submissa garantirá que toma anticoncepcionais orais, e que toma como e quando é devido para evitar ficar grávida. 15.18. A Submissa aceitará sem questionar todas e cada uma das ações disciplinadoras que o Dominante considere necessárias, e em todo momento recordará seu papel e sua função ante o Dominante. 15.19. A Submissa não se tocará nem se proporcionará prazer sexual sem a permissão do Dominante. 15.20. A Submissa se submeterá a toda atividade sexual que exija o Dominante, sem duvidar e sem discutir. 15.21. A Submissa aceitará açoites, surras, pauladas, chicotadas ou qualquer outra disciplina que o Dominante administrar, sem duvidar, perguntar nem queixar-se. 15.22. A Submissa não olhará diretamente nos olhos ao Dominante exceto quando lhe ordenar. A Submissa deve abaixar os olhos, guardar silêncio e mostrar-se respeitosa em presença do Dominante. 15.23. A Submissa se comportará sempre com respeito para o Dominante e só se dirigirá a ele como senhor, senhor Grey ou qualquer outro apelativo que lhe ordene o Dominante. 15.24. A Submissa não tocará no Dominante sem seu rápido consentimento. ATIVIDADES 16. A Submissa não participará de atividades ou atos sexuais que qualquer das duas partes considere inseguras nem nas atividades detalhadas no Apêndice 2. 17. O Dominante e a Submissa comentaram as atividades estabelecidas no Apêndice 3 e fazem constar por escrito no Apêndice 3 seu acordo a respeito. PALAVRAS DE SEGURANÇA 18. O Dominante e a Submissa admitem que o Dominante pode solicitar à Submissa ações que não possam levar-se a cabo sem incorrer em danos físicos, mentais, emocionais, espirituais ou de outro tipo no momento em que lhe solicitam. Neste tipo de circunstâncias, a Submissa pode utilizar uma palavra de segurança. Serão incluídas duas palavras de segurança em função da intensidade das demandas. 19. Será utilizada a palavra de segurança "Amarelo" para indicar ao Dominante que a Submissa está chegando ao limite da resistência. 20. Será utilizada a palavra de segurança "Vermelho" para indicar ao Dominante que a Submissa já não pode tolerar mais exigências. Quando se disser esta palavra, a ação do Dominante cessará totalmente, com efeito imediato. CONCLUSÃO 21. Os abaixo assinantes têm lido e entendido totalmente o que estipula este contrato. Aceitamos livremente os termos deste contrato e com nossa assinatura damos nossa conformidade. ___________________________________________ Dominante: Christian Grey Data: ___________________________________________ Submissa: Anastásia Steele Data: APÊNDICE 1 NORMAS Obediência: A Submissa obedecerá imediatamente todas as instruções do Dominante, sem duvidar, sem reservas e de forma expedita. A Submissa aceitará toda atividade sexual que o Dominante considere oportuna e prazerosa, exceto as atividades contempladas nos limites infranqueáveis (Apêndice 2). O fará com entusiasmo e sem duvidar. Sono: A Submissa garantirá que dorme no mínimo oito horas diárias quando não estiver com o Dominante. Comida: Para cuidar de sua saúde e seu bem-estar, a Submissa comerá frequentemente os mantimentos incluídos em uma lista (Apêndice 4). A Submissa não comerá entre horas, à exceção de fruta. Roupa: Durante a vigência do contrato, a Submissa só vestirá roupa que o Dominante tenha aprovado. O Dominante oferecerá à Submissa um orçamento para roupas, que a Submissa deve utilizar. O Dominante acompanhará à Submissa às compras de roupas quando for necessário. Se o Dominante assim o exigir, enquanto o contrato esteja vigente, a Submissa ficará com os adornos que lhe exija o Dominante, em sua presença ou em qualquer outro momento que o Dominante considere oportuno. Exercício: O Dominante proporcionará à Submissa um treinador pessoal quatro vezes por semana, em sessões de uma hora, a horas convencionadas pelo treinador pessoal e a Submissa. O treinador pessoal informará ao Dominante dos avanços da Submissa. Higiene pessoal e beleza: A Submissa estará limpa e depilada em todo momento. A Submissa irá a um salão de beleza eleita pelo Dominante quando este o ditar e se submeterá a qualquer tratamento que o Dominante considere oportuno. O Dominante concorrerá com todos os gastos. Segurança pessoal: A Submissa não beberá em excesso, não fumará, não tomará substâncias psicotrópicas, nem correrá riscos desnecessários. Qualidades pessoais: A Submissa só manterá relações sexuais com o Dominante. A Submissa se comportará em todo momento com respeito e humildade. Deve compreender que sua conduta influi diretamente na do Dominante. Será responsabilizada por eventuais delitos, desmandos e os excessos cometidos quando não na presença do Dominante. Ao descumprimento de qualquer das normas anteriores será imediatamente castigada, e o Dominante determinará a natureza do castigo. APÊNDICE 2 Limites Rígidos Sem atos com fogo. Sem atos com urina, ou defecção e seus produtos. Sem atos com agulhas, facas, perfurações e sangue. Sem atos envolvendo instrumentos médico ginecológico. Sem atos com crianças ou animais. Sem atos que deixem marcas permanentes na pele. Sem atos relativos ao controle da respiração. Sem atividade que implique contato direto com corrente elétrica (tanto alternada como contínua), fogo ou chamas no corpo. APÊNDICE 3 Limites Suaves A discutir e acordar por ambas as partes: Qual dos seguintes atos sexuais são aceitáveis para a Submissa? • Masturbação • Felacão • Cunnilingus • Penetração vaginal • Fisting vaginal • Penetração anal • Fisting anal A ingestão de sêmen é aceitável para a Submissa? O uso de brinquedos sexuais é aceitável para a Submissa? • Vibradores • Consoladores • Plugues anais • Outros brinquedos vaginais/anais A Submissa aceita o uso de Bondage? • Mãos na frente • Mãos atrás • Tornozelos • Joelhos • Cotovelos • Pulsos aos tornozelos • Barras de amarração • Amarrada ao mobiliário • Vendar • Colocação de mordaça • Bondage com cordas • Bondage com fita adesiva • Bondage com algemas de couro • Suspensão • Bondage com algemas de metal/restrições Quanto de dor a Submissa está disposta a experimentar? Onde 1 equivale a que gosta muito e 5, a que lhe desgosta muito: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 Aceita a Submissa as seguintes forma de dor/castigo/disciplina? Onde 1 é para nenhum e 5 é para grave: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 • Açoites • Açoites com pá • Chicotadas • Açoites com vara • Mordidas • Pinças para mamilos • Pinças genitais • Gelo • Cera quente • Outros tipos/métodos de dor Caramba. Nem sequer tenho forças para dar uma olhada à lista dos mantimentos. Engulo em seco, tenho a boca seca, e volto a ler. Minha cabeça está zumbindo. Como vou aceitar tudo isto? E aparentemente é em meu benefício, para que explore minha sensualidade e meus limites de forma segura... oh, por favor! É de fazer rir. Servi-lo e obedecê-lo em tudo. Em tudo! Sacudo a cabeça com descrença. Na realidade, os votos de matrimônio não utilizam palavras como... obediência? Desconcerta-me. Os casais ainda dizem isso? Só três meses, por isso houve tantas? Não ficam muito tempo? Ou já tiveram bastante em três meses? Todos os fins de semana? É muito. Não poderei ver Kate nem os amigos que possa fazer em meu novo trabalho, caso eu encontre um trabalho... Talvez eu devesse reservar um fim de semana ao mês só para mim. Talvez, quando tiver minha menstruação, parece... prático. É meu dono! Terei que fazer o que lhe agrade! Caramba. Estremeço ao pensar que ele poderá me açoitar ou me amarrar. Talvez os açoites não sejam tão graves, embora humilhantes. E me amarrar? Bom, já me amarrou as mãos. Isso foi... bem, foi excitante, muito excitante, assim possivelmente tampouco seja tão grave. Não me emprestará a outro Dominante... maldito seja, é obvio que não. Seria totalmente inaceitável. Por que eu ainda estou pensando sobre isso? Não posso olhá-lo aos olhos. Que estranho! É a única maneira de ter alguma possibilidade de saber o que está pensando. Mas a quem intento enganar? Nunca sei o que está pensando, mas eu gosto de olhá-lo nos olhos. São bonitos, cativantes, inteligentes, profundos e escuros, escuros com segredos dominantes. Penso em seu olhar ardente e aperto minhas coxas, eu estremeço. E não posso tocá-lo. Bem, isto não me surpreende. E essas estúpidas regras... Não, não, não posso. Cubro o rosto com as mãos. Isso não é a maneira de manter uma relação. Preciso dormir um pouco. Estou fisicamente esgotada. As travessuras físicas que pratiquei nas últimas vinte e quatro horas foram, francamente, exaustivas. E mentalmente... Oh, homem, isso é muito para levar a bordo. Como diria José, uma autêntica fodida mental. Possivelmente pela manhã, isso não me pareça uma brincadeira de mau gosto. Levanto-me e me troco rapidamente. Talvez devesse pedir emprestado para Kate o seu pijama rosa de flanela. Eu estou precisando do contato com algo fofinho e tranquilizador. Vou para o banheiro para escovar os dentes, vestindo camiseta e calças curtas de pijama. Eu me olho no espelho do banheiro. Eu não posso considerar isso seriamente... Meu subconsciente parece sensato e racional, e não sarcástico, como está acostumado a ser. A deusa interior não deixa de saltitar e bater palmas como uma menina de cinco anos. Por favor, vamos fazer isso... se não, acabaremos sozinhas, com um montão de gatos, e suas novelas como companhia. O único homem que já me atraiu, chega com um maldito contrato, um chicote e um sem-fim de regras e cláusulas. Bem, ao menos consegui o que queria este fim de semana. Minha deusa interior deixa de saltar e sorri com serenidade. OH, sim... articula com os lábios, acenando para mim presunçosamente. Ruborizo ao recordar de suas mãos e sua boca sobre mim, seu corpo dentro do meu. Fecho os olhos, eu sinto a força familiar e deliciosa dos meus músculos de baixo, profundo. Eu quero fazer isso de novo e de novo. Talvez se eu só assinasse para o sexo... ele aceitaria isso? Suspeito que não. Eu, submissa? Talvez eu venha através dessa forma. Talvez eu o tenha enganado na entrevista. Sou tímida, sim... mas submissa? Eu deixei a Kate me intimidar... não é mesmo? E esses limites suaves, caramba. Confundo a minha cabeça, embora me tranquilize saber que temos que discuti-los. Volto para meu quarto. É muito para pensar a respeito. Preciso limpar a cabeça, uma abordagem pela manhã, quando estiver de cabeça fresca para resolver o problema. Guardo os documentos ofensivos na bolsa. Amanhã... amanhã será outro dia. Meto-me na cama, apago a luz e fico olhando ao teto. Oh, eu queria nunca tê-lo conhecido. Minha deusa interior sacode sua cabeça para mim. Ela e eu sabemos que é mentira. Eu nunca tinha me sentido tão viva. Fecho meus olhos e mergulho em um sono profundo com sonhos ocasionais de camas com dossel, envelopes de papel manilha e intensos olhos cinza. Kate me acorda na manhã seguinte. — Ana, eu devo chamar você. Você deve ter sentido frio. Meus olhos se negam a abrir-se. Não só se levantou, mas sim, saiu para correr. Dou uma olhada para o despertador. São oito da manhã. Caramba, dormi mais de nove horas. — O que foi? — balbucio meio dormindo. — Chegou um homem com um pacote para você. Tem que assinar. — O que? — Vamos. É grande. Parece interessante. — Ela dá pulinhos entusiasmados e volta para a sala de estar. Saio da cama e pego o robe, que está pendurado na porta. Um homem jovem, com um rabo de cavalo, está em pé na nossa sala de estar, segurando uma caixa grande nas mãos. — Olá — eu murmuro. — Eu vou preparar um chá. — Kate diz, indo para a cozinha. — Senhorita Steele? E imediatamente sei quem me manda o pacote. — Sim, — eu respondo-lhe com receio. — Trago um pacote para você, mas tenho que instalá-lo e lhe ensinar a utilizá-lo. — Sério? A estas horas? — Eu só cumpro ordens, senhora. — Ele me dá um sorriso encantador, mas profissional, como se dissesse: “não me venha com bobagens”. Ele acaba de me chamar de "senhora"? Envelheci dez anos em uma noite? Se for assim, é culpa do contrato. Franzo os meus lábios com desgosto. — Ok, o que é isso? — É um MacBook Pro. — É claro que é. — Eu digo, rolando os olhos. — Ainda não está nas lojas, senhora. É o último da Apple. Por que não me surpreende? Suspiro ruidosamente. — Coloque-o aí, na mesa de jantar. Vou à cozinha para me juntar a Kate. — O que é? — Ela me pergunta curiosa, com os olhos brilhantes. Também, ela dormiu muito bem. — Um notebook de Christian. — Por que ele mandou um notebook? Sabe que pode utilizar o meu, — ela franze o cenho. Não para o que ele tem em mente. — Oh, é só um empréstimo. Queria que eu experimentasse isso. — Minha desculpa parece pouco convincente, mas Kate concorda. Oh meu Deus... eu enganei Katherine Kavanagh. Pela primeira vez. Ela me passa uma taça de chá. O notebook é brilhante, prateado e bastante bonito. Ele tem uma tela muito grande. Christian Grey gosta das coisas grandes... Eu penso no lugar onde ele vive, na verdade, na área de seu apartamento. — Ele tem o mais recente sistema operacional e um conjunto completo de programas, além de um disco rígido de 1,5 terabytes, assim terá muito espaço, 32 gigas de RAM... Para que vai utilizá-lo? — Bem... para mandar e-mails. — E-mails! — Ele exclama pasmo, elevando as sobrancelhas, com um olhar um pouco doente no rosto. — E, talvez, navegar na internet? — acrescento, encolhendo os ombros, quase me desculpando. Ele suspira. — Bem, este tem pleno acesso sem fio N, e o instalei com as especificações de sua conta. Este bebê está preparado para funcionar, virtualmente, em todo planeta. — Ele me explica, olhando-o com certo desejo. — Minha conta? — Sua nova conta de e-mail. Tenho uma conta de e-mail? Ele aponta para um ícone na tela e segue me falando, mas é como ruído branco. Não entendo uma palavra do que diz e, para ser sincera, não me interessa. Só me diga como ligá-lo e desligá-lo... o resto eu descobrirei sozinha. Depois de tudo, tem quatro anos que utilizo o da Kate. Kate assobia impressionada, assim que o vê. — É tecnologia de última geração. — Ela levanta as sobrancelhas para mim. — A maioria das mulheres recebem flores ou talvez jóias, — ela diz sugestivamente, tentando conter um sorriso. Faço uma careta, mas não posso aguentar séria. Nós duas temos um ataque de risada, o rapaz que mexia no notebook, nos olha perplexo, com a boca aberta. Ele termina e me pede para assinar a folha de entrega. Enquanto Kate o acompanha à porta, sento-me com minha taça de chá, abro o programa de correio e descubro que está me esperando um e-mail de Christian. O coração dá um salto. Tenho um email de Christian Grey. Abro-o, nervosa.  De: Christian Grey Data: 22 de maio de 2011 23:15 Para: Anastásia Steele Assunto: Seu novo ordenador Querida senhorita Steele: Confio que tenha dormido bem. Espero que faça bom uso deste notebook, como comentamos. Estou impaciente pelo jantar com você, na quarta-feira. Até então, estarei encantado de responder a qualquer pergunta via e-mail, se o desejar. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Aperto em "Responder".  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 08:20 Para: Christian Grey Assunto: Seu novo computador (em empréstimo) Dormi muito bem, obrigado... por alguma estranha razão... Senhor. Acreditei entender que o computador era em empréstimo, quer dizer, não é meu. Ana  Sua resposta chega instantaneamente.  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 08:22 Para: Anastásia Steele Assunto: Seu novo computador (em empréstimo) O computador é em empréstimo. Indefinidamente, senhorita Steele. Observo, pelo seu tom, que andou lendo a documentação que lhe dei. Tem alguma pergunta? Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Não posso evitar de sorrir.  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 08:25 Para: Christian Grey Assunto: Mentes inquisitivas Tenho muitas perguntas, mas não me parece adequado fazer isso via e-mail, e alguns de nós tem que trabalhar para ganhar a vida. Não quero, nem necessito, um computador indefinidamente. Até mais tarde. Que tenha um bom dia... Senhor. Ana  Quase instantaneamente, há uma resposta.  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 08:26 Para: Anastásia Steele Assunto: Seu novo computador (de novo em empréstimo) Até mais tarde, querida. P.S.: Eu também trabalho para ganhar a vida. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Fecho o computador sorrindo como uma idiota. Como posso resistir ao Christian brincalhão? Vou chegar tarde no trabalho. Bom, é minha última semana... Certamente o senhor e a senhora Clayton farão um pouco de vista grossa. Corro para o banheiro sem poder tirar o sorriso, de orelha a orelha. Ele me mandou e-mails! Sinto-me como uma menina tonta. Todas as angústias pelo contrato, desapareceram. Enquanto lavo o cabelo, tento pensar no que poderia lhe perguntar por e-mail, embora, certamente, estas coisas são melhores para conversar ao vivo. Suponhamos que alguém invada a sua conta... Ruborizo sozinha, só de pensar. Visto-me rapidamente, me despeço de Kate aos gritos e saio para trabalhar, minha última semana no Clayton'S. José me liga, às onze. — Olá, vamos tomar um café? Seu tom é o do José de sempre, meu amigo José, não um... como o chamou Christian? Um pretendente. Ugh. — Claro. Estou no trabalho. Pode passar por aqui, digamos, às doze? — Vejo você então. Desligo e volto a repor as brocas e a pensar em Christian Grey e seu contrato. José é pontual. Entra na loja saltitando vacilante como um cachorrinho brincalhão de olhos escuros. — Ana. — Ele esboça seu deslumbrante sorriso hispano-americano, e eu já não estou mais aborrecida. — Olá, José. — Eu o abraço. — Estou morta de fome. Vou dizer à senhora Clayton que estou saindo para comer. No caminho da cafeteria, agarro o braço de José. Eu estou tão grata por sua... normalidade. Um amigo que eu conheço e entendo. — Ana, — ele murmura, — você me perdoou de verdade? — José, você sabe, nunca poderei estar muito tempo zangada contigo. Ele sorri. Estou impaciente para chegar em casa, para ver se tenho algum e-mail de Christian, e possivelmente, possa começar minha pesquisa. Kate saiu, assim ligo o novo computador e abro o programa de correio. É obvio, na caixa de entrada tenho um e-mail do Christian. Quase salto da cadeira de tanta alegria.  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 17:24 Para: Anastásia Steele Assunto: Trabalhar para ganhar a vida Querida senhorita Steele: Espero que tenha tido um bom dia no trabalho. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Aperto "Responder".  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 17:48 Para: Christian Grey Assunto: Trabalhar para ganhar a vida Senhor... Eu tive um dia excelente no trabalho. Obrigada. Ana  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 17:50 Para: Anastásia Steele Assunto: Ao trabalho! Senhorita Steele: Alegro-me tanto que tenha tido um dia excelente. Enquanto escreve e-mails, não está pesquisando. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.   De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 17:53 Para: Christian Grey Assunto: Aborrecido Senhor Grey, pare de me mandar e-mails e poderei começar a fazer minha tarefa. Eu gostaria de tirar outro A. Ana  Abraço a mim mesma.  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 17:55 Para: Anastásia Steele Assunto: Impaciente Senhorita Steele, Deixe de me escrever e-mails... e faça a sua tarefa. Eu gostaria de lhe dar outro A. O primeiro foi muito bem merecido. ;) Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Christian Grey acaba de me enviar uma piscada... Oh meu. Abro o Google.  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 17:59 Para: Christian Grey Assunto: Investigação na internet Senhor Grey, O que você sugere que eu coloque no buscador? Ana   De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 18:02 Para: Anastásia Steele Assunto: Investigação na internet Senhorita Steele: Comece sempre pela Wikipedia. Não quero mais e-mails a menos que tenha perguntas. Entendido? Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 18:04 Para: Christian Grey Assunto: Autoritário! Sim... senhor. É muito autoritário. Ana  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 18:06 Para: Anastásia Steele Assunto: Controlando Anastásia, você não imagina quanto. Bem, talvez agora faça uma ligeira ideia. Faça o trabalho. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Eu teclo “submisso” na Wikipédia. Meia hora depois, eu me sinto levemente enjoada e francamente chocada, até o âmago. Eu realmente quero colocar tudo isso na cabeça? Caramba, é isto o que ele faz no Quarto Vermelho da Dor? Sento-me, olhando para a tela, e uma parte de mim, uma parte muito úmida e integrante de mim, que só familiarizei-me muito recentemente, está seriamente ligada. Oh meu, algumas dessas coisas são EXCITANTES. Mas são para mim? Puta merda... eu poderia fazer isso? Eu preciso de espaço. Eu preciso pensar. Capítulo 12 Pela primeira vez em minha vida, saio para correr voluntariamente. Procuro meus asquerosos tênis, que nunca uso, uma calça de moletom e uma camiseta. Faço uma trança, ruborizo-me com as lembranças que voltam à minha mente e ligo o iPod. Não posso me sentar em frente a essa maravilha da tecnologia e seguir vendo ou lendo mais material inquietante. Preciso queimar parte desta excessiva e enervante energia. A verdade é que gostaria de correr até o hotel Heathman e exigir sexo deste maníaco por controle. Mas está a oito quilômetros, e duvido que possa chegar a correr dois, muito menos oito, e, claro, ele poderia não aceitar, o que seria muito humilhante. Quando abro a porta, Kate está saindo de seu carro. Ela quase deixa as compras caírem quando me vê. Ana Steele com tênis de corrida. Eu aceno e não paro, por causa da inquisição. Preciso de algum tempo sozinha. Snow Patrol está tocando em meus ouvidos, e saio para o céu opala e aruá marinha, do anoitecer. Passo pelo parque. O que vou fazer? Desejo-o, mas nesses termos? A verdade é que não sei. Talvez eu devesse negociar o que quero. Revisar esse ridículo contrato linha a linha e dizer o que me parece aceitável e o que não. Minha pesquisa me disse que legalmente é sem nenhum valor. Ele deve saber. Suponho que só serve para definir os parâmetros da relação. Ele ilustra o que posso esperar dele e o que ele espera de mim, a minha submissão total. Estou preparada para dar isso a ele? Sou mesmo capaz? Uma pergunta me persegue, por que é ele assim? Será que é porque foi seduzido quando era muito jovem? Eu simplesmente não sei. Ele ainda é um mistério. Eu paro ao lado de um grande pinheiro e apoio as mãos em meus joelhos, respirando com dificuldade, puxando o precioso ar para os meus pulmões. Sinto-me bem, é fantástico. Sinto que minha determinação se fortalece. Sim. Tenho que lhe dizer o que me parece bem e o que não. Tenho que lhe mandar por e-mail o que penso, e então poderemos discutir na quarta-feira. Eu respiro fundo, para me limpar por dentro, e dou a volta para casa. Kate foi comprar roupas, como só ela poderia, eram roupas para suas férias em Barbados. Principalmente biquínis e cangas combinando. Ela vai parecer fantástica com todos esses modelos, mas mesmo assim, ela prova todos e me obriga a sentar e comentar como ficaram. Não há muitas maneiras de dizer: "Está fantástica, Kate". Embora esteja magra, tem umas curvas de perder o sentido. Ela não faz isso de propósito, eu sei, mas ao final arrasto meu penoso corpo coberto de suor até o meu quarto com a desculpa de ir empacotar mais caixas. Eu poderia me sentir mais inadequada? Levo comigo o computador sem fio, ligo e escrevo um email para Christian.  De: Anastásia Steele Data: 23 de maio de 2011 20:33 Para: Christian Grey Assunto: Universitária escandalizada Bem, já vi o bastante. Foi agradável te conhecer. Ana  Pressiono "Enviar", abraçando-me, rindo da minha piada. Será que ele vai achar isso tão engraçado? Oh, merda... Certamente não. Christian Grey não é famoso por seu senso de humor. Embora saiba que ele o tem, porque experimentei. Talvez ele deixe para lá. Espero sua resposta. Espero... e espero. Olho para o despertador. Já se passaram dez minutos. Para esquecer da angústia que se abre caminho em meu estômago, ponho-me a fazer o que havia dito a Kate que faria: empacotar as coisas de meu quarto. Começo colocando meus livros em uma caixa. Por volta das nove sigo sem notícias. Talvez ele tenha saído. Eu estou amuada e petulante, ponho os fones do iPod, escuto o Snow Patrol e sento em minha mesa para reler o contrato e a anotar minhas observações e comentários. Não sei por que levanto o olhar, possivelmente capto de relance um ligeiro movimento, não sei, mas quando a levanto, Christian está na porta de meu quarto me olhando fixamente. Leva suas calças cinza de flanela e uma camisa branca de linho, e agita brandamente a chave do carro. Arregalo os olhos e fico gelada. Porra! — Boa noite, Anastásia. — Sua voz era fria, sua expressão precavida e ilegível. A capacidade de falar me abandona. Maldita Kate, deixou-o entrar sem me avisar. Estou vagamente ciente de que ainda estou de moletom, toda suada e sem tomar banho, e ele está muito bonito, com as calças caindo bem nos quadris, e o que mais, ele está em meu quarto. Eu senti que o seu e-mail merecia uma resposta em pessoa — explica em tom seco. Abro a boca e volto a fechá-la, duas vezes. A piada é sobre mim. Nunca, neste ou em qualquer universo alternativo eu esperava que ele largasse tudo e viesse até aqui. Posso me sentar? — pergunta-me, agora com olhos divertidos. Obrigada, Meu deus... Talvez a brincadeira lhe pareceu engraçada. Eu concordo. Minha capacidade de falar permanece incerta. Christian Grey está sentado em minha cama. Perguntava-me como seria seu quarto, — Ele diz. Olho ao meu redor, pensando em uma rota de fuga, não, aqui só tem uma porta e uma janela. Meu quarto é funcional, mas acolhedor, poucos móveis brancos de vime e uma cama de casal branca, de ferro, com uma colcha de patchwork que minha mãe fez quando estava em sua etapa de trabalhos caseiros. É azul céu e creme. — É muito sereno e tranquilo, - ele murmura. Não neste momento... não com você aqui. Finalmente minha medula oblonga recorda o seu propósito, eu respiro. Como...? Ele sorri para mim. Ainda estou no Heathman. Isso eu já sabia. — Quer tomar algo? — Tenho que dizer o que a educação sempre me impõe. — Não, obrigado, Anastásia. Esboça um deslumbrante meio sorriso com a cabeça ligeiramente inclinada. Bem, eu certamente vou precisar de uma. Então, foi agradável me conhecer? Maldição, ofendeu-se? Olho para baixo, para os meus dedos. Como eu vou sair dessa? Se lhe disser a ele que era uma brincadeira, não acredito que goste de muito. — Pensei que me responderia por e-mail. — digo-lhe em voz muito baixa, patética. Você está mordendo o lábio de propósito? — pergunta-me muito sério. Eu pisco os olhos, abro a boca e solto o lábio. Não estava consciente de que estava mordendo o lábio, — eu murmuro. Meu coração está disparado. Sinto a tensão, essa deliciosa eletricidade estática que invade o espaço. Ele está sentado muito perto de mim, com seus olhos cinza impenetráveis, os cotovelos apoiados nos joelhos e as pernas separadas. Inclina-se, desfaz-me uma trança muito devagar e me separa o cabelo com os dedos. Fico com a respiração presa e não posso me mover. Observo hipnotizada sua mão movendo-se para a outra trança, tirando a borracha e desfazendo a trança com seus compridos e hábeis dedos. — Vejo que você decidiu fazer um pouco de exercício — fala em voz baixa e melodiosa, me colocando o cabelo atrás da orelha. — Por que, Anastásia? — Rodeia-me a orelha com os dedos e muito suavemente, ritmicamente, acaricia o lóbulo. Isso é muito sexual. — Necessitava tempo para pensar, — eu sussurro. Eu sou toda coelho e faróis, mariposa e chama, pássaro e serpente... e ele sabe exatamente o que está fazendo. — Pensar no que, Anastásia? — Você. E você decidiu que foi agradável me conhecer? Refere-te a me conhecer em sentido bíblico? Merda. Ruborizo-me. — Não pensava que fosse um perito na Bíblia. — Eu ia à catequese aos domingos, Anastásia. Aprendi muito. Não recordo ter lido nada sobre pinças para mamilos na Bíblia. Talvez lhe deram a catequese com uma tradução moderna. Seus lábios se arqueiam desenhando um ligeiro sorriso e dirijo o olhar para sua boca. Bom, pensei que devia vir a lhe recordar quão agradável foi me conhecer. Meu Deus. Eu fico olhando para ele de boca aberta, e seus dedos se movem da minha orelha para o meu queixo. O que lhe parece, senhorita Steele? Seus olhos cinzentos brilham para mim, há um desafio intrínseco em seu olhar. Seus lábios estão entreabertos, está esperando, alerta para atacar. O desejo, agudo, líquido e fumegante - arde no mais profundo de meu ventre. Adianto-me e me lanço para ele. De repente se move, não tenho nem ideia de como, e em um abrir e fechar de olhos estou na cama, imobilizada debaixo dele, com as mãos estendidas e sujeitas por cima da cabeça, com sua mão livre me agarrando o rosto e sua boca procurando a minha. Ele coloca a língua em minha boca, reclama-me e me possui, e eu me deleito com sua força. Sinto-o por todo meu corpo. Deseja-me, e isso provoca estranhas e deliciosas sensações dentro de mim. Não quer a Kate, com seus minúsculos biquínis, nem a uma das quinze, nem à malvada senhora Robinson. Quer a mim. Este formoso homem me deseja. Minha deusa interior brilha tanto que poderia iluminar toda a cidade de Portland. Deixa de me beijar. Abro os olhos e o vejo me olhando fixamente. Confia em mim? — pergunta-me. Eu concordo, com os olhos muito abertos, com o coração ricocheteando nas costelas e o sangue trovejando por todo meu corpo. Ele estica o braço e do bolso da calça tira sua gravata de seda cinza... a gravata cinza que deixa pequenas marcas da malha em minha pele. Senta-se rapidamente escarranchado sobre mim e me ata as colunas, mas esta vez ata o outro extremo da gravata ao canto da cama. Puxa o nó para comprovar que está seguro. Não vou a nenhuma parte. Estou atada a minha cama, e muito excitada. Ele se levantou e ficou em pé junto à cama, me olhando com olhos turvos de desejo. Seu olhar é de triunfo e de alívio. — Melhor assim, — murmura e esboça um sorriso perverso de conhecimento. Inclina-se e começa a me desamarrar um tênis. Oh, não... não... meus pés. Acabo de correr. Não, — protesto e empurro para que me solte. Detém-se. Se lutar, amarrarei também os pés, Anastásia. Se fizer o menor ruído, te amordaçarei. Fique quieta. Katherine provavelmente está aqui e poderá me escutar lá fora. Amordaçar-me! Kate! Eu calo a boca. Tirou -me os tênis e as meias, e me baixa muito devagar a calça de moletom. Oh... que calcinha estou vestindo? Levanta-me, retira a colcha e o edredom de debaixo de mim e me coloca de barriga para cima sobre os lençóis. — Vejamos. — ele passa a língua lentamente pelo lábio inferior. — Está mordendo o lábio, Anastásia. Sabe o efeito que tem sobre mim. — Pressiona-me seu longo dedo indicador na boca como advertência. Oh meu Deus. Eu mal posso me conter, estou indefesa, tombada, vejo que ele se move tranquilamente pelo meu quarto. É um afrodisíaco embriagador. Lentamente, sem pressas, ele tira os sapatos e as meias, desfaz-se da calça e tira a camisa. — Acredito que você viu muito, — ele ri maliciosamente. Volta a sentar-se em cima de mim, escarranchado, e me levanta a camiseta. Acredito que vai me tirar isso, mas a enrola à altura do pescoço e logo a sobe de maneira que me deixa descoberta a boca e o nariz, mas me cobre os olhos. E como está tão bem enrolada, não vejo nada. — Mmm — sussurra satisfeito. — Isto está cada vez melhor. Eu vou tomar uma bebida. Inclina-se, beija-me brandamente nos lábios e deixo de sentir seu peso. Ouço o leve chiado da porta do quarto. Tomar uma bebida. Onde? Aqui? Em Portland? Em Seattle? Aguço o ouvido. Distingo ruídos surdos e sei que está falando com a Kate... Oh, não... Ele está praticamente nu. O que vai dizer a Kate? Ouço um golpe seco. O que é isso? Retorna, a porta volta a chiar, ouço seus passos pelo quarto e o som de gelo tilintando em um copo. O que está bebendo? Fecha a porta e ouço como se aproxima tirando as calças, que caem ao chão. Sei que está nu. E volta a sentar-se escarranchado sobre mim. — Tem sede, Anastásia? — pergunta-me em tom zombador. — Sim, — digo-lhe, porque de repente sinto a boca seca. Ouço o tinido do gelo no copo. Inclina-se e, ao me beijar, derrama em minha boca um líquido delicioso. É vinho branco. Não o esperava e é muito excitante, embora esteja gelado, e os lábios do Christian também estão frios. Mais? — pergunta-me em um sussurro. Aceito. O gosto é ainda melhor porque vem de sua boca. Inclina-se e bebo outro gole de seus lábios... Oh, meu Deus. — Não vamos muito longe, sabemos que sua tolerância ao álcool é limitada, Anastásia. Não posso evitar de rir, e ele se inclina e solta outra deliciosa baforada. Ele se coloca ao meu lado e sinto sua ereção no quadril. Oh, quero-o dentro de mim. Isso parece bom para você? — pergunta-me, mas ouço a borda em sua voz. Estou tensa. Volta a mover o copo, beija-me e, junto com o vinho, solta um pedaço de gelo, na boca. Muito devagar começa a descer com os lábios desde meu rosto, passando por meus seios, até meu torso e meu ventre. Coloca-me uma parte de gelo no umbigo, onde se forma um pequeno lago de vinho muito frio que provoca um incêndio que se propaga até o mais profundo de meu ventre. Uau. — Agora tem que ficar quieta, — ele sussurra. — Se você se mover, molhara a cama de vinho, Anastásia. Meus quadris se flexionam automaticamente. Oh, não. Se derramar o vinho, vou te castigar, senhorita Steele. Gemo, tento me controlar e luto desesperadamente contra a necessidade de mover os quadris. Oh, não... por favor. Baixa com um dedo as taças do sutiã e deixa com os seios no ar, expostos e vulneráveis. Inclina-se, beija e pega meus mamilos com os lábios frios, gelados. Luto contra meu corpo, que tenta responder arqueando-se. Você gosta disto? — pergunta-me me apertando um mamilo. Volto a ouvir o tinido do gelo, e logo o sinto ao redor de meu mamilo direito, enquanto puxa de uma vez o esquerdo com os lábios. Gemo e luto para não me mover. Uma desesperadora e doce tortura. — Se derramar o vinho, não deixarei que goze. — Oh... por favor... Christian... Senhor... por favor. — Ele estava me deixando louca. Posso ouvi-lo sorrir. O gelo de meu mamilo está derretendo-se. Estou muito quente... quente, molhada e morta de desejo. Quero-o dentro de mim. Agora. Ele desliza muito devagar os dedos gelados pelo meu ventre. Como tenho a pele hipersensível, meus quadris se flexionam e o líquido do umbigo, agora menos frio, goteja-me pela barriga. Christian se move rapidamente e o lambe, beija-me, morde-me brandamente, chupa-me. Oh querida, Anastásia, você se moveu. O que vou fazer contigo? Ofego em voz alta. A única coisa que posso me concentrar é em sua voz e seu tato. Nada mais é real. Nada mais importa. Meu radar não registra nada mais. Desliza os dedos por dentro da minha calcinha e me alivia ouvir que lhe escapa um profundo suspiro. OH, querida, — ele murmura e me introduz dois dedos. Sufoco um grito. — Estará pronta para mim logo, — ele diz. Movendo seus tentadores dedos devagar, dentro e fora, eu empurro para ele elevando os quadris. — Você é uma garota gulosa, — ele me repreende baixinho, e seu polegar circunda o meu clitóris e sem seguida, pressiona para baixo. Ofego e meu corpo estremece sob seus peritos dedos. Estica um braço e retira a camiseta dos meus olhos para que possa vê-lo. A tênue luz do abajur me faz piscar. Desejo tocá-lo. — Eu quero tocar você. — eu respiro. — Eu sei, — ele murmura. Inclina-se e me beija sem deixar de mover os dedos ritmicamente dentro de meu corpo, riscando círculos e pressionando com o polegar. Com a outra mão me recolhe o cabelo para cima e me sujeita a cabeça para que não a mova. Replica com a língua o movimento de seus dedos. Começo a sentir as pernas rígidas de tanto empurrar para sua mão. Ele retira gentilmente sua mão, então sou trazida de volta da beira do abismo. Ele repete isso uma e outra vez. Isso é tão frustrante... Oh, por favor, Christian, eu grito por dentro. — Este é seu castigo, tão perto e de repente tão longe. Você acha isso agradável? — sussurra-me ao ouvido. Eu choramingo, esgotada, e puxo meus braços amarrados. Estou indefesa, perdida em uma tortura erótica. — Por favor, — suplico-lhe, e ele finalmente tem piedade de mim. —Como quer que lhe foda, Anastásia? Oh... meu corpo começa a tremer e volta a fica imóvel. — Por favor. — O que você quer, Anastásia? — Você... agora, - eu grito. — Como quer que eu lhe foda. Há uma variedade infinita de maneiras, — ele respira contra meus lábios. Ele retira sua mão e atinge a mesa de cabeceira, pegando o saquinho prateado. Ajoelha-se entre minhas pernas e, muito devagar, tira-me a calcinha sem deixar de me olhar com olhos brilhantes. Ele coloca o preservativo. Eu observo fascinada, hipnotizada. Isto lhe parece agradável? — diz-me acariciando-se. — Eu quis dizer isso como uma brincadeira, — eu choramingo. Por favor, me foda Christian. Ele levanta as sobrancelhas, deslizando a mão para cima e para baixo em seu impressionante membro. — Uma brincadeira? — pergunta-me com a voz ameaçadoramente suave. — Sim. Por favor, Christian, — rogo-lhe. — Você está rindo agora? Não, — eu choramingo. A tensão sexual está a ponto de me fazer estalar. Olha-me por um momento, avaliando meu desejo, e de repente me agarra e me dá a volta. Fico surpresa, e como tenho as mãos amaradas, tenho que me apoiar nos cotovelos. Empurra-me os joelhos para elevar o traseiro e me dá um forte tapa. Antes que possa reagir, penetra-me. Eu grito, pelo tapa e por sua agressão súbita, e gozo imediatamente uma e outra vez, caindo debaixo dele, que segue a bater deliciosamente dentro de mim. Não se detém. Estou destroçada. Não aguento mais... e ele empurra uma e outra vez... e sinto que volta a me alagar outra vez... então eu estou começando de novo... não pode ser... não... — Vamos, Anastásia, mais uma vez, — ele rosna por entre os dentes cerrados, e inacreditavelmente, meu corpo responde, convulsionando em torno dele, quando eu chego ao clímax de novo, gritando o seu nome. Despedaço-me novamente em pequenos fragmentos, e Christian finalmente para, em silêncio, encontrando a sua liberação. Ele cai em cima de mim, ofegando. Quanto você achou bom? — pergunta-me com os dentes apertados. Oh, meu Deus. Estou caída na cama, devastada, ofegando e com os olhos fechados, quando se separa de mim muito devagar. Levanta-se e começa a vestir-se. Quando acabou, volta para a cama, desamarra-me e me tira a camiseta. Flexiono os dedos e esfrego as bochechas, sorrindo ao ver que me marcou o desenho do lençol. Ajusto o sutiã enquanto ele atira a colcha e o edredom para me tampar. Olho para ele aturdida e ele me devolve o sorriso. — Foi realmente muito bom, — sussurro timidamente. — Não use esta palavra de novo. — Você não gosta de que palavra? — Não. Não tem nada que ver comigo. — Oh... Eu não sei... parece ter um efeito benéfico para você. — Eu sou um efeito benéfico? Isso é o que sou agora? Poderia ferir mais meu amor próprio, senhorita Steele? — Não acredito que tenha algum problema de amor próprio. Mas sou consciente de que o digo sem convicção. Algo me passa rapidamente pela cabeça, uma ideia fugaz, mas me escapa antes que possa apanhá-la. — Você crê? — pergunta-me em tom amável. Ele está deitado ao meu lado, vestido, com a cabeça apoiada no cotovelo, e eu estou apenas com o sutiã. — Por que você não gosta que lhe toquem? —Porque não. — Ele inclina-se sobre mim e me beija suavemente na testa. — Então, esse e-mail que você mandou era uma brincadeira Sorrio a modo de desculpa e encolho de ombros. — Estou vendo. Então ainda está pensando em minha proposta? — Sua proposta é indecente... sim, estou pensando nela. Mas, tenho alguns problemas, embora. Ele me sorri aliviado. — Ficaria decepcionado se não tivesse algumas coisas para discutir. — Eu ia mandar isso por email, mas você me interrompeu. — Coitus interruptus. — Vê, eu sabia que tinha um pouco de senso de humor escondido por aí. — digo-lhe sorridente. — Não é tão divertido, Anastásia. Pensei que estava me dizendo não, que nem sequer queria comentá-lo. — Sua voz falha. — Ainda não sei. Não decidi nada. Você vai me colocar uma coleira? Ele levanta as sobrancelhas. — Você esteve pesquisando. Eu não sei, Anastásia. Nunca dei uma coleira para alguém.. Oh... deveria me surpreender? Sei tão pouco sobre as sessões... Eu não sei. — Você já usou uma coleira? — pergunto, num sussurro — Sim. — Da senhora Robinson? — Senhora Robinson! — Ele ri às gargalhadas, e parece jovem e despreocupado, com a cabeça arremessada para trás. Sua risada é contagiosa. Eu sorrio para ele. — Eu vou contar a ela como a chama, ela vai adorar. — Você continua em contato com ela? — pergunto-lhe sem poder dissimular meu temor. — Sim. — responde-me muito sério. Oh... de repente, uma parte de mim se volta louca de ciúmes. O sentimento é tão forte que me perturba. — Já vejo. — digo-lhe em tom tenso. — Assim tem alguém com quem comentar seu estilo alternativo de vida, mas eu não posso. Ele franze as sobrancelhas — Acredito que nunca pensei por este ponto de vista. A senhora Robinson fazia parte deste estilo de vida. Eu disse a você que agora é uma boa amiga. Se quiser, posso te apresentar a uma de minhas ex-submissas. Poderia falar com ela. O que? Ele está, deliberadamente, tentando me deixar aborrecida? — Esta é a sua ideia de uma piada? — Não, Anastásia. — Confuso, e ele balança a cabeça seriamente. — Não... eu vou fazer isso do meu jeito, muito obrigada — eu respondi bruscamente, puxando o cobertor até ao meu queixo. Ele observa-me perdido, surpreso. — Anastásia, eu... — Ele não sabe o que dizer. Uma novidade, eu acredito. — Não queria te ofender. — Não estou ofendida. Estou consternada. — Consternada? — Não quero falar com nenhuma ex-namorada... escrava... sub... ou qualquer nome que você chama. — Anastásia Steele, está com ciúmes? Eu fico vermelha — Você vai ficar? — Amanhã, no café da manhã, tenho uma reunião em Heathman. Além disso, já te disse que não durmo com minhas namoradas, escravas, submissas, com ninguém. Sexta-feira e sábado foram uma exceção. Não voltará a acontecer. — Ouço a firme determinação atrás de sua doce voz rouca. Eu franzo os lábios. — Bem, estou cansada agora. — Você está me chutando para fora? — Ele levanta as sobrancelhas, perplexo e um pouco aflito. — Sim. — Bem, outra novidade. — Olha-me especulativamente. — Não quer discutir nada agora? Sobre o contrato. — Não. — respondo-lhe de mau humor. — Deus, eu gostaria de dar-lhe uma boa surra. Você se sentiria muito melhor, assim como eu. — Você não pode dizer essas coisas... Ainda não assinei nada. — Um homem pode sonhar, Anastásia. — Ele inclina-se e me agarra pelo queixo. — Quarta-feira? — Ele murmura, e beija-me rapidamente nos lábios. — Quarta-feira. — respondo-lhe. — Eu acompanho você até lá fora. Só me dê um minuto. — Sento, coloco a camisa e empurrou-o para obter espaço na cama. Ele faz isso com relutância. — Passe-me à calça de moletom, por favor. Ele a recolhe do chão e me entrega. — Sim, senhora. — Ele tenta ocultar seu sorriso, mas não o consegue. Eu olho para ele de cara feia, enquanto ponho as calças. Meu cabelo está um desastre e eu sei que depois que ele se for, eu terei que enfrentar a inquisição de Katherine Kavanagh. Coloco um elástico no cabelo, dirijo-me para a porta e abro para ver se vejo Kate. Ela não está na sala de estar. Acredito que a ouço falando no telefone em seu quarto. Christian me segue. Durante o breve percurso entre o meu quarto e a porta da frente, meus pensamentos e meus sentimentos fluem e se transformam. Já não estou zangada com ele. De repente, me sinto insuportavelmente tímida. Não quero que parta. Pela primeira vez, eu gostaria que ele fosse normal, eu gostaria de manter uma relação normal, que não exigisse um acordo de dez páginas, açoites e mosquetões no teto de seu quarto de jogos. Abro-lhe a porta e olho para as minhas mãos. É a primeira vez que recebo um homem em minha casa para fazer sexo, e acredito que foi genial. Mas agora me sinto como um recipiente, como um copo vazio que se enche com o seu desejo. Meu subconsciente sacode a cabeça. Eu queria correr até Heathman em busca de sexo... e lhe fizeram uma entrega expressa. Cruzo os braços e bato com o pé no chão, como um ‘qual o problema em olhar em seu rosto’. Christian parou junto à porta, agarra-me pelo queixo e me obriga a olhá-lo. Sua testa enruga ligeiramente . — Você está bem? — ele pergunta me acariciando o queixo com seu polegar. — Sim. — respondo-lhe, embora com toda a honestidade eu não estou muito certa. Sinto uma mudança de paradigma. Eu sei que se aceitar, vou me machucar. Ele não é capaz, não lhe interessa ou não quer me oferecer nada mais... mas eu quero mais. Muito mais. O ataque de ciúmes que senti por um momento, antes, me diz que meus sentimentos por ele são mais profundos do que eu mesma posso admitir. — Quarta-feira, — ele confirma, inclina-se e me beija com ternura. Mas enquanto está me beijando, seus lábios ficam mais urgentes contra os meus, sua mão se move para cima do meu queixo e está segurando a minha cabeça, uma mão de cada lado. Sua respiração se acelera. Inclina-se para mim e me beija mais profundamente. Coloquei minhas mãos em seus braços. Quero deslizar as mãos pelo seu cabelo, mas resisto porque sei que não gostaria. Ele encosta sua testa contra a minha, de olhos fechados, com a voz tensa. — Anastásia, — ele sussurra. — o que você está fazendo comigo? — O mesmo eu poderia dizer para você, — sussurro de volta. Toma uma respiração profunda, beija-me na testa e parte. Avança em passo decidido para o carro passando a mão pelo cabelo. Enquanto abre a porta, levanta o olhar e me lança um sorriso arrebatador. Totalmente deslumbrada, devolvo-lhe um leve sorriso e volto a pensar em Ícaro aproximando-se muito ao sol. Fecho a porta da rua, enquanto se mete em seu carro esportivo. Sinto uma irresistível necessidade de chorar. Uma triste e solitária melancolia me oprime o coração. Volto para meu quarto, fecho a porta e me apoio tentando racionalizar meus sentimentos, mas não posso. Deixo-me cair no chão, cubro o rosto com as mãos e as lágrimas começam a descer. Kate bate na porta suavemente. — Ana? — ela sussurra. Eu abro a porta. Ela me olha e me abraça. — O que está errado? O que lhe fez esse bastardo repulsivo? — Oh, Kate, nada que eu não quisesse que me fizesse. Ela me empurra para a cama e nos sentamos. — Você está com o cabelo horrível. Embora esteja desconsolada, rio-me. — O sexo foi bom, não foi terrível em nada. Kate sorri. — Melhor. Por que você está chorando? Você nunca chora. — Ela pega a minha escova na mesa em frente, senta atrás de mim, e muito devagar escova para tirar os nós. — Eu só não acho que nosso relacionamento está indo a lugar nenhum. — Olho para os meus dedos. — Você não disse que ia vê-lo só na quarta-feira? — Sim, foi o que combinamos. — E por que ele apareceu hoje por aqui? — Porque lhe mandei um e-mail. — Pedindo para que ele viesse? — Não, lhe dizendo que não queria voltar a vê-lo. — E ele veio até aqui? Ana, você é genial. — A verdade é que era uma brincadeira. — Oh, agora sim não estou entendendo nada. Pacientemente, lhe explico essência do meu e-mail, sem entrar em detalhes. — Pensou que responderia por email. — Sim. — Mas isso fez com que ele viesse aqui. — Sim. — Eu diria que ele está completamente apaixonado por você. Franzo o cenho. Christian apaixonado por mim? Dificilmente. Ele só está procurando um novo brinquedo, um novo e adequado brinquedo para deitar-se e lhe fazer coisas indescritíveis. Meu coração se aperta. Essa é a verdade. — Ele veio só para foder-me, isso é tudo. — Quem disse que o romantismo tinha morrido? — ela murmura horrorizada. Eu choquei a Kate. Não pensava que isso fora possível. Encolho os ombros, como desculpa. — Ele utiliza o sexo como uma arma. — Fode você para submetê-la? – Ela sacode a cabeça com desaprovação. Eu pisco rapidamente para ela, e eu sinto o rubor se espalhando pelo meu rosto. Oh... na mosca, Katherine Kavanagh, ganhadora do premio Pulitzer de jornalismo. — Ana, não a entendo, e você faz amor com ele? — Não, Kate, não fazemos amor... fodemos... como diz Christian. Ele não está interessado em amor. — Sabia que havia algo estranho nele. Tem problema em assumir compromisso. Eu concordo, como se estivesse de acordo, mas por dentro suspiro. Oh, Kate... eu gostaria de lhe contar tudo sobre este tipo estranho, triste e perverso, e gostaria que você pudesse me dizer para esquecê-lo, para deixar de ser tola. — Eu acho que é uma situação bastante esmagadora, — murmuro. Esse é o eufemismo do ano. Porque eu não quero mais falar sobre Christian, eu pergunto sobre Elliot. Só de mencionar o seu nome, a atitude de Katherine muda radicalmente, seu rosto se ilumina, sorrindo para mim. — Ele virá cedo no sábado para nos ajudar na mudança. Abraça a escova com força contra seu peito, ela se deu bem, e sinto uma vaga e familiar pontada de inveja. Kate encontrou um homem normal e parece muito feliz. Eu viro para ela e a abraço. — Ah, quase tinha me esquecimento. Seu pai ligou quando estava... bem, ocupada. Parece que Bob teve um pequeno acidente, assim, sua mãe e ele não poderão vir à entrega do diploma. Mas seu pai estará aqui na quinta-feira. Ele quer que você ligue para ele. — Oh... minha mãe não me ligaria para me dizer isso. O Bob está bem? — Sim. Ligue para ela de manhã. Agora é tarde. — Obrigada, Kate. Já estou bem, agora. Amanhã ligarei também para o Ray. Acredito que vou-me deitar. — Ela me sorri, mas aperta seus olhos, preocupada. Quando ela saiu, sento-me, volto a ler o contrato e vou tomando notas. Uma vez que terminei, ligo o computador disposta a lhe responder. Em minha caixa de entrada há um e-mail do Christian.  De: Christian Grey Data: 23 de maio de 2011 23:16 Para: Anastásia Steele Assunto: Esta noite Senhorita Steele: Espero impaciente por suas observações sobre o contrato. Enquanto isso, que durma bem, querida. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.   De: Anastásia Steele Data: 24 de maio de 2011 00:02 Para: Christian Grey Assunto: Objeções Querido senhor Grey Aqui está minha lista de objeções. Espero que na quarta-feira possamos discutir com calma, durante o nosso jantar. Os números remetem às cláusulas: 2: Não tenho certeza que seja exclusivamente em MEU benefício, quer dizer, para que explore minha sensualidade e meus limites. Estou segura de que para isso, não necessitaria um contrato de dez páginas. Certamente é para SEU benefício. 4: Como sabe, só pratiquei sexo com você. Não tomo drogas e nunca fiz uma transfusão. Certamente estou mais que sã. E sobre você? 8: Posso rescindir o contrato a qualquer momento, se acreditar que não está cumprindo os limites acordados. Ok, isso me parece muito bem. 9: Devo obedecer você em tudo? Aceitar sua disciplina sem duvidar? Temos que conversar sobre isso. 11: Período de prova de um mês, não de três. 12: Não posso me comprometer todos os fins de semana. Tenho vida própria, e seguirei tendo. Possivelmente três de cada quatro? 15.2: Utilizar meu corpo da maneira que considere oportuna, no sexo ou em qualquer outro âmbito... Por favor, defina "em qualquer outro âmbito". 15.5: Toda a cláusula sobre a disciplina em geral. Não estou segura de que queira ser açoitada, surrada ou castigada fisicamente. Estou segura de que isto infringe as cláusulas 2-5. E além disso "por qualquer outra razão" é simplesmente mesquinho... e me disse que não era um sádico. 15.10: Como se me emprestar a alguém pudesse ser uma opção. Mas me alegro de que o deixe bem claro. 15.14: Sobre as normas, comento mais adiante. 15.19: Que problema há em que me toque sem sua permissão? Em qualquer caso, sabe que não o faço. 15.21: Disciplina: veja-se acima cláusula 15.5. 15.22: Não posso te olhar nos olhos? Por quê? 15.24: Por que não posso tocar em você? Normas: Dormir: aceitarei seis horas. Comida: não vou comer o que puser em uma lista. Ou a lista dos mantimentos se elimina, ou rompo o contrato. Roupa: de acordo, contanto que só tenha que vestir a sua roupa quando estou com você... Ok. Exercício: tínhamos ficado em três horas, mas segue pondo quatro. Limites suaves: Temos que passar por tudo isto? Não quero fisting de nenhum tipo. O que é a suspensão? Pinças genitais... deve estar de brincadeira. Poderia me dizer quais são seus planos para quarta-feira? Eu trabalho até às cinco da tarde. Boa noite. Ana  De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 00:07 Para: Anastásia Steele Assunto: Objeções Senhorita Steele: É uma lista muito longa. Por que ainda está acordada? Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Data: 24 de maio de 2011 00:10 Para: Christian Grey Assunto: Queimando o óleo da meia-noite Senhor: Se não recordar mal, estava com esta lista quando sua obsessão por controle me interrompeu e me levou para a cama. Boa noite. Ana   De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 00:12 Para: Anastásia Steele Assunto: Pare de queimar o óleo da meia-noite ANASTÁSIA,VÁ PARA CAMA. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Oh... em maiúsculas! Como se gritasse. Desligo o computador. Como pode me intimidar estando a oito quilômetros de distância? Eu sacudo a minha cabeça. Meu coração está disparado, eu subo na cama e imediatamente caio em um sonho profundo, embora intranquilo. Capítulo 13 No dia seguinte, ao voltar para casa, depois do trabalho, lembro de minha mãe. No Clayton's o dia foi relativamente tranquilo, tive muito tempo para pensar. Eu estou inquieta, nervosa, porque amanhã terei que enfrentar o obcecado por controle, e no fundo, eu estou preocupada porque possivelmente fui muito negativa em minha resposta ao contrato. Talvez ele vá desistir da coisa toda. Minha mãe está muito triste, sente muito por não poder vir à entrega do diploma. Bob torceu um ligamento e esta mancando. Honestamente, ele é tão propenso a acidentes como eu sou. Ele deverá se recuperar sem problemas, mas tem que fazer repouso, e minha mãe tem que atendê-lo o tempo todo. — Ana, querida, sinto muitíssimo, — lamenta minha mãe ao telefone. — Mãe, está tudo bem. Ray estará aqui. — Ana, parece distraída... você está bem, querida? — Sim, mamãe. — Oh, se você soubesse... conheci um cara escandalosamente rico, que quer manter comigo uma espécie de estranha e perversa relação sexual, em que eu não tenho nem palavras nem opinião. — Conheceu alguém? — Não, mamãe. — Agora mesmo não gostaria de falar do assunto. — Bem, querida, na quinta-feira, eu pensarei em você. Amo você... vou sabe disso, querida? — Fecho os olhos. Suas carinhosas palavras me reconfortavam. — Eu também te amo, mamãe. Dê meu olá para Bob. Espero que se recupere logo. — Certo, querida. Adeus. — Adeus. Enquanto falava com mamãe, entrei em meu quarto. Ligo meu computador infernal e abro a caixa de correio. Tenho um e-mail do Christian, da última hora de ontem à noite ou primeira hora desta manhã, dependendo de como você veja a coisa. Meu coração acelera instantaneamente, e ouço o sangue bombear em meus ouvidos. Maldito seja... talvez ele me diga que não... certo... talvez tenha cancelado o jantar. A ideia me parece dolorosa. Descarto-a rapidamente e abro o email. De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 01:27 Para: Anastásia Steele Assunto: Suas objeções Querida senhorita Steele: Depois de revisar com mais detalhe suas objeções, permita-me lhe recordar a definição de submisso. Submisso - adjetivo 1. inclinado ou disposto a submeter-se; que obedece humildemente: servente submisso. 2. que indica submissão: uma resposta submissa. Origem: 1580-1590; submeter-se, submissão Sinônimos: 1. obediente, complacente, humilde. 2. passivo, resignado, paciente, dócil, contido. Antônimos: 1. rebelde, desobediente. Por favor, tenha isso em mente quando nos reunirmos na quarta-feira. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Meu sentimento inicial foi de alívio. Ao menos está disposto a comentar minhas objeções e ainda quer que nos vejamos amanhã. Penso um pouco e lhe respondo.  De: Anastásia Steele Data: 24 de maio de 2011 18:29 Para: Christian Grey Assunto: Minhas objeções... O que acontece com as suas? Senhor: Rogo-lhe que observe a data de origem: 1580-1590. Queria recordar ao senhor, com todo respeito, que estamos em 2011. Percorremos um longo caminho desde então. Permita-me lhe oferecer uma definição para que a tenha em conta em nossa reunião: Compromisso: essencial 1. chegar a um entendimento mediante concessões mútuas; alcançar um acordo ajustando exigências ou princípios em conflito ou oposição mediante a recíproca modificação das demandas. 2. O resultado de certo acordo. 3. Algo intermediário entre duas coisas diferentes. A divisão de nível é um compromisso entre uma casa de fazenda e uma de muitos andares. 4. Um comprometimento, especialmente da reputação; expor em perigo, suspeita, etc.: comprometer a integridade de alguém. Ana  De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 18:32 Para: Anastásia Steele Assunto: O que acontece com minhas objeções? Bem entendido, como sempre, senhorita Steele. Passarei para pegá-la em sua casa às sete em ponto. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: AnastásiaSteele Data: 24 de maio de 2011 18:40 Para: Christian Grey Assunto: 2011 - As mulheres sabem dirigir Senhor, Tenho carro e sei dirigir. Preferiria que nos encontrássemos em outro lugar. Onde nos encontramos? Em seu hotel às sete? Ana  De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 18:43 Para: Anastásia Steele Assunto: Jovenzinha teimosa Querida senhorita Steele: Remeto ao meu e-mail de 24 de maio de 2011, enviado a 01:27, e à definição que contém. Acredita que será capaz de fazer o que lhe diga? Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Data: 24 de maio de 2011 18:49 Para: Christian Grey Assunto: Homem intratável Senhor Grey, Eu prefiro dirigir. Por favor. Ana   De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 18:52 Para: Anastásia Steele Assunto: Homem exasperado Muito bem. Em meu hotel às sete. Vemo-nos no Marble Bar. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Até por e-mail fica de mau humor. Não entende que posso precisar sair correndo? Não que minha lata-velha seja muito rápida... mas mesmo assim, necessito de uma via de escape.  De: Anastásia Steele Data: 24 de maio de 2011 18:55 Para: Christian Grey Assunto: Homem não tão intratável Obrigada. Ana  De: Christian Grey Data: 24 de maio de 2011 18:59 Para: Anastásia Steele Assunto: Mulher exasperante De nada. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Ligo para Ray, que está pronto para ver um partida dos Sounders, uma equipe de futebol de Salt Lake City, assim, felizmente, nossa conversa será breve. Virá na quinta-feira para a graduação. Depois quer me levar para comer em algum lugar. Sinto uma grande ternura quando falo com Ray, isso me faz sentir um nó na garganta. Sempre esteve ao meu lado diante dos devaneios amorosos de minha mãe. Temos um vínculo especial, que é muito importante para mim. Embora seja meu padrasto, sempre me tratou como a uma filha, e tenho muita vontade de vê-lo. Faz muito que não o vejo. Agora mesmo, preciso de sua força e tranquilidade. Sinto a sua falta. Talvez deva canalizar meu Ray interior para minha entrevista de amanhã. Kate e eu nos dedicamos empacotar e compartilhamos uma garrafa de vinho barato, como tantas vezes. Quando por fim quase terminei de empacotar minhas coisas do quarto vou para a cama, estou mais calma. A atividade física de colocar tudo em caixas foi uma boa distração, e estou cansada. Quero descansar. Aconchego-me na cama e em seguida durmo. Paul retornou de Princeton antes de se mudar para Nova Iorque para fazer negócios em uma entidade financeira. Passa o dia me seguindo pela loja e me pedindo que fiquemos juntos. É um pesadelo. — Paul, já lhe falei cem vezes, esta noite vou sair. — Não, não vai. Diz isso para me dar o fora. Sempre me dá o fora. Sim... parece que ando me esquivando. — Paul, eu sempre pensei que não era boa ideia sair com o irmão do chefe. — Deixará de trabalhar aqui na sexta-feira. E amanhã não trabalha. — E a partir sábado estarei em Seattle, e você em Nova Iorque. Nem de propósito poderíamos estar mais longe. Além disso, é verdade que tenho um encontro esta noite. — Com o José? — Não. — Com quem? — Paul... Oh. — Suspirou exasperada. Não ia se dar por vencido. — Com Christian Grey. — Não pude evitar o tom de chateação. Mas funcionou. Paul ficou boquiaberto e mudo. Droga... até o seu nome deixa às pessoas sem palavras. — Você vai sair com Christian Grey? — perguntou quando se recuperou do susto. Seu tom de incredulidade é evidente. — Sim. — Estou vendo. - Paul parecia abatido, mesmo atordoado, e uma pequena parte de mim se incomodava que lhe tenha surpreendido tanto. À deusa interior também. Ela faz um gesto muito vulgar e pouco atraente para ele com os dedos. Depois disso, ele me ignorou, e as cinco em ponto saio correndo da loja. Kate me emprestou dois vestidos e dois pares de sapatos, para esta noite e para a graduação de amanhã. Eu queria poder sentir-me mais entusiasmada com roupas e fazer um esforço extra, mas não são minhas. Qual é a sua, Anastásia? A pergunta de Christian, a meia voz, me perseguia. Balançando a cabeça e me esforçando para acalmar os nervos, escolho o vestido cor de ameixa para esta noite. É discreto e parece adequado para uma entrevista de negócios, por que, depois de tudo, vou negociar um contrato. Tomo um banho, depilo minhas pernas e as axilas, lavo os cabelos e passo uma boa meia hora secando-os, isso para que caia ondulado sobre meus seios e costas. Pego algumas mechas com um pente para retirá-lo do rosto, aplico algum rímel e brilho de labial. Quase nunca uso maquiagem. Sinto-me intimidada. Nenhuma das minhas heroínas literárias teve que se maquiar, talvez soubesse algo mais sobre isso se o fizessem. Calço os sapatos de salto cor de ameixa, combinando com o vestido, e por volta das seis e meia, estou pronta. — Bem? — pergunto para Kate. Ela sorri. — Rapaz, você vai arrasar, Ana. — Ela acena com aprovação. —Você está linda. — Linda! Pretendo ser discreta e parecer uma mulher de negócios. — Também, mas sobretudo, está um escândalo. Este vestido fica muito bem com seu tom de pele. E marca tudo. — disse com uma risadinha. — Kate! — repreendo-a. — As coisas são como são, Ana. A impressão geral é... muito boa. Com esse vestido, terá ele comendo em sua mão. Aperto os lábios. Oh, você não poderia estar mais errada. — Deseje-me sorte. — Você precisa de sorte para ficar com ele? — pergunta ela franzindo o cenho, confusa. — Sim, Kate. — Bem, pois então tenha sorte. — Ela me abraçou e eu sai pela porta da frente. Tenho que tirar os sapatos para conduzir. Wanda, meu fusca azul marinho, não foi desenhado para ser conduzido por mulheres com saltos altos. Estacionei em frente ao Heathman as sete, faltando dois minutos exatamente, dando as chaves ao manobrista, percebo que ele olha para meu fusca com cara feia, mas eu o ignoro. Respiro fundo, me preparo mentalmente para a batalha e me dirijo ao hotel. Christian está inclinado sobre o balcão, bebendo um copo de vinho branco. Ele está vestido com a habitual camisa branca de linho, jeans preto, gravata preta e jaqueta preta. Tem os cabelos tão alvoroçados como sempre. Suspiro. Fico uns segundos parada na entrada do bar, observando, admirando a vista. Ele lança um olhar, acredito que nervoso, para a porta se esticando e fica imóvel. Pestaneja um par de vezes e depois esboça lentamente um sorriso indolente e sexy que me deixa sem palavras e isso me derrete por dentro. Avanço para ele fazendo um enorme esforço para não morder meus lábios, consciente de que eu, Anastásia Steele de Clumsyville, estou de saltos. Ele caminha graciosamente par me encontrar. — Você está linda, — ele murmura, inclinando-se para me beijar rapidamente na bochecha. — Lindo vestido, senhorita Steele. Parece-me muito bem. — Agarra minha mão, e me leva a uma mesa reservada e faz um gesto ao garçom. — O que quer tomar? Esboço um ligeiro sorriso enquanto me sento na mesa. Bem, ao menos pergunta-me. — Tomarei o mesmo que você, obrigado. — Viu? Sei fazer meu papel e me comportar. Divertido, pede outro copo do Sancerre e se senta em frente a mim. — Têm uma adega excelente aqui, — me diz, inclinando a cabeça para um lado. Ele apoia os cotovelos na mesa e junta os dedos de ambas as mãos à altura da boca. Em seus olhos brilham uma incompreensível emoção. E aí está... uma descarga elétrica que conecta com o meu eu mais profundo. Remexo-me, incômoda diante de seu olhar escrutinador, com o coração pulsando rapidamente. Tenho que manter a calma. — Está nervosa? — Ele pergunta amavelmente. — Sim. Ele inclina-se para frente. — Eu também, — ele sussurra com cumplicidade. Mantenho meus olhos nos seus. Ele? Nervoso? Nunca. Eu pestanejo e ele me dá seu precioso sorriso meio de lado. Chega o garçom com meu vinho, um pratinho com frutas secas e outro com azeitonas. — Então, como faremos isso? — Eu pergunto. — Revisamos meus pontos um a um? — Sempre tão impaciente, senhorita Steele. — Bem, eu poderia perguntar o que você achou do tempo hoje? Ele sorriu e pegou uma azeitona com seus longos dedos. Ele botou na boca e meus olhos se fixam na sua boca, que esteve sobre a minha... em todo meu corpo. Ruborizo. — Acredito que o tempo hoje não teve nada de especial, — Ele riu. — Está rindo de mim, senhor Grey? — Sim, senhorita Steele. — Sabe que esse contrato não tem nenhum valor legal. — Sou perfeitamente consciente disso, senhorita Steele. — Pensou em me dizer isso, em algum momento? Ele franze o cenho. — Você acredita que estou te coagindo para que faça algo que não quer fazer, e que além disso pretendo ter algum direito legal sobre você? — Bem... sim. — Não tem um bom conceito de mim, não é verdade? — Não respondeu a minha pergunta. — Anastásia, não importa se é legal ou não. É um acordo que eu gostaria de ter contigo... o que eu gostaria de ter de você e o que você pode esperar de mim. Se você não gostar, não assine. Se o assinar e depois decidir que você não gosta, há suficientes cláusulas que lhe permitirão deixá-lo. Mesmo se você for legalmente vinculada, acredita que levaria você a julgamento se decidisse partir? Tomo um comprido gole de vinho. Meu subconsciente me dá um golpe no ombro. Tem que estar atenta. Não beba muito. — As relações deste tipo se apoiam na sinceridade e na confiança, — seguiu me dizendo. — Se não confiar em mim... tem que confiar em mim para que saiba em que medida estou te afetando, até onde posso ir contigo, até onde posso te levar... se não puder ser sincera comigo, então, realmente, não podemos fazer isso. Oh meu Deus, vá diretamente ao ponto. Até onde pode me levar. Caramba. O que quer dizer? — É muito simples, Anastásia. Confia em mim ou não? — Ele perguntou com os olhos ardentes. — Você manteve este tipo de conversa com... bem, com as quinze? — Não. — Por que não? — Porque elas já eram submissas. Sabiam o que queriam da relação comigo, e em geral, o que eu esperava. Com isso, era uma simples questão de afinar os limites possíveis, esses tipos de detalhes. — Você as procura em alguma loja? Nós somos Submissas? Ele ri. — Não exatamente. — Então como? — É disso que quer falar? Ou passamos ao melhor da questão? Às objeções, como você diz. Engulo em seco. Confio nele? É nisso que se resume tudo, à confiança? Sem dúvida deveria ser coisa mais importante para os dois. Lembro-me de sua raiva quando liguei para José. — Você está com fome? — Ele pergunta, e me distrai de meus pensamentos. Oh, não... a comida. — Não. — Você comeu hoje? Eu olho para ele. Honestamente... Caramba, não vai gostar da minha resposta. — Não. — respondo em voz baixa. Ele me olhou com expressão muito séria. — Tem que comer, Anastásia. Podemos jantar aqui ou em minha suíte. O que você prefere? — Acredito que é melhor ficamos em terreno neutro. Ele sorriu com ar zombador. — Crê que isso me deteria? — pergunta em voz baixa, como uma sensual advertência. Arregalo os olhos e volto a engolir a saliva. — Eu espero. — Vamos, reservei um jantar privado. — Ele sorriu enigmaticamente e saiu da mesa me estendendo a mão. — Traga o seu vinho — murmura. Agarro a sua mão, levanto e paro a seu lado. Solta a minha mão, põe no braço, cruzamos o bar e subimos uma grande escada até a sobreloja. Um rapaz com uniforme do Heathman se aproxima de nós. — Senhor Grey, por aqui, por favor. Nós o seguimos por uma luxuosa sala de sofás, até um refeitório privado, com uma só mesa. Era pequeno, mas suntuoso. Sob um candelabro cintilante, a mesa está coberta por linho engomado, taças de cristal, talheres de prata e um ramo com uma rosa branca. Um encanto antigo e sofisticado impregnava a sala, forrada com painéis de madeira. O garçom retira a cadeira e me sento. Eu coloco o guardanapo no colo. Ele coloca as taças na mesa. Christian se senta em frente a mim. Eu fico olhando para ele. — Não morda o lábio, — ele sussurra. Eu franzo o cenho. Caramba. Nem sequer me dei conta de que estava fazendo isso. — Já pedi a comida. Espero que não se importe. A verdade é que me parece um alívio. Não estou segura de que possa tomar mais decisões. — Não, está tudo bem, — eu respondo. — Eu gosto de saber que pode ser dócil. Agora, onde estávamos? — No x da questão. — Dou outro longo gole de vinho. Está muito bom. Christian Grey conhece bem os vinhos bons. Eu lembro do último gole que me ofereceu, em minha cama. O inoportuno pensamento me fez ruborizar. — Sim, suas objeções. — Põe a mão no bolso interno da jaqueta e tira uma folha de papel. Meu e-mail. — Cláusula 2. De acordo. É em benefício dos dois. Voltarei a redigi-lo. Pestanejo. Caramba... vamos passar por cada um destes pontos, um de cada vez. Não me sinto tão valente estando com ele. Ele parece tão sério. Reforço-me com outro gole de vinho. Christian continua. — Minha saúde sexual. Bem, todas as minhas companheiras anteriores fizeram análise de sangue, e eu faço exames a cada seis meses, de todos estes riscos que existam. Meus últimos exames estavam perfeitos. Nunca usei drogas. Na realidade, sou totalmente contra as drogas, e minha empresa leva uma política antidrogas muito a sério. Insisto em que se façam exames aleatórios e de surpresa nos meus empregados para detectar qualquer possível consumo de drogas. Uau... A obsessão controladora leva à loucura. Eu o encaro perplexa. — Nunca fiz uma transfusão. Isso responde a sua pergunta? Concordo, impassível. — Seu ponto seguinte eu já comentei antes. Você pode sair a qualquer momento, Anastásia. Não vou te deter. Mas se for... acaba tudo. Quero que saiba. — Ok, — eu respondo em voz baixa. Se eu for, acabou. A ideia me parece inesperadamente dolorosa. O garçom chega com o primeiro prato. Como vou comer? Caramba... ele pediu ostras em uma cama de gelo. — Espero que você goste das ostras, — Christian diz em tom amável. — Nunca as provei. — Nunca. — Sério? Bem. Pegue uma. A única coisa que tem que fazer é colocar isso na boca e engolir. Acredito que conseguirá. — Ele olha para mim e sei a que está se referindo. Fico vermelha como um tomate. Sorrindo me diz que devo espremer suco de limão em uma ostra e colocá-la na boca. — Mmm, deliciosa. Tem sabor de mar, — ele diz sorrindo. — Vamos, — ele me encoraja. — Não tenho que mastigá-la? — Não, Anastásia. — Seus olhos brilham divertidos. Parece muito jovem. Eu aperto os lábios, e sua expressão muda instantaneamente. Ele me olha muito sério. Estico o braço e pego a primeira ostra. Ok... isto não vai sair bem. Jogo suco de limão e a coloco na boca. Ela desliza por minha garganta, todo o mar, sal, e a forte acidez do limão e sua textura carnuda... Oooh. Lambo os lábios, e ele me olha fixamente, com olhos impenetráveis. — É bom? — Comerei outra e lhe responderei. — Boa garota, — me diz orgulhoso. — Você pediu ostras de propósito? Não dizem que são afrodisíacas? — Não, é só o primeiro prato do menu. Não necessito de afrodisíacos contigo. Acredito que sabe, e acredito que é assim contigo também, — ele diz tranquilamente. — Onde estávamos? — Ele dá uma olhada no meu e-mail, enquanto pego outra ostra. Acontece o mesmo com ele. Eu o afeto... Uau. — Obedecer-me em tudo. Sim, quero que faça. Necessito que o faça. Considera um papel difícil, Anastásia? — Mas me preocupa que me faça mal. — Que te faça mal como? — Fisicamente. — E emocionalmente. — De verdade acredita que te faria mal? Que transpassaria os limites, ao ponto de não poder aguentar? — Você disse que tinha feito mal a alguém antes. — Sim, mas foi há muito tempo. -O que aconteceu? -Pendurei-a no teto do quarto de jogos. De fato, é um dos seus pontos. Suspensão... para isso são os mosquetões. Com cordas. E apertei muito uma corda. Levanto uma mão lhe suplicando que pare. — Não preciso saber mais. Então, você que me suspender? — Não, se realmente não quiser. Pode tirar da lista dos limites rígidos. — Ok. — Bom, crê que poderá me obedecer? Lança-me um olhar intenso. Passam os segundos. — Poderia tentar, — eu sussurro. — Bom. — Ele sorri. — Novo termo. Um mês não é nada, especialmente se quiser um fim de semana livre de cada mês. Não acredito que eu possa aguentar ficar longe de ti tanto tempo. Mal o consigo agora. — Ele pausa. Não pode ficar longe de mim? O que? — Que tal, um dia de um fim de semana por mês só para você. Mas ficará comigo uma noite no meio da semana. — De acordo. — E, por favor, tentamos por três meses. Se você não gostar, pode partir a qualquer momento. — Três meses? — Sinto-me pressionada. Dou outro comprido gole de vinho e me concedo o gosto de outra ostra. Poderia aprender o que eu gosto. — O tema da propriedade, é meramente terminologia e remete ao princípio da obediência. É para você entrar no estado de ânimo adequado, para que entenda de onde venho. — E quero que saiba que, assim que cruzar a porta de minha casa, você é minha por inteiro, farei contigo o que me der vontade. Terá que aceitar de boa vontade. Por isso tem que confiar em mim. — Vou foder você, quando quiser, como quiser e onde quiser. Vou disciplinar você, por que você vai estragar tudo. Adestrarei você para que me agrade. Mas sei que tudo isto é novo para você. — De inicio iremos com calma, e eu te ajudarei. Nós vamos atuar em vários cenários. Quero que confie em mim, mas sei que tenho que ganhar sua confiança, e o farei. O "em qualquer outro âmbito"... de novo, é para ajudar você a se colocar em uma situação. Significa que tudo está permitido. Ele se mostra apaixonado, cativante. Está claro que é sua obsessão, sua maneira de ser... Não conseguia afastar os olhos dele. Quero-o de verdade. Ele para de falar e me olha. — Continua comigo? — pergunta em um sussurro, com voz intensa, cálida e sedutora. Ele toma um gole de vinho sem tirar seus penetrantes olhos de mim. O garçom se aproxima da porta, e Christian assente ligeiramente para lhe indicar que pode retirar os pratos. — Quer mais vinho? — Tenho que dirigir. — Água, então? Eu concordo. — Normal ou com gás? — Com gás, por favor. O garçom parte. — Está muito pensativa, — sussurra Christian. — Você está muito falador. Ele sorri. — Disciplina. A linha que separa o prazer da dor é muito fina, Anastásia. São as duas caras de uma mesma moeda. E uma não existe sem a outra. Posso lhe ensinar quão prazerosa pode ser a dor. Agora não me acreditas, mas a isso me refiro quando falo de confiança. Haverá dor, mas nada que não possa suportar. Voltamos para o tema da confiança. Confia em mim, Ana? Ana! — Sim, confio em ti, — respondo espontaneamente, sem pensar... por que é verdade... Eu confio nele. — De acordo, — ele diz aliviado. — O resto, são apenas detalhes. — Detalhes importantes. — Ok, vamos falar sobre eles. Minha cabeça dá voltas com tantas palavras. Devia ter trazido o gravador da Kate para poder voltar a ouvir depois o que ele disse. Muita informação, muitas coisas para processar. O garçom volta a aparecer com o segundo prato: bacalhau, aspargos e purê de batatas com molho holandês. Eu nunca me senti com menos fome por alimentos. — Espero que você goste de pescado, — Christian diz em tom amável. Olho minha comida e bebo um longo gole de água com gás. Eu veementemente gostaria que fosse vinho. — A normas. Falemos das normas. Rompe o contrato pela comida? — Sim. — Posso mudar e dizer que comerá no mínimo três vezes ao dia? — Não. — Eu não vou ceder neste tema. Ninguém vai dizer-me o que tenho que comer. Como foder, sim, mas comer... não, de jeito nenhum. Ele aperta os lábios. — Preciso saber que não passa fome. Franzo o cenho. Por quê? — Tem que confiar em mim. Ele me olha por um instante e relaxa. — Touché, senhorita Steele, — diz em tom tranquilo. Aceito o da comida e o de dormir. — Por que não posso te olhar? — Isso é uma coisa de Dominante e Submissa. Você vai se acostumar com isso. Eu vou? — Por que não posso te tocar? — Porque não. Ele aperta os lábios. — Isso é por causa da senhora Robinson? Ele me olhou com curiosidade. — Por que você pensa isso? — E imediatamente o entende. — Você acredita que ela me traumatizou? Eu concordo. — Não Anastásia, não é por isso. Além disso, a senhora Robinson não tomaria qualquer dessas merdas de mim. Oh... mas eu sim, tenho que aceitar. Faço cara feia. — Então não tem nada que ver com isso... — Não. E tampouco quero que se toque. O que? Ah, sim, a cláusula de que não posso me masturbar. — Só por curiosidade... por quê? — Porque quero todo o seu prazer para mim, — diz em tom rouco, mas determinado. Oh... Não sei o que responder. Por um lado, aí está com seu "Quero te morder os lábios"; pelo outro, é muito egoísta. Franzo o cenho e espeto um pedaço de bacalhau, tentando avaliar mentalmente o que me aconteceu. A comida e o sono. Eu posso olhar nos olhos dele. Ele vai levar devagar, e ainda não falamos nos limites suaves. Mas não estou segura de que posso confrontar enfrentar isso de comida. — Terá muitas coisas para pensar, não é verdade? — Sim. — Quer que passemos já aos limites passíveis? — Não, depois de comer. Ele sorriu. — Delicado? — Mais ou menos. — Você não comeu muito. — Comi o suficiente. -Três ostras, quatro pedacinhos de bacalhau e um aspargo. Nem purê de batatas, nem frutas secas, nem azeitonas. E não comeste o dia todo. Você me disse que podia confiar. Caramba. Ele vai fazer um sermão completo. — Christian, por favor, não estou acostumada a ter conversas deste tipo todos os dias. — Preciso que esteja sadia e em forma, Anastásia. — Eu sei. — E agora mesmo quero tirar esse vestido de seu corpo. Engulo a saliva. Tirar o vestido de Kate. Sinto um puxão no mais profundo de meu ventre. Alguns músculos que agora estou mais familiarizada, se contraem com suas palavras. Mas não posso aceitar. Volta a utilizar contra mim sua arma mais potente. É fabuloso praticando sexo... Até eu me dei conta disso. — Não acredito que seja uma boa ideia, — eu murmurei. — Ainda não comemos a sobremesa. — Quer sobremesa? — ele pergunta baixinho. — Sim. — A sobremesa poderia ser você, — murmura sugestivamente. — Não estou segura de que seja bastante doce. — Anastásia, você é deliciosamente doce. Eu sei. — Christian, você utiliza o sexo como arma. Não me parece justo, — sussurro olhando para minhas mãos, e logo o encaro nos olhos. Levanta as sobrancelhas, surpreso, e vejo que esta pesando minhas palavras. Segura o queixo, pensativo. — Tem razão. Faço isso. Na vida, cada um utiliza o que sabe, Anastásia. Isso não muda o fato que eu deseje muitíssimo você. Aqui. Agora. Como é possível que me seduza somente com a voz? Já estou ofegando, com o sangue circulando a todo vapor pelas veias, e os nervos estremecendo. — Eu gostaria de tentar algo, — ele respira. Franzo o cenho. Acaba de me dar um montão de ideias que tenho que processar, e agora isto. — Se você fosse minha sub, você não teria que pensar sobre isso. Seria fácil. — Sua voz é doce e sedutora. — Todas estas decisões... todo o desgastante processo de pensamento por trás delas. Coisas como, “Ésta é a coisa certa a fazer?”, "Se isso poderia acontecer aqui?", "Poderia acontecer agora?". Não teria que se preocupar com esses detalhes. Seria eu, como seu Dom. E agora mesmo, eu sei que me deseja, Anastásia. Franzo o cenho ainda mais. Como ele pode dizer? — Estou tão seguro porque... Maldito seja, responde às perguntas que não lhe faço. É também adivinho? — ...seu corpo a delata. Está apertando as coxas, estás mais vermelha e sua respiração mudou. Oh, sim é demais. — Como sabe sobre minhas coxas? — pergunto em voz baixa, em tom incrédulo. Elas estão sob a mesa, pelo amor de Deus. — Eu notei que a toalha se movia, e deduzi, me apoiando em anos de experiência. Estou certo, não é? Ruborizo-me e encaro minhas mãos. Seu jogo de sedução me põe muito difícil. Ele é o único que conhece e entende as normas. Eu sou muito ingênua e inexperiente. Meu único ponto de referência é Kate, mas ela não aguenta bobagens dos homens. As demais experiências que tenho são do mundo da ficção: Elizabeth Bennet estaria indignada, Jane Eyre aterrorizada, e Tess sucumbiria, como eu. — Não terminei o bacalhau. — Prefere o bacalhau frio a mim? Levanto a cabeça, de repente, e o encaro. Um desejo imperioso brilha em seus olhos ardentes, como prata fundida, com necessidade imperiosa. — Pensei que você gostaria que comesse toda a comida do prato. — Agora mesmo, senhorita Steele, importa-me uma merda sua comida. — Christian, não joga limpo, de verdade. — Eu sei. Nunca joguei limpo. Minha deusa interior franze o cenho e tenta me convencer. Você pode. Jogue o seu jogo. Posso? De acordo. O que tenho que fazer? Minha inexperiência é um peso em torno do meu pescoço. Espeto um aspargo, o encaro e mordo o lábio. Logo, muito devagar, coloco a ponta do aspargo na boca e o chupo. Christian abre os olhos de maneira imperceptível, mas eu o noto. — Anastásia, o que está fazendo? Mordo a ponta. — Estou comendo um aspargo. Christian se remexe em sua cadeira. — Acredito que está jogando comigo, senhorita Steele. Finjo inocência. — Só estou terminando a comida, senhor Grey. Nesse preciso momento o garçom bate na porta e entra sem esperar resposta. Olho um segundo para Christian, que faz cara feia, mas concorda em seguida, assim que o garçom recolhe os pratos. A chegada do garçom quebrou o feitiço, e me apego a esse instante de lucidez. Tenho que ir. Se ficar, nosso encontro só poderá terminar de uma maneira, e preciso pôr certas barreiras depois de uma conversa tão intensa. Minha cabeça se rebela tanto como meu corpo morre de desejo. Preciso de um tempo, uma distancia para pensar em tudo o que me foi dito. Ainda não tomei uma decisão, e seus atrativos e sua destreza sexual não é nada fácil para mim. — Quer sobremesa? — pergunta Christian, tão cavalheiro como sempre, mas com os olhos ainda ardentes. — Não, obrigado. Acredito que tenho que ir, digo olhando para minhas mãos. — Já vai ? — pergunta sem poder ocultar sua surpresa. O garçom sai às pressas. — Sim. É a decisão correta. Se ficar nesta mesa com ele, me entregarei. Levanto com determinação. — Amanhã nos vemos as duas na cerimônia de graduação. Christian se levanta automaticamente, manifestando anos de arraigada urbanidade. — Não quero que vá. — Por favor... Tenho que ir. — Por quê? — Porque você me expôs muitas coisas, nas quais devo pensar... e preciso de uma certa distância. — Poderia fazer você ficar, — ele ameaça. — Sim, não seria difícil, mas não quero que faça. Ele passa a mão pelos cabelos, me olhando atentamente. — Olha, quando veio para minha entrevista e entrou em meu escritório, tudo era "Sim, senhor", "Não, senhor". Pensei que fosse uma submissa nata. Mas, na verdade, Anastásia, não estou seguro de que seja totalmente submissa, diz em tom tenso, se aproximando de mim. — Talvez você tenha razão, — eu respondo. — Quero ter a oportunidade de descobrir se é, — ele murmura, me olhando. Levanta um braço, acaricia meu rosto e passa o polegar pelo meu lábio inferior. Não sei fazer de outra maneira, Anastásia. Sou assim. — Eu sei. Ele inclina-se para me beijar, mas para antes de seus lábios tocarem os meus, seus olhos procuram os meus, como me pedindo permissão. Elevo os lábios para ele e me beija, e como não sei se voltarei a beijá-lo mais, deixo-me levar. Minhas mãos se movem, deslizam por seu cabelo, atraindo-o para mim. Minha boca se abre e minha língua acaricia a sua. Me pega pela nuca para me beijar mais profundamente, respondendo ao meu ardor. Desliza a outra mão pelas minhas costas, e ao chegar ao final da coluna, para e me aperta contra seu corpo. — Não posso te convencer de ficar? — pergunta sem deixar de me beijar. — Não. — Passe a noite comigo. — Sem tocar em você? Não. Ele geme. — Você é impossível, garota. — Queixa-se. Levanta a cabeça e me olha fixamente. —Por que tenho a impressão de que está se despedindo de mim? — Porque eu tenho que ir, agora. — Não é isso o que quero dizer, e você sabe. — Christian, eu tenho que pensar em tudo isto. Não sei se posso manter o tipo de relação que você quer. Ele fecha os olhos e pressiona sua cabeça contra a minha, dando a ambos a oportunidade de relaxar ou respirar. Um momento depois me beija na testa, respira fundo, com o nariz afundado em meu cabelo, me solta e dá um passo atrás. — Como quiser, senhorita Steele, — diz com rosto impassível. Acompanho você até o vestíbulo. Estendo a mão. Inclino-me, pego a bolsa e lhe dou a mão. Maldito seja, isto poderia ser tudo. Eu o sigo pela grande escada até o vestíbulo, sinto coceira no couro cabeludo, e o sangue me bombeia depressa. Poderia ser o último adeus se eu não aceitar. Meu coração se contrai dolorosamente no peito. Que reviravolta. Que diferença um momento de clareza pode fazer a uma menina. — Tem o ticket do estacionamento? Pego o ticket na bolsa e entrego. Christian o entrega ao porteiro. O encaro enquanto esperamos. — Obrigada pelo jantar, — eu murmuro. — Foi um prazer como sempre, senhorita Steele, — ele responde educadamente, embora pareça distante em seus pensamentos, completamente distraído. Observo atentamente e memorizo seu formoso perfil. Obcecada com a desagradável ideia de que poderia não voltar a vê-lo. Tudo isso é muito doloroso para mim, de repente, se vira e me olha com expressão intensa. — Esta semana eu volto para Seattle. Se tomar a decisão correta, poderei ver você no domingo? — pergunta em tom inseguro. — Bem, vou ver. Talvez. — Eu respiro. Momentaneamente, ele parece aliviado, mas em seguida franze o cenho. — Agora faz frio. Você trouxe casaco? — Não. Ele sacode a cabeça com irritação e tira a sua jaqueta. — Toma. Não quero que passe frio. Eu pisco para ele, enquanto ele segurava a jaqueta aberta. Ao passar os braços pelas mangas, lembro um momento em seu escritório em que ele pôs a jaqueta sobre os ombros, no dia em que o conheci, e a impressão que me causou. Nada mudou. Na realidade, agora é até mais intenso. Sua jaqueta estava quente, era muito grande e cheira a ele. Oh meu... delicioso. Chega o meu carro. Christian fica boquiaberto. — Esse é seu carro? — Ele estava horrorizado. Agarra minha mão e sai comigo ao encalço. O manobrista sai, me entrega as chaves, e Christian lhe dá uma gorjeta. — Está em condições de circular? — pergunta, me fulminando com o olhar. — Sim. — Chegará até Seattle? — Claro que sim. — Em segurança? — Sim — respondo irritada. Veja, é velho, mas é meu e funciona. — Meu padrasto comprou pra mim. — Oh, Anastásia, acredito que podemos melhorar isso. — O que você quer dizer? — de repente, entendo. — Nem pense em me comprar um carro. Ele me olha com o cenho franzido e a mandíbula tensa. — Logo veremos, — responde. Faz uma careta enquanto abre a porta do condutor e me ajuda a entrar. Eu tiro os sapatos e abaixo o vidro. Ele me olha com expressão impenetrável e olhos turvos. — Conduza com cuidado, — diz em voz baixa. — Adeus, Christian. — Eu digo com voz rouca, como se estivesse a ponto de chorar... caramba, eu não vou chorar. Eu sorrio ligeiramente. Enquanto me afasto, sinto uma pressão no peito, começam a aflorar as lágrimas e sufoco um soluço. As lágrimas não demoram a rolar por minhas bochechas, embora, a verdade é que não entendo por que choro. Eu estava me segurando. Ele explicou tudo. Ele foi claro. Ele me quer, mas preciso de mais. Preciso que ele me queira como eu o quero e preciso, e no fundo sei que não é possível. Estou triste. Eu nem sei como classificá-lo. Se aceitar... ele será meu namorado? Poderei apresentá-lo aos meus amigos? Ir com ele a bares, ao cinema ou jogar boliches? Acredito que não, na verdade. Ele não vai me deixar tocá-lo, nem dormir com ele. Sei que não tenho feito estas coisas no passado, mas quero fazer no futuro. E não é este o futuro que ele tem pra mim. E se eu disser que sim, e no prazo de três meses ele disser que não, que se cansou de tentar me moldar-me em algo que não sou. Como vou me sentir? Estarei comprometida emocionalmente? E durante três meses terei feito coisas que não estou segura de que queira realmente fazer. E se depois me diz que não, que acabou o acordo, como vou sobreviver o abandono? Possivelmente o melhor seja desistir agora, quero manter minha auto-estima mais ou menos intacta. Mas a ideia de não voltar mais a vê-lo parece insuportável. Como ele entrou em minha pele em tão pouco tempo? Não pode ser apenas sexo... pode? Passado a mão pelos olhos para secar as lágrimas. Não quero analisar o que sinto por ele. Assusta-me só de pensar o que poderia descobrir. O que vou fazer? Estaciono em frente a nossa casa. Não vejo luzes acesas, assim acho que Kate deve ter saído. É um alívio. Não quero ter que responder perguntas. Enquanto me dispo, ligo meu computador infernal e encontro uma mensagem de Christian na caixa de entrada.  De: Christian Grey Data: 25 de maio de 2011 22:01 Para: Anastásia Steele Assunto: Esta noite Não entendo por que saiu correndo esta noite. Espero sinceramente ter respondido todas as suas perguntas de forma satisfatória. Sei que tem que expor muitas coisas e espero fervorosamente que leve a sério minha proposta. Quero de verdade que isto funcione. Temos que levar com calma. Confie em mim. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Este e-mail me fez chorar ainda mais. Não sou uma fusão empresarial. Não sou uma aquisição. Lendo este email, qualquer uma diria sim. Não lhe respondo. Não sei o que lhe dizer, essa é a verdade. Ponho o pijama e me meto na cama enrolada em sua jaqueta, deitada na escuridão, penso em todas as vezes que me advertiu para que me mantivesse afastada dele. "Anastásia, deveria se manter afastada de mim. Não sou um homem para ti." "Eu não tenho namoradas." "Não sou um homem de flores e corações." "Eu não faço amor." "Não sei fazer de outra maneira." Eu choro silenciosamente, abraçada em meu travesseiro, é nessa última ideia que me agarro. Tampouco eu sei fazer de outra maneira. Talvez juntos possamos encontrar um outro caminho. Capítulo 14 Christian estava de pé acima de mim segurando um chicote de couro trançado. Ele apenas usava um jeans Levis velho, desbotado e rasgado. Ele golpeia o chicote lentamente em sua palma sem deixar de me olhar. Ele estava sorrindo, triunfante. Eu não posso me mover. Eu estou nua e algemada, de braços abertos, em uma grande cama de dossel. Avançando, ele arrastou a ponta do chicote da minha testa para baixo e pelo comprimento do meu nariz, então eu pude cheirar o couro, depois sobre os meus lábios entreabertos, eu ofegava. Ele empurra a ponta em minha boca assim eu posso saborear o couro liso, rico. — Chupe isso, — ele comandou, com sua voz suave. Minha boca fecha acima da ponta à medida que eu obedeço. — Já chega, — ele estala. Eu arquejo mais uma vez, enquanto ele arrasta o chicote de minha boca, trilhando o caminho para baixo, pelo meu queixo, em meu pescoço e para o oco na base da minha garganta. Ele girou o chicote lentamente, em seguida continuou a arrastar a ponta do chicote para baixo em meu corpo, ao longo de meu esterno, entre meus seios, acima de meu torso, até meu umbigo. Eu arquejo, torcendo, puxando contra minhas restrições, que estão em meus pulsos e tornozelos. Ele roda a ponta ao redor meu umbigo, então continua a arrastar a ponta de couro para baixo, por meu pelo pubiano e para meu clitóris. Ele sacode o chicote e bate com força em meu clitóris e eu gozo, gloriosamente, gritando em minha liberação. Abruptamente, eu desperto, com a respiração ofegante, coberta de suor e sentindo os tremores secundários de meu orgasmo. Mas que Inferno. Eu estou completamente desorientada. Que diabo acabou de acontecer? Eu estou em meu quarto, sozinha. Como? Por quê? Eu me sento ereta, chocada… uau. Já é de manhã. Eu olhei para o meu relógio de alarme – oito horas. Eu ponho minhas mãos na cabeça. Eu não sabia que eu podia sonhar com sexo. Será que foi algo que comi? Talvez as ostras e minha pesquisa na Internet, se manifestando apropriadamente em meu primeiro sonho quente e molhado. Estou desnorteada. Eu não tinha nenhuma ideia de que podia ter um orgasmo em meu sono. Kate está se movimentando dentro da cozinha, quando eu meio que entro cambaleante. — Ana, você está bem? Você parece estranha. A jaqueta que você está vestindo é de Christian? — Eu estou bem. — Maldição, eu devia ter me olhado no espelho. Eu evito seus olhos verdes, penetrantes. Eu ainda estou me recuperando do meu evento matutino. — Sim, a jaqueta é Christian. Ela franziu a testa. — Você dormiu? — Não muito bem. Eu me dirigi à chaleira. Eu preciso de um chá. — Como foi o jantar? E lá vamos nós... — Nós comemos ostras. Seguidas por bacalhau, então eu diria que foi piscoso. — Ugh… eu odeio ostras, eu não quero saber sobre a comida. Como estava Christian? Sobre o que você conversou? — Ele foi atencioso, — eu pauso. O que eu posso dizer? Que ele é HIV é negativo, ele estava limpo, que ele estava encenando pesadamente, querendo que eu obedeça a todos os seus comandos, que ele machucou alguém uma vez ao amarrá-la no teto de seu quarto, que ele quis me foder na sala de jantar privada. Isso seria um bom resumo? Eu desesperadamente tento me lembrar de algo sobre o meu encontro com Christian, que eu possa discutir com Kate. — Ele não aprova a Wanda. — Quem, Ana? Isto é notícia velha. Por que você está sendo tão modesta? Desista, amiga. — Oh, Kate, nós conversamos sobre muitas coisas. Você sabe, o quão exigente ele é sobre comida. Incidentemente, ele gostou de seu vestido. — A água da chaleira ferveu, então eu faço algum chá. — Você quer chá? Quer que eu de ouça o seu discurso para hoje? — Sim, por favor. Eu trabalhei nele ontem à noite, com Lilah. Eu vou buscá-la. E sim, eu adoraria um chá. — Kate correu para fora da cozinha. Irritada, Katherine Kavanagh desviou. Eu cortei um pão e coloquei-o na torradeira. Ruborizei ao lembrar do meu sonho muito vívido. Que diabos foi aquilo? Ontem à noite foi difícil dormir. Minha cabeça estava zumbindo com as várias opções. Eu estou tão confusa. A ideia de Christian de uma relação era mais como uma oferta de trabalho, com seus horários, com uma descrição de trabalho e um conjunto de procedimento bastante severo. Não é como se eu enfrentasse o meu primeiro romance, mas, claro, Christian não é romântico. Se eu disser a ele que eu quero mais, ele pode dizer não… e eu poderia arriscar a aceitar o que ele ofereceu. E isto é o que mais me interessa, porque eu não quero perdê-lo. Mas eu não estou certa de que tenha estômago para ser sua submissa. No fundo, são os bastões e chicotes que me perturbam. Eu sou uma covarde física, percorrerei um longo caminho para evitar a dor. Eu penso sobre meu sonho… será que seria assim? Minha deusa interior salta de cima para baixo com pom-poms de torcida, gritando sim para mim. Kate volta para a cozinha com seu laptop. Eu me concentro em meu pão e escuto, pacientemente, como ela apresentará seu discurso em Valedictorian. Eu estou vestida e pronta para quando Ray chegar. Eu abro a porta da frente, e ele esta em pé na varanda, em seu terno mal-adaptado. Uma onda morna de gratidão e o amor por este homem descomplicado atravessou-me, eu lanço meus braços ao redor dele, em uma exibição não característica de afeto. Ele fica surpreendido, perplexo. — Ei, Annie, eu estou contente em ver você também, — ele murmurou, enquanto me abraçava. Se afastando de mim, com suas mãos em meus ombros, ele me olha de cima a baixo, com suas sobrancelhas apertadas. — Você está bem, garota? — Claro, Papai, uma menina não pode estar contente em ver seu velho? Ele sorriu, seus olhos escuros ondulando nos cantos, seguindo-me na sala de estar. — Você parece bem, — ele diz. — Este vestido é da Kate. — Olhei para o vestido de chiffon cinza com decote. Ele franziu o cenho. — Onde está Kate? — Ela foi para o campus. Ela estará fazendo um discurso, então ela tem que estar lá bem cedo. — Nós devíamos ir? — Papai, nós temos meia hora. Você gostaria de algum chá? E você pode dizer-me como está todo mundo em Montesano. Como está o transito? Ray puxou o seu carro para o estacionamento do campus e nós seguimos o fluxo de pessoas pontilhado com onipresentes becas pretas e vermelhas, indo em direção ao auditório de esportes. — Boa sorte, Annie. Você parece muito nervosa, você tem que fazer alguma coisa? Caramba… por que Ray escolheu hoje para ser tão observador? — Não, Papai. É um grande dia. — E eu vou o vê-lo. — Sim, a minha garotinha conseguiu um grau. Eu me orgulho de você, Annie. — Aw… obrigado Ray. — Oh eu amo este homem. O auditório de esportes estava lotado. Ray foi se sentar com os outros pais e simpatizantes no assento inclinado, enquanto eu faço meu caminho para minha cadeira. Eu estou vestindo minha beca preta e meu capelo, eu me sinto protegida por eles, anônima. Não há ninguém sobre o palco ainda, mas eu não consigo acalmar o meu nervosismo. Meu coração está disparado e minha respiração é curta. Ele está aqui, em algum lugar. Eu me pergunto se Kate está conversando com ele, interrogando-o talvez. Eu faço o caminho para minha cadeira no meio dos alunos na mesma categoria, cujos sobrenomes também começam com S. Eu estou na segunda fila, dispondo-me ainda mais ao anonimato. Eu olho para trás de mim e localizo Ray sentado no alto das arquibancadas. Eu dou a ele um aceno. Ele conscientemente dá para mim um meio aceno, meia saudação de volta. Eu me sento e espero. O auditório se enche depressa, o zumbido de vozes excitadas fica mais alto e mais alto. A fila de cadeiras na frente se enche. E em um e outro lado de mim, eu estou junto de duas meninas a quem não conheço, são de uma faculdade diferente. Elas, obviamente, são amigas próximas e conversam através de mim, excitadamente. As onze, exatamente, o Reitor aparece por detrás do palco, seguidos pelos três Vice Reitores, e então, pelos professores seniores, todos vestidos com seus trajes pretos e vermelhos. Nós levantamos e aplaudimos nosso pessoal de ensino. Alguns Professores movimentam a cabeça e acenam, outros parecem chateados. Professor Collins, meu tutor e meu professor favorito, parece ter acabado de sair da cama, como sempre. Os últimos a entrarem no palco são Kate e Christian. Christian destaca-se em seu terno sob medida cinza, com as luzes do auditório refletindo e enfatizando o tom cobre de seus cabelos. Ele parece tão sério e contido. Quando ele se senta, ele abre o único botão preso de seu paletó e eu vislumbro a sua gravata. Caramba… aquela gravata! Eu esfrego meus pulsos reflexivamente. Eu não posso tirar os meus olhos dele, sua beleza me distrai como sempre e ele está usando está gravata de propósito, sem dúvida. Eu posso sentir minha boca apertada em uma linha dura. O público se senta e o aplauso cessa. — Olhe para ele!— Uma das meninas ao meu lado respira entusiasticamente para sua amiga. — Ele é sexy e quente. Eu endureço. Eu estou certa de que elas não estão conversando sobre o Professor Collins. — Deve ser Christian Grey. — Ele é solteiro? Eu eriço. — Eu acho que não, — eu murmuro. — Oh. — Ambas as meninas olham para mim em surpresa. — Eu acho que ele é gay, — eu murmúrio. — Que vergonha, — uma das meninas geme. Quando o Reitor se levanta e dá inicio aos atos com sua fala, eu assisto Christian que sutilmente percorre o olhar pela sala. Eu afundo em minha cadeira, curvando meus ombros, tentando me fazer tão imperceptível quanto possível. Eu falho miseravelmente como uns segundos mais tarde seus olhos cinza acham os meus. Ele olha fixamente para mim, seu rosto impassível, completamente misterioso. Eu me mexo desconfortavelmente, hipnotizada por seu olhar e sinto um rubor lento se espalhar através de meu rosto. Espontaneamente, eu recordo meu sonho desta manhã e os músculos em minha barriga dão um aperto deleitável. Eu inalo fortemente. Eu posso ver a sombra de um de sorriso cruzar os seus lábios, mas é passageiro. Ele brevemente fecha seus olhos e ao abri-los, retoma a sua expressão indiferente. Seguindo um olhar rápido para o Reitor, ele olha fixamente para frente, enfocando o emblema da WSUV pendurado acima da entrada. Ele não gira seus olhos em direção a mim novamente. O Reitor fala sem parar, e Christian ainda não olha para mim, ele mantém o olhar fixo para frente. Por que ele não olhou mais para mim? Talvez ele tenha mudado de ideia? Uma onda de mal-estar cai sobre de mim. Talvez sair com ele na noite passada fosse o fim para ele também. Ele estaria chateado de esperar que eu me decida. Oh não, eu podia ter estragado tudo completamente. Eu lembrei de seu e-mail de ontem à noite. Talvez ele estivesse zangado por que não respondi. De repente, a sala estoura em aplausos, quando a Senhorita Katherine Kavanagh subiu no palco. O Reitor se senta e Kate lança o seu adorável cabelo longo para trás dela, enquanto ela coloca seus documentos na tribuna. Ela toma seu tempo, não se intimidando por mil pessoas boquiabertas estarem olhando para ela. Ela sorri quando está pronta, olhando para a multidão cativada e eloquentemente começando o seu discurso. Ela é tão composta e engraçada, as meninas ao meu lado estouram risadas na sua primeira piada. Oh, Katherine Kavanagh, você realmente sabe como pronunciar um discurso. Eu me senti tão orgulhosa por ela naquele momento, meus pensamentos de errantes sobre Christian foram empurrados para um lado. Embora eu tenha ouvido o seu discurso antes, eu escuto cuidadosamente. Ela comanda a sala e leva o seu público com ela. Seu tema é: O que vem depois da faculdade? Sim, realmente o que esperar? Christian estava assistindo Kate, suas sobrancelhas ligeiramente levantadas, em surpresa, eu penso. Sim, poderia ter sido Kate quem tivesse ido o entrevistar. E poderia ter sido Kate a quem ele estaria agora fazendo propostas indecentes. A bela Kate e o belo Christian, juntos. Eu podia ser como as duas meninas ao meu lado, admirando ele de longe. Eu sei que Kate não teria o feito esperar. Do que ela o chamou no outro dia? Arrepiou-se. O pensamento de uma confrontação entre Kate e Christian, me faz desconfortável. Eu tenho que dizer que, eu não sei em qual deles eu faria a minha aposta. Kate concluiu sua fala com um floreado e espontaneamente todos levantaram, aplaudindo e torcendo, sua primeira ovação. Eu olhei para ela com alegria e ela sorriu de volta para mim. Bom trabalho, Kate. Ela se senta, assim como o público e o Reitor sobe e introduz Christian… caramba, Christian vai fazer um discurso. O Reitor fala brevemente sobre as realizações de Christian: CEO de sua própria e extraordinariamente bem sucedida companhia, um homem que realmente fez o seu próprio caminho. — E também um benfeitor importante da nossa Universidade, por favor, boas-vindas para o Sr. Christian Grey. O Reitor sacudiu a mão de Christian e houve uma onda de aplausos educados. Meu coração estava em minha garganta. Ele subiu na tribuna e inspecionou o corredor. Ele parece tão confiante estando na frente de todos nós, como Kate fez antes dele. As duas meninas ao meu lado inclinaram-se, extasiadas. De fato, eu penso a maior parte dos membros femininos da audiência chegaram um pouco mais perto e alguns dos homens também. Ele começou, com sua voz suave, medida, hipnotizando. — Eu estou profundamente agradecido e tocado pelos grandes elogios concedidos a mim pelas autoridades da WSU hoje. Ofereceram a mim uma rara oportunidade para conversar sobre o trabalho impressionante do departamento de ciência ambiental aqui na Universidade. Nossa meta é desenvolver métodos viáveis e ecologicamente sustentáveis de agricultura para países do terceiro mundo; nossa última meta é ajudar a erradicar a fome e a pobreza através do globo. Mais de um bilhão das pessoas, principalmente na África Sub-Saariana, Sul da Ásia e América Latina, vivem em uma pobreza miserável. A deficiência agrícola é predominante dentro destas partes do mundo e o resultado é destruição ecológica e social. Eu sei o que é estar profundamente faminto. Isto é uma jornada muito pessoal para mim… Minha mandíbula caiu no chão. O que? Christian esteve com fome alguma vez. Caramba. Bem, isso explica muita coisa. E eu recordei a entrevista; ele realmente queria alimentar o mundo. Eu desesperadamente procurei em meu cérebro, para lembrar o que Kate escreveu em seu artigo. Adotado aos quatro anos, eu penso. Eu não posso imaginar que Grace o deixou com fome, então ele deve ter sofrido antes disso, quando menininho. Eu fico com o coração apertado só com o pensamento de uma criança faminta, de olhos cinza. Oh não. Que tipo de vida ele teve antes dos Greys conseguirem pegá-lo e resgatá-lo? Eu sou tomada por uma sensação de forte indignação, pobre, fodido, enroscado, filantrópico Christian... entretanto eu estou certa que ele não vê a ele mesmo deste modo e repeliria quaisquer pensamentos de condolências ou piedade. Abruptamente, todo mundo entra repentinamente em aplauso e permanece. Eu sigo, entretanto, não ouvindo metade de seu discurso. Ele está fazendo todos estes bons trabalhos, gerindo uma companhia enorme e me perseguindo ao mesmo tempo. É impressionante. Lembro-me dos trechos breves da conversa que ele teve sobre Darfur… e tudo cai no mesmo lugar. Alimentos. Ele sorriu brevemente no aplauso morno, até Kate está aplaudindo, então ele retoma sua cadeira. Ele não olha para mim e eu estou fora de condição, tentando assimilar estas novas informações sobre ele. Um dos Vice-Reitores sobe e nós começamos o processo longo e tedioso de pegarmos os nossos diplomas. Existem mais de quatrocentos formandos e isso leva uma longa hora antes de eu ouvir meu nome. Eu faço o meu caminho para o palco entre as risadinhas das duas meninas. Christian olha para mim, seu olhar é morno, mas controlado. — Parabéns, Senhorita Steele, — ele disse, quando agitou a minha mão, apertando suavemente. Eu sinto a carga de sua carne na minha. — Você teve um problema com seu laptop? Eu fiquei séria, quando ele me entregou o meu diploma. — Não. — Então você está ignorando meus e-mails? — Eu só vi as fusões e aquisições. Ele olhou interrogativamente para mim. — Mais tarde, — ele disse, acho que estou interrompendo a fila. Eu volto para minha cadeira. E-mails? Ele deve ter enviado outro. O que ele disse? A cerimônia toma outra hora para concluir. É interminável. Finalmente, o Reitor lidera os membros do corpo docente para fora do palco e para um aplauso ainda mais empolgante, precedidos por Christian e Kate. Christian não olha para mim, mesmo que eu esteja disposta a fazê-lo. Minha deusa interior não está contente. Então eu permaneço e espero por nossa fila dispersar, Kate chama por mim. Ela está encabeçando meu caminho por detrás do palco. — Christian quer conversar com você, — ela grita. As duas meninas que estão agora de pé ao meu lado, viram-se e bocejam para mim. — Ele me mandou aqui, — ela continua. Oh… — Seu discurso foi ótimo, Kate. — Foi, não é? — Ela irradiava. — Você vai? Ele pode ser muito insistente. — Ela rolou seus olhos e eu sorri. — Você não tem nenhuma ideia. Eu não posso deixar Ray muito tempo. — Eu olhei para Ray e levantei meus dedos para cima para indicar cinco minutos. Ele movimenta a cabeça, dando a mim um sinal de acordo e eu segui Kate pelo corredor atrás do palco. Christian estava conversando com o Reitor e dois professores. Ele olhou para cima quando me viu. — Com licença, cavalheiros, — eu o ouço murmúrio. Ele vem na minha direção e sorri brevemente para Kate. — Obrigado, — ele diz, e antes que possa responder, ele toma meu cotovelo e me guia para o que parece ser uma sala de armários masculinos. Ele verifica se está vazio e então ele fecha a porta. Caramba, o que ele tem em mente? Eu pisco para ele quando se volta para mim. — Por que você não mandou um email para mim? Ou mandou uma mensagem de volta? — Ele olhou. Eu estou perplexa. — Eu não olhei para meu computador hoje, ou meu telefone. — Droga, ele tem tentado me ligar? Eu tento minha técnica de distração que é tão efetiva em Kate. — Você fez um grande discurso. — Obrigado. — Explique seus assuntos de comida para mim. Ele corre uma mão por seu cabelo, exasperado. — Anastásia, não eu quero falar sobre isso agora. — Ele fechou os seus olhos, parecendo aflito. — Eu fiquei preocupado com você. — Preocupado, por quê? — Porque você foi para casa naquela armadilha que você chama um carro. — O que? Não é uma armadilha. É bom. José faz a manutenção, regularmente, para mim. — José, o fotógrafo? — os olhos de Christian estão apertados, seu rosto está congelado. Oh merda. — Sim, o Fusca era da sua mãe. — Sim, provavelmente sua mãe e sua avó, antes de ser dela. Não é seguro. — Eu o tenho dirigido por mais de três anos. Eu sinto muito que você esteja preocupado. Por que você não chamou? — Puxa, ele está exagerando completamente. Ele respirou fundo. — Anastásia, eu preciso de uma resposta sua. Esta espera está me deixando louco. — Christian, eu… olhe, eu deixei meu padrasto sozinho. — Amanhã. Eu quero uma resposta, amanhã. — Certo. Amanhã, eu direi a você então. — Eu pisquei para ele. Ele andou de volta, em relação a mim friamente e seus ombros relaxaram. — Você vai ficar para beber? — Ele perguntou. — Eu não sei o que Ray quer fazer. — Seu padrasto? Eu gostaria de encontrá-lo. Oh não… por quê? — Eu não estou certa que isto é uma boa ideia. Christian destrancou a porta, sua boca fez uma linha horrenda. — Você tem vergonha de mim? — Não! — Foi minha vez de soar exasperada. —Apresentar você para meu pai como o que? ‘Este é o homem que me deflorou e quer que nós comecemos uma relação de BDSM'. Você não está usando tênis. Christian levantou os olhos para mim, então seus lábios estremeceram em um sorriso. E apesar do fato que eu estar louca por ele, meu rosto estava involuntariamente puxado um sorriso de resposta. — Só assim você sabe que eu posso correr bastante rápido. Só diga a ele que eu sou seu amigo, Anastásia. Ele abre a porta, e eu encabeço para fora. Minha mente está girando. O Reitor, os três Vice-Reitores, quatro professores e Kate olham fixamente para mim enquanto eu caminho apressadamente, passando por eles. Caramba. Deixando Christian com a faculdade, eu fui à procura de Ray. Diga a ele que eu sou seu amigo. Amigo com benefícios, eu franzi a testa subconscientemente. Eu sei, eu sei. Eu agitei o pensamento desagradável para longe. Como eu o apresentarei para Ray? O corredor ainda estava meio cheio e Ray não se moveu de seu lugar. Ele me vê, acena e faz de seu modo. — Eh, Annie. Parabéns. — Ele põe seu braço ao meu redor. — Você gostaria de vir comigo e tomar uma bebida na marquise? — Certo. É seu dia. Vá em frente. — Nós não temos, se você não quiser.... — Por favor diga não… — Annie, eu me acabei de sentar por umas duas horas e meia, escutando todo o tipo de tagarelar. Eu preciso de uma bebida. Eu ponho meu braço no seu e nós saímos do recinto com a multidão, no calor do início da tarde. Nós passamos pela fila para o fotógrafo oficial. — Oh, antes que esqueça. — Ray tirou uma máquina fotográfica digital de seu bolso. — Uma para o álbum, Annie. — Eu rolei meus olhos, enquanto ele clica uma foto minha. — Eu posso tirar o capelo e a beca, agora? Eu me sinto um tipo de idiota. Você parece meio que idiota… meu subconsciente está em seu melhor sarcasmo. Então, você vai apresentar Ray para o homem que você fode? Ele Ficará muito orgulho... Meu subconsciente está me olhando por cima com olhar superior. Deus, eu a odeio às vezes. A marquise é imensa e cheia de alunos, pais, professores e amigos, todos tagarelando alegremente. Ray me dá uma taça de champanhe ou vinho efervescente barato, eu suspeito. Não está gelado e tem gosto doce. Meus pensamentos viram para Christian… ele não gostará disto. — Ana! — Eu giro e Ethan Kavanagh agarra-me em seus braços. Ele me gira ao redor, sem derramar meu vinho, o que é uma façanha. — Parabéns! — Ele sorri para mim, piscando seus olhos verdes. Que surpresa. Seu cabelo é louro escuro, desgrenhado e sensual. Ele é tão bonito quanto Kate. A semelhança de família é impressionante. — Ethan! Que adorável ver você. Papai, este é Ethan, Irmão de Kate. Ethan, este é meu pai, Ray Steele. — Eles apertam as mãos, meu pai friamente avaliando Sr. Kavanagh. — Quando chegou da Europa? — Eu pergunto. — Faz uma semana, mas eu quis surpreender minha irmãzinha, — ele diz conspirativamente. — Isto é tão doce. — Eu sorrio para ele. — Ela é Valedictorian, não podia faltar com ela. — Ele parece imensamente orgulhoso de sua irmã. — Ela fez um grande discurso. — Sim, ela fez,— Ray concorda. Ethan tinha seu braço ao redor minha cintura quando eu olhei para cima, para os olhos cinza gelados de Christian Grey. Kate estava ao lado dele. — Oi, Ray, — Kate beijou Ray em ambas as bochechas, fazendo-o ruborizar. —Você conhece o namorado da Ana? Christian Grey. Carmba… Kate! Mas que Porra! Todo o sangue do meu rosto foi drenado. — Sr. Steele, é um prazer conhecer você. — Christian suavemente disse, calorosamente, completamente imperturbável com a apresentação de Kate. Ele estende a sua mão, que, todo crédito para Ray, a toma, não mostrando uma sugestão de surpresa, apenas toma. Muito obrigado, Katherine Kavanagh, eu fumego. Eu penso que meu subconsciente desfaleceu. — Sr. Grey, — Ray murmurou, sua expressão era indecifrável, exceto talvez, pelo leve arregalar de seus grandes olhos marrons. Eles deslizaram para o meu rosto com um, quando era que você ia dar para mim esta notícia, olhar. Eu mordi o meu lábio. — E isto é meu irmão, Ethan Kavanagh. — Disse Kate para Christian. Christian deu um olhar ártico para Ethan, que ainda tinha seu braço ao redor de mim. — Sr. Kavanagh. Eles apertam as mãos. Christian estendeu sua mão para mim. — Ana, querida, — ele murmurou. Quase morro ao escutá-lo. Eu saio do aperto de Ethan, ao qual Christian solta um sorriso frio. E eu me posiciono ao seu lado. Kate sorriu para mim. Ela sabia exatamente o que estava fazendo, a raposa! — Ethan, Mamãe e papai querem uma palavra. — Kate arrasta Ethan para longe. — Então, crianças, a quanto tempo vocês se conhecem? — Ray olhou impassivelmente de Christian para mim. O poder da fala fugiu de mim. Eu queria que o chão me absorvesse. Christian pôs seu braço ao redor mim, seu polegar deslizando em minhas costas nuas em uma carícia, antes de sua mão apertar o meu ombro. — Um par de semanas, — ele disse suavemente. —Nós nos conhecemos quando Anastásia veio me entrevistar para a revista dos alunos. — Não sabia que você trabalhou na revista dos alunos, Ana. — A voz de Ray rinha uma repreensão silenciosa, revelando sua irritação. Merda. — Kate estava doente, — eu murmurei. Foi tudo que eu pude administrar. — Belo discurso o seu, Sr. Grey. — Obrigado, senhor. Eu entendi que você é um grande pescador. Ray levantou suas sobrancelhas e sorriu, num raro e genuíno sorriso de Ray Steele e foram eles, conversando sobre peixes. De fato, eu logo me senti sobrando. Ele estava encantando o meu pai… como ele esta por você, meu subconsciente falou para mim. Seu poder não conhece limites. Eu me desculpei e sai para achar Kate. Ela estava conversando com seus pais, que são atenciosos como sempre e calorosamente me saúdam. Nós trocamos breves amabilidades, principalmente sobre as próximas férias em Barbados e sobre nosso movimento. — Kate, como você pode apresentá-lo para o Ray? — Eu reclamei na primeira oportunidade que nós tivemos de não sermos ouvidas. — Porque eu sabia que você nunca faria e eu quero ajudar Christian com os assuntos de compromisso. — Kate sorriu para mim docemente. Eu fiz uma carranca. Sou eu que não quero compromisso com ele, sua tola! — Ele parece muito legal sobre isto, Ana. Não mele. Olhe para ele agora, Christian não pode tirar seus olhos de você. — Eu olhei para cima, ambos, Ray e Christian, estavam olhando para mim. — Ele tem estado vigiando você como um falcão. — Seria melhor eu ir resgatar Ray ou Christian. Eu não sei qual deles. Você não ouviu a última palavra sobre isso, Katherine Kavanagh! — Eu olhei para ela. — Ana, eu te fiz um favor, — ela falou atrás de mim. — Oi. — Eu sorri para eles dois em meu retorno. Eles parecem bem. Christian estava apreciando alguma piada particular e meu papai parecia incrivelmente relaxado, dado que ele estava em uma ocasião social. O que mais eles tinham discutido além de peixes? —Ana, onde estão os banheiros? — Atrás da marquise, à esquerda. — Vejo você em um momento. Vocês, crianças, se divirtam. Ray foi-se. Eu olhei nervosamente para Christian. Nós pousamos brevemente para um fotógrafo. — Obrigada, Sr. Grey. — O fotógrafo foi embora. Eu fiquei piscando por causa do flash. — Então você encantou meu pai também? — Também? — Os olhos cinza de Christian queimaram e ele levantou uma sobrancelha interrogativa. Eu corei. Ele ergue sua mão e traçou a minha bochecha com seus dedos. — Oh, eu gostaria de saber o que você estava pensando, Anastásia, — ele sussurrou sombriamente, acariciando o meu queixo e levantando minha cabeça de forma que nos olhamos atentamente, um nos olhos do outro. Minha respiração estava arfante. Como ele pode ter este efeito sobre mim, até nesta festa lotada? — Agora mesmo, eu estou pensando, que gravata bonita, — eu respirei. Ele riu. — Esta, recentemente, se tornou a minha favorita. Eu estava escarlate de rubor. — Você parece adorável, Anastásia, o decote deste vestido se adapta bem a você e eu posso atacar suas costas, sentir sua bonita pele. De repente, era como se nós estivéssemos sozinhos no quarto. Apenas nós dois, meu corpo inteiro ficou vivo, cada terminação nervosa estava suavemente cantando, aquela eletricidade me puxando para ele, carregando entre nós. — Você sabe que vai ser bom, não é, bebê? — Ele sussurrou. Eu fechei meus olhos, enquanto o meu interior desenrolou e derreteu. — Mas eu quero mais, — eu sussurrei. — Mais? — Ele olhou para mim perplexo, seus olhos escureceram. Eu sacudi a cabeça e engoli. Agora ele sabe. — Mais — ele diz novamente, suavemente. Testando a palavra, uma palavra pequena, simples, mas tão cheia de promessa. Seu dedo polegar fez uma trilha para baixo até o meu lábio. —Você quer corações e flores. Eu movimentei a cabeça novamente. Ele piscou para mim, eu assisti a sua luta interna, em seus olhos. — Anastásia. — Sua voz é suave. — Não é algo que eu saiba. — Nem eu. Ele sorriu ligeiramente. — Você não sabe muito, — ele murmura. — E você sabe todas as coisas erradas. — Erradas? Não eu. — Ele agitou sua cabeça. Ele parecia tão sincero. — Tente isto, — ele sussurrou. Um desafio, ousando-me, ele levantou a sua cabeça para um lado e seu sorriso entortou, um deslumbrante sorriso. Eu ofeguei, eu sou a Eva no Jardim de Eden e ele é a serpente, eu não posso resistir. — Certo, — eu sussurrei. — O que? — Eu tenho sua atenção cheia, não dividida. Eu traguei. — Certo. Eu tentarei. — Você está concordando? — Sua descrença era evidente. — Dentro dos limites toleráveis, sim. Eu tentarei. — Falo numa voz muito baixa. Christian fechou seus olhos e me puxou em um abraço. — Jesus, Ana, você é tão inesperada. Você toma a minha respiração. Ele recuou e, de repente, Ray havia retornado e o volume na marquise havia gradualmente subido e encheu meus ouvidos. Nós não estávamos sós. Caramba, eu acabei de concordar em ser sua sub. Christian sorriu para Ray e seus olhos estavam dançando de alegria. — Annie, nós não devíamos ir almoçar? — Certo. — Eu pisquei para Ray, tentando achar meu equilíbrio. O que você fez? Meu subconsciente gritou para mim. Minha deusa interior estava dando piruetas em uma rotina merecedora de um ginasta olímpico russo. — Você gostaria de juntar-se a nós, Christian? — Ray perguntou. Christian! Eu olhei fixamente para ele, implorando para que ele recusasse. Eu precisava de espaço para pensar… oh que merda eu fiz? — Obrigado, Sr. Steele, mas eu tenho planos. Foi um prazer conhecer você, senhor. — Igualmente, — Ray respondeu. — Cuide de minha menininha. — Oh, é só o que eu pretendo, Sr. Steele. Eles apertaram as mãos. Eu tive náuseas. Ray não tinha nenhuma ideia do quão Christian pretendia cuidar de mim. Christian tomou a minha mão e levantou-a até os seus lábios e beijou as minhas juntas ternamente, seus olhos ardentes estavam grudados em mim. — Mais tarde, Senhorita Steele, — ele respirou, sua voz era uma promessa total. Minha barriga enrolou com o pensado… oh meu Deus. Agarre-se… mais tarde? Ray tomou o meu cotovelo e me levou em direção à entrada barraca. — Pareça um homem jovem sólido. Muito apresentável também. Você podia fazer muito pior, Annie. Entretanto por que eu tive que ouvir sobre ele por Katherine, — ele ralhou. Eu encolhi os ombros apologeticamente. — Bem, qualquer homem que goste de pescar está bom para mim. Misericórdia, Ray também o aprova. Se ele soubesse. Ray voltou para casa ao entardecer. — Ligue para sua mãe, — ele disse. — Eu irei. Obrigado por vir, Papai. — Não teria faltado a isto por nada no mundo, Annie. Você me fez tão orgulhoso. Oh não. Eu não vou ficar sentimental. Um enorme nó formou em minha garganta, eu abracei-o, forte. Ele pôs seus braços ao redor de mim, confuso e eu não pude ajudar nisso, uma cachoeira de lágrimas estavam em meus olhos. — Ei, Annie, querida, — Ray sussurrou. — Grande e velho dia… hein? Quer que eu entre e faça um chá para você? Eu ri, apesar de minhas lágrimas. O chá é sempre uma resposta de acordo com Ray. Eu lembro da minha mãe reclamando com ele, dizendo que ele sempre estava pronto para o chá e simpatia, ele era sempre bom no chá, mas não tão quente na simpatia. — Não, Papai, eu estou bem. Foi realmente maravilhoso ver você. Eu o visitarei tão logo que me estabeleça em Seattle. — Boa sorte com as entrevistas. Deixe-me saber como elas vão. — Com certeza, Papai. — Amo você, Annie. — Amo você também, Papai. Ele sorri, seus olhos marrons mornos, ardendo, ele subiu de volta em seu carro. Eu acenei e ele dirigiu para o crepúsculo, eu vaguei apaticamente de volta ao apartamento. Primeira coisa eu fiz foi verificar meu telefone celular. Precisava ser recarregado, então eu tinha que encontrar o carregador antes de poder pegar as minhas mensagens. Havia quatro ligações, uma mensagem de voz e duas de texto. Três ligações de Christian… nenhuma mensagem. Uma chamada perdida de José e um correio de voz dele me desejando tudo de bom na formatura. Eu abri os textos. *Você está casa segura* *Ligue-me* As duas eram de Christian, por que ele não ligou para casa? Eu vou para o meu quarto e ligo o notebook.  De: Christian Grey Assunto: Hoje à noite Data: 25 de maio 2011 23:58 Para: Anastásia Steele Eu espero que você tenha chegado bem em casa naquele seu carro. Deixe-me saber que você está bem. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Droga... Por que ele se preocupa tanto com o meu Fusca. Deu a mim três anos de serviços leais e José sempre tem estado disponível para fazer a manutenção para mim. O próximo e-mail de Christian era de hoje. De: Christian Grey Assunto: Limites suaves Data: 26 de maio 2011 17:22 Para: Anastásia Steele O que eu posso dizer que já não tenho dito? Estarei feliz em conversar sobre isso a qualquer hora. Você estava bonita hoje. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Eu quero vê-lo, então respondo.  De: Anastásia Steele Assunto: Limites suaves Data: 26 de maio 2011 19:23 Para: Christian Grey Eu posso sair esta noite para discutir se você quisesse. Ana  De: Christian Cinzento Assunto: Limites toleráveis Data: 26 de maio 2011 19:27 Para: Anastásia Steele Eu vou a sua casa. Quando eu disse que não gostava que você dirigisse esse carro, eu estava falando sério. Chegarei brevemente. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Caramba… ele está vindo, agora. Eu tenho que lhe preparar uma coisa. A primeira edição do livro de Thomas Hardy ainda está na prateleira da sala de estar. Eu não posso ficar com ela. Eu embrulho ele em papel de embrulho e eu rabisco no embrulho uma citação direta do livro da Tess: “Eu concordo com as condições, Anjo; Por que você sabe bem qual seria a minha punição – apenas Apenas não a torne maior do que eu possa suportar.” Capítulo 15 — Oi. — Eu me sentia insuportavelmente tímida quando eu abri a porta. Christian estava e, pé na varanda, vestindo uma calça jeans e uma jaqueta de couro. — Oi, — ele disse, seu rosto se iluminou com seu sorriso radiante. Eu tomei um momento para admirar a sua beleza. Oh meu deus, ele está tão sexy vestindo couro. — Entre. — Se eu posso, — ele disse divertido. Ele levantou uma garrafa de champanhe à medida que entrava. — Eu pensei que nós celebraríamos a sua graduação. Nada melhor que uma boa Bollinger. — Escolha interessante de palavras, — eu secamente comentei. Ele sorriu. — Oh, eu gosto de sua sagacidade, sempre pronta, Anastásia. — Nós só temos xícaras. Nós empacotamos todos os copos. — xícaras? Bem, isso soa bem para mim. Eu encabeço para a cozinha. Nervosa, com borboletas inundando meu estômago, é como ter uma pantera ou um leão de montanha todo impossível de predizer e predatório em minha sala de estar. — Você quer pires também? — Xícaras está ótimo, Anastásia, — Christian disse distraidamente da sala de estar. Quando eu retornar, ele estará olhando fixamente para o pacote marrom de livros. Eu coloco as xícaras na mesa. — Isto é para você, — eu ansiosamente murmurei. Caramba… isto provavelmente vai ser uma briga. — Hmm, interessante. Uma citação muito oportuna. — Seu dedo indicador longo distraidamente passando pela escrita. — Eu penso que eu era D 'Urberville, não Anjo. Você decidiu-se pela humilhação. — Ele me dá um breve sorriso de lobo. — Só você poderia encontrar algo que poderia soar tão apropriadamente. — Também é um apelo, — eu sussurrei. Por que eu estou tão nervosa? Minha boca está seca. — Um apelo? Para eu ir devagar com você? Concordei com a cabeça. — Eu comprei isto para você, — ele disse suavemente, seu olhar era impassível. —Eu irei mais devagar com você se você aceitar. Eu traguei convulsivamente. — Christian, eu não posso aceitar, eles são valiosos demais. — Você vê, isto é o que eu estava conversando sobre, você me desafiando. Eu quero que você os tenha e isto é o fim da discussão. É muito simples. Você não tem que pensar sobre isto. Como uma submissa você só seria agradecida por eles. Você só aceita o que eu compro para você porque me agrada fazer isso. — Eu não era uma submissa quando você comprou-os para mim, — eu sussurrei. — Não… mas você concordou Anastásia. — Seus olhos ficaram cautelosos. Eu suspirei. Eu não vou ganhar isto, então vamos ao plano B. — Então eles são meus para fazer o que eu quiser? Ele me olhou suspeitosamente, mas concedeu. — Sim. — Nesse caso, eu gostaria de dar eles para a caridade, uma que trabalhe em Darfur desde que parece ser perto de seu coração. Eles podem leiloa-los. — Se é isso que você quer fazer. — Sua boca fixou em uma linha dura. Ele estava desapontado. Eu ruborizada. — Eu pensarei sobre isto, — eu murmurei, eu não queria desapontá-lo e suas palavras voltaram para mim. Eu quero que você me queira, por favor. — Não pense Anastásia. Não sobre isto. — Seu tom está suave e sério. Como eu não posso pensar? Você pode fingir ser um carro, como suas outras possessões, meu subconsciente faz um mal recebido retorno cáustico. Eu o ignoro. Oh, nós não podemos rebobinar? A atmosfera entre nós é agora tensa. Eu não sei o que fazer. Eu olho fixamente para baixo, para os meus dedos. Como eu recupero esta situação? Ele põe a garrafa de champanhe na mesa e na minha frente. Pondo sua mão debaixo de meu queixo, ele levanta minha cabeça. Ele olha para mim, com uma expressão grave. — Eu comprarei muitas coisas para você, Anastásia. Se acostume com isto. Eu disponho. Eu sou um homem muito rico. — Ele se abaixou e plantou um beijo rápido, puro em meus lábios. — Por favor. — Ele me libera. Oh' minhas bocas subconscientes dizem para mim. — Faz-me sentir barata, — eu murmuro. Christian correu a mão por seu cabelo, exasperado. — Não devia. Você está fazendo tempestade em um copo de água, Anastásia. Não faça um julgamento moral de você mesma, baseado no que os outros poderiam pensar. Não desperdice sua energia. Você tem receios sobre nosso acordo, isto é perfeitamente natural. Você não sabe no que você está se metendo. Eu franzi a testa, tentando processar as suas palavras. — Ei, pare com isto, — ele comandou suavemente, acariciando o meu queixo novamente e puxando suavemente assim que eu aperto o meu lábio inferior com os meus dentes. — Não existe nada sobre você que seja barato Anastásia. Eu não deixarei você pensar nisto. Eu acabei de comprar para você alguns livros velhos que eu pensei que poderia significar algo para você, isto é tudo. Tome algum champanhe. — Seus olhos estavam mornos e suaves, eu sorri timidamente de volta para ele. — Assim é melhor, — ele murmurou. Ele levantou o champanhe, tirou fora a tampa com chapa e arame, torcendo a garrafa pela cortiça e abrindo com um pequeno estalo e um floreado praticado, que não derramou uma gota. Ele encheu metade das xícaras. — É rosa, — eu murmurei, surpresa. — Bollinger Grande Année Rosé 1999, uma vindima excelente, — ele diz com sabor. — xícaras. Ele sorriu. — Em xícaras. Parabéns por sua graduação, Anastásia. — Nós tinimos xícaras, ele tomou um gole da bebida, mas eu não pude evitar de pensar que essa comemoração era sobre minha rendição. — Obrigada, — eu murmurei e tomei um gole. Claro que era delicioso. — Nós devemos ir pelos limites suaves? Ele sorriu e eu ruborizei. — Sempre tão ávida. — Christian tomou a minha mão e me levou para o sofá onde ele se sentou e me arrastou para baixo, ao seu lado. — Seu padrasto é um homem muito reticente. Ah… sem limites toleráveis então. Eu só quero resolver tudo isso logo, minha ansiedade estava me roendo. — Você o cativou. — Eu fiz beicinho. Christian riu suavemente. — Só porque eu sei como pescar. — Como você sabia que ele gostava de pescar? — Você disse para mim. Quando nós fomos para o café. — Oh… eu disse? — Eu tomei outro gole. Uau ele tem uma memória para os detalhes. Hmm… este champanhe realmente é muito bom. — Você provou o vinho na recepção? Christian fez uma careta. — Sim. E era ruim. — Eu pensei em você quando eu provei. Como você conseguiu ser tão bem informado sobre vinhos? — Eu não sou um conhecedor, Anastásia, eu só sei do que eu gosto. — Seus olhos cinza brilharam, quase prata e ele me fez corar. — Um pouco mais? — Ele perguntou, se referindo ao champanhe. — Por favor. Christian levantou graciosamente e pegou a garrafa. Ele encheu a minha xícara. Ele estava me deixando alegre? Eu olhei para ele suspeitosamente. — Este lugar parece bonito nu, você está pronta para se mudar? — Mais ou menos. — Você estará trabalhando amanhã? — Sim, é meu último dia no Clayton. — Eu ajudaria você a se mudar, mas eu prometi encontrar minha irmã no aeroporto. Oh… isto é novidade. — Mia chega de Paris muito cedo no sábado de manhã. Eu sou voltar para Seattle amanhã, mas eu ouvi que Elliot está dando a vocês duas uma mão. — Sim, Kate está muito excitada sobre isto. Christian fez uma careta. — Sim, Kate e Elliot, quem teria pensado? — Ele murmurou e com um pouco de razão, ele não parecia contente. — Então o que você está fazendo sobre o trabalho em Seattle? Quando nós vamos conversar sobre os limites? Qual é o seu jogo? — Eu tenho algumas entrevistas marcadas. — Você ia me dizer isto quando? — Ele arqueou uma sobrancelha. — Err… eu estou dizendo a você agora. Ele estreitou os seus olhos. — Onde? Por um pouco de razão, possivelmente porque ele poderia usar sua influência, eu não queria dizer a ele. — Um par de editoras. — É isso que você quer fazer, algo em publicação? Eu cautelosamente movi a cabeça. — Bem? — Ele olhou para mim pacientemente querendo mais informações. — Bem o que? — Não seja obtusa, Anastásia, quais editoras? — Ele ralhou. — Apenas umas pequenas, — eu murmurei. —Por que você não quer que eu saiba? — Influência imprópria. Ele ficou carrancudo. — Oh, agora você está sendo obtuso. Ele riu. — Obtuso? Eu? Deus, você é desafiadora. Beba tudo, vamos conversar sobre estes limites. — Ele pegou uma cópia de meu e-mail e a lista. Ele andou por aí com esta lista em seus bolsos? Eu penso que existe uma em sua jaqueta também. Merda, seria melhor eu não esquecer isto. Eu drenei minha xícara. Ele olhou rapidamente para mim. — Mais? — Por favor. Ele sorriu aquele sorriso ‘oh tão satisfeito consigo mesmo’, segurando a garrafa de champanhe no alto e parou. — Você comeu? Oh não… não este velho castanheiro. — Sim. Comi bastante junto com Ray. — Eu desviei o olhar dele. O champanhe estava me fazendo corajosa. Ele se debruçou para frente e segurou o meu queixo, olhando fixamente em meus olhos. — Da próxima que desviar seu olhar de mim, eu tomarei você sobre os meus joelhos. O que?! — Ah, — eu respirei e pude ver a excitação em seus olhos. —Ah, — ele respondeu, espelhando o meu tom. — Então isso é o começo, Anastásia. Meu coração bateu tão forte contra meu tórax, senti que as borboletas em meu estomago fugiam pela minha garganta. Por que isto é quente? Ele encheu a minha xícara, e eu bebi praticamente toda. Castigada, eu olhei fixamente para ele. — Consegui a sua atenção agora, não é? Eu movi a cabeça. — Responda-me. — Sim… você tem minha atenção. — Bom,— ele sorriu um sorriso de saber. —Então, os atos sexuais. Nós fizemos a maior parte disto. Eu me movi mais para perto dele no sofá e olhei para a lista.  APÊNDICE 3 Limites Toleráveis Deve ser discutido e concordado entre ambas as partes. Qual dos atos sexuais seguintes são aceitáveis para os Submissos? • Masturbação • Felação • Cunnilingus • Intercurso vaginal • Vaginal com punho • Intercurso anal • Anal com punho  — Nenhum punho, você diz. Tem outra coisa que você se opõem? — Ele suavemente perguntou. Eu engoli seco. — Intercurso anal não é algo que me entusiasme. — Eu concordarei com o punho, mas eu realmente gostaria de reivindicar sua bunda, Anastásia. Mas nós esperaremos por isto. Além disso, não é algo que nós podemos mergulhar, — ele sorriu para mim. — Sua bunda precisará ser treinada. — Treinada? — Eu sussurrei. — Oh sim. Precisará de preparação cuidadosa. O intercurso anal pode ser muito aprazível, confie em mim. Mas se nós tentarmos isto e você não gostar, nós não temos que fazer isto novamente. — Ele sorriu para mim. Eu pisquei para ele. Ele pensa que eu apreciarei isto? Como ele sabe que é aprazível? — Você já fez isto? — Eu sussurrei. — Sim. Caramba. Eu ofeguei. — Com um homem? — Não. Eu nunca fiz sexo com um homem. Não é a minha praia. — Sra. Robinson? — Sim. Caramba… como? Eu franzi a testa. Ele moveu a lista para baixo. — Ok. Deglutição de sêmen. Bem, você conseguiu um A nisto. Eu corei e a deusa interior que existe em mim deu muitas beijocas com seus lábios juntos, ardendo de orgulho. — Então. — Ele olhou para mim sorrindo. — Deglutição de sêmen está certo? Eu movi a cabeça, incapaz de o olhar nos seus olhos e drenei a minha xícara novamente. — Mais? — Ele perguntou. — Mais. — E eu de repente estou lembrando de nossa conversa hoje mais cedo, enquanto ele enchia a minha xícara. Ele está se referindo a aquilo ou apenas ao champanhe? Isto é coisa de champanhe inteira? — Brinquedos sexuais? — Ele perguntou. Eu encolhi os ombros, olhando para a lista abaixo.  O uso de brinquedos sexuais aceitáveis para os Submissos? • Vibradores • Dildos • Plugues anais  • Outros — Plugues anais? Faz o que seu nome diz? — Eu amassei meu nariz com desgosto. —S im, — ele sorriu. — E eu me refiro sobre intercurso anal. É para o treinando. — Oh… o que vem a ser outros? — Ovos, contas… todo o tipo de material. — Ovos? — Eu fiquei alarmada. — Não ovos reais, — ele riu ruidosamente, agitando a cabeça. Eu apertei meus lábios para ele. — Eu estou contente que você achou engraçado. — Eu não pude manter a mágoa fora de minha voz. Ele parou de rir. — Eu me desculpo. Senhorita Steele, eu sinto muito, — ele disse, tentando parecer arrependido, mas seus olhos ainda estavam dançando com humor. — Algum problema com brinquedos? — Não, — eu estalei. — Anastásia, — ele bajulou. —Eu sinto muito. Acredite em mim, não queria rir. Eu nunca tive uma conversa como esta, com tantos detalhes. Você é só tão sem experiência. Eu sinto muito. — Seus grandes olhos cinza pareciam sinceros. Eu descongelo um pouco e tomo outro gole de champanhe. — Certo... servidão — ele disse, retornando a lista. Eu examinei a lista e minha deusa interiou saltou de cima e para baixo como uma criança pequena esperando por sorvete.  Servidão é aceitável para a Submissa? • Mãos para frente - Mãos para atrás • Joelhos - Tornozelos • Cotovelos • Pulsos para tornozelos • Barras de espalhador • Amarrada a mobília • Vendando • Amordaçando • Servidão com Corda • Servidão com Fita • Servidão com algemas de couro • Suspensão • Servidão com algemas/ restrições de metal  — Nós conversamos sobre suspensão. E é bom você configurar isso, se quiser, como um limite duro. Leva muito tempo e eu só terei você por períodos pequenos de tempo, de qualquer maneira. Alguma duvida? — Não ria de mim, mas o que é uma barra de espalhador? — Eu prometo não rir. Eu me desculpei duas vezes. — Ele olhou para mim. — Não me faça fazer isto novamente, — ele advertiu. E eu acho que eu visivelmente encolhi... Oh, ele é tão mandão. — Um espalhador é uma barra com algemas de tornozelos e/ou pulsos. Eles são divertidos. — Certo… Bem me amordaçando. Eu estaria preocupada se eu não pudesse respirar. — Eu estaria preocupado se você não pudesse respirar. Eu não quero sufocar você. — E como eu usarei palavras seguras se eu for amordaçada? Ele parou. — Em primeiro lugar, eu espero que você nunca tenha que usá-las. Mas se você for amordaçada, nós usaremos sinais da mão, — ele disse simplesmente. Eu pisquei para ele. Mas se eu for amarrada em cima, como isto vai funcionar? Meu cérebro começou a ter uma névoa… hmm álcool. — Eu fico nervosa sobre o amordaçar. — Certo. Eu tomarei isso em nota. Eu olhei fixamente para ele, começando a entender. — Você gosta de amarrar suas submissas, assim elas não podem tocar em você? Ele olhou para mim, com seus olhos arregalados. — Isto é uma das razões, — ele disse suavemente. — É por isso que você amarrou minhas mãos? — Sim. — Você não gosta de conversar sobre isto, — eu murmurei. — Não, eu não gosto. Você gostaria de outra bebida? Está fazendo você valente e eu preciso saber como você sente sobre dor. Caramba… esta é a parte enganadora. Ele encheu a minha xícara e eu dei um gole. — Então, qual a sua atitude geral sobre receber dor? — Christian olhou esperançosamente para mim. — Você está mordendo o seu lábio, — ele disse sombriamente. Eu imediatamente parei, mas eu não soube o que dizer. Eu corei e olhei fixo para as minhas mãos. — Você foi fisicamente castigada quando uma criança? — Não. — Então você não tem nenhuma esfera de referência mesmo? — Não. — Não é tão ruim quanto você pensa. Sua imaginação é seu pior inimigo, — ele sussurrou. — Você tem que fazer isto? — Sim. — Por quê? —Faz parte do jogo, Anastásia. É o que eu faço. Eu posso ver que você está nervosa. Vamos por métodos. Ele me mostrou a lista. Meu subconsciente sai correndo e gritando, se escondendo atrás do sofá.  • Espancar • Palmatória • Chicoteando • Surra de vara • Mordidas • Braçadeiras de mamilo • Braçadeiras genitais • Gelo • Cera quente • Outro tipos/métodos de dor  — Bem, você não disse não para braçadeiras genitais. Muito bem. A surra é o que mais machuca. Eu empalideci. — Nós iremos chegar nessa parte. — Ou não fazer isto, — eu sussurrei. — Isto é faz parte do negócio, querida, mas nós ficaremos exaltados com tudo isso. Anastásia, não vou te obrigar a fazer nada horrível. — Esta coisa de castigo, é o que mais me preocupa. — Minha voz era muito pequena. — Bem, eu estou contente que você disse para mim. Nós manteremos a surra fora da lista, no momento. Se você conseguir ficar mais confortável com este material, nós aumentaremos a intensidade. Nós faremos isto devagar. Eu traguei e ele se debruçou para frente e beijou os meus lábios. — Então, que não foi tão ruim, foi? Eu encolhi os ombros, meu coração estava na boca novamente. — Olhe, eu quero conversar sobre mais uma coisa, então eu estou levando você para a cama. — Cama? — Eu rapidamente pisquei e o sangue correu em volta do meu corpo, em lugares quentes que eu nem sabia que existiam, até muito recentemente. — Vamos, Anastásia, falando sobre tudo isso, eu não quero foder você na semana que vem, mas agora mesmo. Deve estar tendo um pouco de efeito em você também. Remexi-me. Minha deusa interior arquejou. — Veja? Ao lado disso, existe algo que eu quero tentar. — Algo doloroso? — Não, pare de pensar que tudo dói. É tudo prazer. Eu já machuquei você? Eu corei. — Não. — Bem, então. Olhe, hoje mais cedo você disse que queria mais, — ele se deteve, incerto, de repente. Oh, meu Deus… onde eu estava me metendo? Ele apertou minha mão. — Poderíamos tentar durante um tempo, em que você não seja minha submissa. Eu não sei se funcionará. Eu não saberia como separar tudo. Isso pode não funcionar. Mas eu estaria disposto a tentar. Talvez uma noite por semana. Eu não sei. Mais que merda… minha boca caiu aberta, meu subconsciente estava em choque, Christian Grey está aceitando o mais! Ele estava disposto a tentar! Meu subconsciente ainda a espreita por detrás do sofá, ainda registrando o choque em seu rosto. — Eu tenho uma condição. — Ele olhou cautelosamente para a minha expressão atordoada. — O que? — Eu respiro. Qualquer coisa. Eu darei a você qualquer coisa. — Você, cortesmente, deve aceitar o meu presente de graduação. — Oh. — E no fundo, eu realmente sabia o que era. O medo invadiu a minha barriga. Ele está olhando fixamente para mim, medindo a minha reação. —Vamos, — ele murmura e levanta, arrastando-me. Tomando sua jaqueta, ele a bota por cima de meus ombros e dirige-se para a porta. Estacionado do lado de fora está um carro vermelho flex, um Audi de duas portas, compacto. — É para você. Feliz graduação, — ele murmurou, puxando-me em seus braços e beijando meu cabelo. Ele me comprou um maldito carro, novo em folha, pelo o que eu podia ver. Puxa… eu tive suficiente dificuldade com os livros. Eu olhei fixamente para isto, inexpressivamente, desesperadamente tentando determinar como eu me sinto sobre isto. Eu estou intimidada em um nível, agradecida em outro, chocada por ele ter realmente feito isto, mas não anulava uma emoção, a raiva. Sim, eu estou brava, especialmente, depois de tudo que eu disse a ele sobre os livros… entretanto, ele já tinha comprado isto. Tomando minha mão, ele me levou caminho abaixo em direção a esta nova aquisição. — Anastásia, seu velho Fusca é francamente perigoso. Eu nunca perdoaria a mim mesmo se algo acontecesse a você, quando seria tão fácil para mim, fazer isto direito, — ele diminuiu. Seus olhos estavam em mim, mas no momento, eu não posso trazer meu olhar para ele. Eu estou olhando calada, fixamente na sua novidade vermelha. — Eu mencionei isto para seu padrasto. Ele concordou comigo, — ele murmurou. Girando, eu olhei para ele, minha boca se abre com horror. — Você mencionou isto para Ray. Como você pôde? — Eu só pude cuspir as palavras. Como ele ousou? Pobre Ray. Eu tive náuseas, mortificada por meu pai. — É um presente, Anastásia. Você não pode só dizer obrigado? — Mas você sabe que é demais. — Não, para mim não é, não para minha paz de espírito. Eu fiz uma carranca para ele, em uma falta do que dizer. Ele não entende isto! Ele tem dinheiro para toda a sua vida. Certo, não em toda sua vida, não quando era uma criança pequena e minha visão de mundo mudou. O pensamento era muito decepcionante e eu suavizo, e olho para o carro, me sentindo culpada com meu amuo. Suas intenções são boas, extravagantes, mas com um bom propósito. — Eu tenho muito prazer por você emprestar isto para mim, como o laptop. Ele suspirou fortemente. — Certo. Emprestado. Indefinidamente. — Ele olhou cautelosamente para mim. — Não, não indefinidamente, mas no momento. Obrigada. Ele franziu a testa. Eu me estico e o beijo brevemente em sua bochecha. — Obrigada pelo carro, senhor. — Eu digo tão docemente quanto eu posso dizer. Ele me agarra de repente, me puxando contra ele, uma mão em minhas costas me segurando e a outra encerrada em meus cabelos. — Você é uma mulher desafiadora, Ana Steele. — Ele apaixonadamente me beija, forçando meus lábios a separar com a sua língua, não tomando nenhum prisioneiro. Meu sangue imediatamente aquece, e eu retornei o seu beijo com minha própria paixão. Eu o quero tanto, apesar do carro, dos livros, os limites suaves… as surras… eu o quero. — Estou tomando todo meu autocontrole para não foder você no capô deste carro agora mesmo, só para mostrar a você que você é minha, que se eu quiser lhe comprar a merda de carro, eu comprarei para você esta merda, — ele rosnou. —Agora vamos entrar que eu quero você nua. — Ele plantou um beijo rápido e áspero em mim. Cara, ele está bravo. Ele agarra minha mão e me leva de volta para o apartamento e diretamente para o meu quarto… sem nenhum desvio. Meu subconsciente está atrás do sofá novamente, com a cabeça escondida debaixo de suas mãos. Ele liga a luz lateral e para, olhando fixamente para mim. — Por favor, não fique bravo comigo, — eu sussurro. Seu olhar é impassível; Seus olhos cinza estão frios como cacos de vidro fumê. — Eu sinto muito sobre o carro e os livros, — eu falei quase sem voz. Ele permanece mudo e pensando. — Você me assusta quando você está bravo, — eu respirei, olhando fixamente para ele. Ele fechou seus olhos e agitou sua cabeça. Quando ele abriu os olhos, sua expressão suavizou consideravelmente. Ele respirou fundo e engoliu. — Se vire, — ele sussurrou. — Eu quero tirar você desse vestido. Outra mudança de humor total é tão duro de continuar. Obedientemente, eu giro e meu coração dispara e imediatamente o desejo substituiu o mal estar, viajando pelo meu sangue e preenchendo a escuridão e a ânsia baixa, abaixo de minha barriga. Ele puxa o meu cabelo fora de minhas costas para que ele fique no meu lado direito, enrolando sobre o meu peito. Ele coloca seu dedo indicador na minha nuca e dolorosa e lentamente arrasta o dedo para baixo na minha espinha. Sua unha bem cuidada suavemente roça as minhas costas. — Eu gosto deste vestido, — ele murmura. — Eu gosto de ver sua pele sem defeito. Seu dedo alcança o decote do meu vestido, na metade do caminho da minha espinha, enganchando seu dedo no decote, ele me puxa de forma mais íntima, me fazendo voltar contra ele. Sinto-me corar, contra seu corpo. Inclinado-se, ele inala meu cabelo. — Você cheira tão bem, Anastásia. Tão doce. — Seu nariz desliza pela minha pele, passando pela minha orelha, descendo pelo meu pescoço, ele desliza devagar, suave como uma pena e então, ele beija o meu ombro. Minha respiração muda de rasa a apressada, cheia de expectativa. Seus dedos estão em meu zíper. Dolorosamente lento, mais uma vez ele desce, enquanto seus lábios se movimentam, lambendo, beijando e chupando ao seu modo, através de meu outro ombro. Ele é tão provocadoramente bom nisso. Meu corpo ressoa e eu começo a torcer languidamente sob o seu toque. — Você. Ainda. Está. Aprendendo. Como. Manter. — ele sussurrou, beijando-me ao redor minha nuca, entre cada palavra. Ele puxa a presilha no pescoço, e o vestido cai formando uma piscina em meus pés. — Nenhum sutiã, Senhorita Steele. Eu gosto disso. Suas mãos alcançam meus seios, segurando-os como concha e meus mamilos enrugam ao seu toque. — Erga seus braços e os coloque ao redor minha cabeça, — ele murmura contra meu pescoço. Eu imediatamente obedeço e na subida, meus seios empurram contra as suas mãos, meus mamilos endureceram mais ainda. Meus dedos tecem em seu cabelo, muito suavemente eu acaricio seu cabelo suave, sensual. Eu rolo minha cabeça para um lado para dar a ele acesso mais fácil ao meu pescoço. — Mmm… — ele murmura naquele espaço atrás de minha orelha, enquanto ele começa a estender meus mamilos com seus dedos longos, espelhando minhas mãos em seu cabelo. Eu gemo como a sensação registra afiada e clara em minha virilha. — Eu devo fazer você gozar desta maneira? — Ele sussurra. Eu arqueio minhas costas para forçar meus seios em suas peritas mãos. — Você gosta disto, não é, Senhorita Steele? — Mmm… — Diga-me. — Ele continua a lenta tortura sensual, puxando suavemente. — Sim. — Sim, o que. — Sim… Senhor. — Boa menina. — Ele me belisca duro, e meu corpo convulsiona contra sua frente. Eu ofego no primoroso, agudo, prazer/dor. Eu o sinto contra mim. Eu gemo e minhas mãos apertam mais, puxando seu cabelo mais duro. — Eu não penso que você está pronta para gozar ainda, — ele sussurra, acalmando as suas mãos, ele suavemente morde meu lóbulo da orelha e puxa-o. — Além disso, você me desagradou. Oh… não, o que isto quererá dizer? Meu cérebro registra através da névoa de desejo necessitado à medida que eu gemo. — Então talvez eu não deixe você gozar afinal. — Ele retorna a atenção de seus dedos para meus mamilos, puxando, torcendo, amassando. Eu empurrei duro o meu traseiro contra ele… movendo de um lado para o outro. Eu sinto seu sorriso contra meu pescoço, enquanto movimenta as mãos até meus quadris. Ele engancha os dedos em minha calcinha por trás, estirando-as, ele empurra os polegares através do material, rasgando-a e jogando-a na minha frente para que eu possa ver… caramba. Suas mãos se movem, descendo para o meu sexo… e por detrás, ele lentamente insere o seu dedo. — Oh, sim. Minha doce menina, você está pronta, — ele respira, enquanto me gira totalmente, de modo que eu fique de frente para ele. Sua respiração acelerou. Ele põe o dedo na sua boca. —Você tem um sabor tão bom, Senhorita Steele. — Ele suspira. — Dispa-me, — ele suavemente comanda, olhando fixamente para mim, com olhos semicerrados. Tudo que eu estou vestindo são os meus sapatos, bem, os sapatos de salto alto de Kate. Eu estou surpreendida. Eu nunca despi um homem. — Você pode fazer isto, — ele suavemente me bajula. Oh meu Deus. Eu rapidamente pisco. Por onde começar? Eu agarro sua camiseta e ele agarra minhas mãos e agita sua cabeça, sorrindo astutamente em mim. — Oh não. — Ele agita sua cabeça, sorrindo. — Não a camiseta, você pode precisar dela para tocar-me como eu planejei. — Seus olhos estão vivos com a excitação. Oh… isto é novidade… eu posso tocar nas roupas. Ele pega uma de minhas mãos e a coloca contra sua ereção. — Este é o efeito que você está causando em mim, Senhorita Steele. Eu ofego e flexiono meus dedos ao redor de sua circunferência e ele sorri. — Eu quero estar dentro de você. Tire a minha calça jeans. Você está no comando. Caramba… estou no comando. Estou de boca aberta. — O que você vai fazer comigo? — Ele provoca. Oh as possibilidades… minha deusa ruge, de algum lugar, nascida da frustração, da necessidade. A coragem de Steele aparece, eu o empurro para a cama. Ele ri enquanto cai, eu olho para ele parecendo vitoriosa. Minha deusa vai explodir. Eu arranco seus sapatos, depressa, desajeitadamente e suas meias. Ele está olhando fixamente para mim, seus olhos brilhando de diversão e desejo. Ele parece… gloriosamente… meu. Eu rastejo para cima da cama e me sento montada nele para retirar a sua calça jeans, corro meus dedos debaixo do cós, sentindo o cabelo em seu caminho para a felicidade. Ele fecha seus olhos e empurra os seus quadris. — Você terá que aprender a se manter quieto, — eu lhe repreendo e eu acaricio os pelos debaixo da sua cintura. Ele puxa a respiração e sorri para mim. — Sim, Senhorita Steele, — ele murmura com os olhos queimando e brilhando. —Em meu bolso, tem preservativo, — ele respira. Eu procuro em seu bolso lentamente, olhando o seu rosto, enquanto sinto ao redor. Sua boca está aberta. Eu pego duas embalagens de preservativo e as coloco ao lado de seus quadris. Dois! Meus dedos ansiosos alcançam o botão de seu cós e o abrem, apalpando um pouco. Eu estou mais que excitada. — Tão ávida, Senhorita Steele, — ele murmura, sua voz está atada com humor. Eu arrasto o zíper para baixo e agora eu estou enfrentado o problema de remover suas calças… hmm. Eu embaralho abaixo e puxo. O movimento é difícil. Eu franzo a testa. Como isto pode ser tão difícil? — Eu não posso me manter quieto se você vai morder seu lábio, — ele adverte, então, ele arqueia sua pélvis para cima, fora da cama, assim eu posso arrastar sua calça para baixo e sua cueca ao mesmo tempo, whoa… Livrando-se. Ele chuta suas roupas para o chão. Santo Deus, ele é todo meu para tocar é como se fosse Natal. — Agora o que você vai fazer? — Ele respira, com todo um rastro de humor nisso. Eu alargo a mão e o acaricio, assistindo sua expressão à medida que eu faço. Sua boca está aberta em formato de “O”, enquanto ele respira forte. Sua pele é tão lisa e suave… e duro… hmm, que combinação deliciosa. Eu me debruço para frente, meu cabelo caindo ao redor de mim e ele está em minha boca. Eu o chupo, duro. Ele fecha seus olhos, sacudindo os seus quadris embaixo de mim. — Puxa, Ana, continue, — ele geme. Eu me sinto tão poderosa, é um sentimento tão arrojado, provocando e provando-o com minha boca e língua. Ele está tenso embaixo de mim, enquanto eu deslizo a minha boca nele, empurrando para a parte de trás de minha garganta, meus lábios apertando… de novo e novamente. — Pare, Ana, pare. Eu não quero gozar. Eu me sento em cima, piscando para ele, eu estou arquejando, assim como ele, mas confusa. Eu estava no comando, não é? Minha deusa interior parece com alguém que perdeu seu sorvete. — Sua inocência e entusiasmo são muito cativantes, — ele ofega. — Você, em cima… é isso que nós precisamos fazer. Oh. — Aqui, coloque isto. — Ele me dá um pacote de preservativo. Caramba. Como? Eu rasgo o pacote e abro, o preservativo de borracha é todo pegajoso em meus dedos. — Aperte o topo e então abra isto. Você não quer qualquer ar no fim daquela ventosa, — ele fala meio que sem ar. E muito lentamente, muito concentrada, eu faço como fui ensinada. — Cristo, você é a morte para mim, Anastásia, — ele geme. Eu admiro meu trabalho manual e ele. Ele realmente é um espécime boa de homem, olhar para ele é muito, muito excitante. — Agora. Eu quero ser enterrado dentro de você, — ele murmura. Eu olho para ele assustada e ele senta-se, de repente, então nós estamos cara a cara. — Assim, — ele respirou e ele serpenteou uma mão ao redor dos meus quadris, erguendo-me ligeiramente, com a outra ele se posicionou embaixo de mim e muito lentamente, facilitou-se dentro de mim. Eu gemo conforme ele me estira e entra em mim, enchendo-me, minha boca se abre diante da surpresa doce, sublime, agonizante, o sentimento mais completo. Oh… por favor. — Está certo, querida, sinta-me, sinta-me todo, — ele rosna e brevemente fecha seus olhos. Ele está dentro de mim, embainhado até o talo, ele me segura no lugar, por segundos... minutos… eu não tenho nenhuma ideia, olhando fixamente, atentamente em meus olhos. — Fundo deste jeito, — ele murmura. Ele flexiona e roda seus quadris, no mesmo movimento, eu gemo… oh meu deus – a sensação irradia ao longo de minha barriga… em todos os lugares. Porra! — Novamente, — eu sussurro. Ele sorri um sorriso preguiçoso e repete. Gemendo, eu jogo minha cabeça para trás, meu cabelo que cai em minhas costas e muito lentamente, ele afunda de volta para a cama. — Você move, Anastásia, para cima e para baixo, como você quiser. Tome minhas mãos, — ele respira, sua voz está rouca , baixa e tão sensual. Eu aperto suas mãos, como minha vida dependesse disso. Suavemente eu empurro-o e volto para baixo, oh meu Deus. Seus olhos estão queimando com antecipação selvagem. Sua respiração está entrecortada, combinando com a minha, ele ergue sua pélvis à medida que eu desço, saltando-me de volta para cima. Nós aumentamos o ritmo… para cima, para baixo, acima, abaixo… repetidas vezes… e parece tão… bom. Entre meu ofegar, a penetração é profunda e transbordante… A sensação ardente que me atravessa inteira e cresce através de mim, olho dentro dos seus olhos, e nossos olhos se encontram… e eu vejo admiração em seus olhos, admiração para mim. Eu estou fodendo-o. Eu estou no comando. Ele é meu, eu sou sua. O pensamento me empurra, pesado como concreto, acima da borda e eu chego ao clímax ao redor dele… gritando incoerentemente. Ele agarra meus quadris, fechando seus olhos, inclinado à cabeça para trás, sua mandíbula apertada, ele goza em silencio. Eu desmorono em seu peito, subjugada, em algum lugar, entre fantasia e realidade, um lugar onde não existe nenhum limite, duro ou suave. Capítulo 16 Lentamente o mundo exterior invadiu os meus sentidos, e oh meu deus, que invasão. Eu estou flutuando, meus membros estão suaves e lânguidos, totalmente gastos. Eu estou deitada em cima dele, minha cabeça está em seu tórax e ele cheira divinamente: linho fresco, lavado e algum caro sabonete corporal, e o melhor perfume, mais sedutor do planeta... Christian. Eu não quero me mover, eu quero respirar este elixir pela eternidade. Eu me aninho, desejando que não tivesse a barreira de sua camiseta. E, quando a razão e o bom senso retornam ao resto de meu corpo, eu estico minha mão sobre o seu tórax. Esta é a primeira vez que eu o toquei aqui. Ele é firme… forte. Sua mão mergulha para cima e agarra a minha, mas ele suaviza o gesto puxando-a para sua boca e docemente beijando meus dedos. Ele rola sobre mim e me olha. — Não faça, — ele murmura e então me beija ligeiramente. — Por que você não gosta de ser tocado? — Eu sussurro, olhando fixamente para seus olhos cinza suaves. — Porque estou muito fodido, Anastásia. Tenho muito mais sombras que luz. Tenho Cinquentas sombras ruins! Oh… sua honestidade me desarma completamente. Eu pisco para ele. — Eu tive uma introdução muito dura na vida. Não quero carregar você com os detalhes. Só não faça. — Ele roçou seu nariz contra o meu, e então ele retira-se de mim e se senta. — Acredito que já tivemos o básico. Como foi? Ele parece completamente contente consigo mesmo e soa muito prosaico, ao mesmo tempo, ele está como se só tivesse marcado uma nova caixa de seleção em uma lista de verificação. Eu ainda estou sofrendo com o comentário sobre a sua dura introdução de vida. É tão frustrante e eu estou desesperada para saber mais. Mas ele não dirá nada para mim. Eu viro minha cabeça para um lado, como ele faz, e faço um esforço enorme para sorrir para ele. — Se você acha que conseguiu me iludir que você me outorgou o controle, bem, você não levou em conta minhas boas notas. — Eu sorrio timidamente para ele. —Mas obrigada pela ilusão. — Senhorita Steele, você não é só um rosto bonito. Você teve seis orgasmos até agora e todos eles pertencem a mim, — ele ostenta, brincalhão novamente. Eu ruborizo e pisco ao mesmo tempo, enquanto ele olha fixamente para mim. Ele está fazendo uma contagem! Suas sobrancelhas apertaram. — Você tem algo para me dizer? — Sua voz, de repente, era dura. Eu faço uma careta. Droga. — Eu tive um sonho esta manhã. — Oh? — Ele olhou para mim. Dupla droga. Eu estou em apuros? — Eu gozei no meu sonho.— Eu lanço meu braço acima de meus olhos. Ele não diz nada. Eu o espio por debaixo de meu braço, e ele parece divertido. — Em seu sonho? — Despertou-me. — Eu estou certo que fez. Com o que você estava sonhando? Droga. — Você. — O que eu estava fazendo? Eu lanço meu braço acima de meus olhos novamente. E como uma criança pequena, eu brevemente entretenho o pensado de que se eu não posso vê-lo, então ele não pode me ver. — Anastásia, o que eu estava fazendo? Eu não perguntarei a você novamente. — Você estava usando um chicote de montaria. Ele moveu o meu braço. — Realmente? — Sim. — Eu estou vermelha. — Existe esperança para você ainda, — ele murmura. — Eu tenho vários chicotes de montaria. — Couro trançado marrom? Ele ri. — Não, mas eu estou certo que eu podia conseguir um. — Seus olhos cinza brilham de excitação. Inclinando, ele me dá um breve beijo, então ele levanta e agarra as sua cueca, oh não… ele está indo. Eu olho rapidamente para o relógio, são apenas nove e quarenta. Eu saio da cama também e pego minha calça de moletom e um camiseta, então me sento de volta na cama, cruzo as pernas e fico assistindo-o. Eu não quero que ele vá. O que eu posso fazer? — Quando é seu período? — Ele interrompe meus pensamentos. O que! — Eu odeio usar estas coisas, — ele murmura. Ele levanta o preservativo do chão, então desliza em sua calça jeans. — Bem? — Ele inicia quando eu não respondo, ele olha para mim esperançosamente como se ele estivesse esperando por minha opinião sobre o tempo. Caramba… isto é coisa pessoal. — Semana que vem. — Eu olho fixamente para minhas mãos. — Você precisa fazer algum tipo de contracepção. Ele é tão mandão. Eu olho fixamente para ele, inexpressivamente. Ele se senta de volta na cama, enquanto ele coloca suas meias e sapatos. — Você tem um médico? Eu agito minha cabeça. Nós voltamos para contratos e aquisições, outra mudança de humor do Christian de 180 graus. Ele faz uma carranca. — Eu posso pedir ao meu médico para vê-la em seu apartamento, domingo de manhã antes de você vir me ver. Ou ele pode ver você em minha casa. O que você prefere? Sem pressão, sei. Apenas outra coisa que ele está pagando… mas, realmente, isto é para seu benefício. — Em sua casa. — Com isso, estou garantido vê-lo no domingo. — Certo. Eu informarei a hora. — Você está partindo? Não vá… fique comigo, por favor. — Sim. Por que? — Como você voltará? — Eu sussurro. — Taylor me levantará. — Eu posso dirigir para você. Eu tenho um adorável carro novo. Ele olha para mim, com uma expressão morna. — Isto é mais para ele. Eu acho que você bebeu demais. — Você me fez ficar alegre de propósito? — Sim. — Por quê? — Porque você acha excesso em tudo, e você é reticente como o seu padrasto. Uma gota de vinho em você e você começa a falar, e eu preciso que você se comunique honestamente comigo. Caso contrário, você se cala, eu não tenho nenhuma ideia do que você está pensando. In vino veritas, Anastásia. — E você pensa que é sempre honesto comigo? — Eu me empenho para ser. — Ele olha para mim cautelosamente. — Isto só funcionará se nós formos honestos um com o outro. — Eu gostaria que você ficasse e usasse isto. — Eu levanto o segundo preservativo. Ele sorri e seus olhos brilharam com humor. — Anastásia, eu cruzei tantas linhas aqui, esta noite. Eu tenho que ir. Eu verei você no domingo. Eu terei o contrato revisado e pronto para você, então nós podemos realmente começar a jogar. — Jogar? — Caramba. Meu coração pulou em minha boca. — Eu gostaria de fazer uma cena com você. Mas eu não vou, até que você assine, então eu sei que você estará pronta. — Oh. Então eu poderia esticar isto, se eu não assinar? Ele me olha, avaliando-me, então, seus lábios se contorcem em um sorriso. — Bem, eu suponho que você poderia, mas eu posso rachar sob tensão. — Rachar? Como? — Minha deusa interior despertou e está prestando atenção. Ele movimenta a cabeça devagar, e então ele sorri, brincando. — Podia ficar realmente feio. Seu sorriso é infeccioso. — Feio, como? — Oh você sabe, explosões, perseguições de carro, sequestro, encarceramento. — Você me sequestraria? — Oh sim, — ele sorriu. — Seguraria-me contra minha vontade? Puxa, isto é quente. — Oh sim, — ele movimenta a cabeça. — E então nós estamos falando TPT 24/7. — Perdi-me, — eu respiro, meu coração dispara… ele está falando sério? —Troca do Poder Total – o tempo todo. — Seus olhos estão brilhando, e eu posso sentir sua excitação de onde eu estou sentada. Caramba. — Então você não tem nenhuma escolha, — ele diz sarcasticamente. — Claramente. — Eu não posso manter o sarcasmo fora de minha voz então eu olho para cima, meus olhos alcançando o céu. — Oh, Anastásia Steele, você acabou de desviar seus olhos dos meus? Caramba. — Não, — eu grito. — Eu penso que você fez. O que eu disse que faria com você se desviasse seus olhos de mim novamente? Merda. Ele se senta na extremidade da cama. — Venha aqui, — ele diz suavemente. Eu empalideço. Puxa… ele está falando sério. Eu me sento olhando fixamente para ele completamente imóvel. — Eu não assinei, — eu sussurro. — Eu disse a você o que faria. Eu sou um homem de palavra. Eu vou espancar você e então vou foder você muito rápido e muito duro. Parece que nós precisaremos do preservativo afinal. Sua voz está tão suave, ameaçadora, e é condenadamente quente. Minhas entranhas praticamente contorcem com o potente, necessitado, líquido, desejo. Ele olha para mim, esperando, com os olhos brilhando. Timidamente, eu descruzo as minhas pernas. Devo correr? Isto é, nosso relacionamento está em jogo, aqui, agora. Eu deixo que ele faça isto ou eu digo não, e então como será? Porque eu sei que vai ser mais se eu disser não. Faça isto! Minha deusa discuti comigo, meu subconsciente está tão paralisado como eu estou. — Eu estou esperando, — ele diz. — Eu não sou um homem paciente. Oh pelo o amor de tudo que é santo. Eu estou ofegante, com medo, ligada. O sangue disparando dentro de meu corpo, minhas pernas estão como geleia. Lentamente, eu me arrasto para ele, até chegar ao seu lado. — Boa menina, — ele murmura. — Agora levante-se. Oh merda… ele só não pode simplesmente acabar com isso? Eu não estou certa se eu posso permanecer. Hesitante, eu levanto. Ele estende a sua mão e eu coloco o preservativo em sua palma. De repente ele me agarra, me inclinando sobre o seu colo. Com um movimento suave, ele ajeita o seu corpo, de modo que, o meu torso está descansando na cama ao lado dele. Ele joga a perna direita sobre as minhas duas e bota o seu antebraço esquerdo na parte de baixo das minhas costas, segurando-me para baixo, assim eu não posso me mover. Oh foda. — Ponha suas mãos, as duas, em ambos os lados de sua cabeça, — ele ordena. Eu imediatamente obedeço. — Por que eu estou fazendo isto, Anastásia? — Ele pergunta. — Porque desviei meu olhar do seu, — eu posso apenas falar. — Você pensa que isto é cortês? — Não. — Você fará isto novamente? — Não. — Eu espancarei você toda vez que você fizer isto, você entendeu? Muito lentamente, ele retira a minha calça de moletom. Oh, como isto é humilhante, humilhante, assustador e quente. Ele está fazendo uma refeição disto. Meu coração está na boca. Eu mal posso respirar. Merda, será que vai doer? Ele coloca sua mão em minha bunda nua, suavemente me afagando, acariciando ao redor, com sua palma plana. E então sua mão não está mais lá… e ele me bate, forte. Ow! Meus olhos se abrem em resposta à dor, eu tento sair dali, mas sua mão entre minhas omoplatas me mantém para baixo. Ele me acaricia novamente onde ele me bateu, sua respiração mudou, está mais alta, mais dura. Ele me bate novamente, rapidamente em sucessão. Puta merda, isso dói. Eu não faço nenhum som, meu rosto paralisou com a dor. Eu tento me contorcer para fugir dos golpes, estimulada pela adrenalina subindo e correndo pelo meu corpo. — Fique quieta, — ele rosna. — Ou eu espancarei você por mais tempo. Ele está me esfregando agora, vem o golpe seguinte. Surge um padrão rítmico, acariciar, acariciar, bater duro. Eu tenho que me concentrar para lidar com esta dor. Meu mente se esvazia, enquanto me esforço para absorver a sensação cansativa. Ele não me bate no mesmo lugar duas vezes sucessivas, ele está espalhando a dor. — Aargh! — Eu reclamo na décima palmada, sem perceber eu estava contando mentalmente as palmadas. — Eu estou apenas esquentando. Ele me bate novamente, então ele me acaricia suavemente. A combinação do duro golpe pungente e sua carícia suave é muito entorpecedora. Ele me bate novamente… isto está ficando mais duro de aguentar. Meu rosto dói, estou muito contraída. Ele me acaricia gentilmente e então vem o golpe. Eu grito novamente. — Ninguém pode ouvir você, querida, só eu. E ele me bate novamente. Em algum lugar bem no fundo, eu quero implorar para ele parar. Mas eu não o faço. Eu não quero dar a ele a satisfação. Ele continua no ritmo inflexível. Eu gritei mais seis vezes. Dezoito golpes no total. Meu corpo está cantando, cantando de seu impiedoso assalto. — Já chega, — ele fala com voz rouca. — Bem feito, Anastásia. Agora eu vou foder você. Ele acaricia meu traseiro suavemente, que queima com os golpes que ele me deu, então ele vai acariciando ao redor e descendo. De repente, ele insere dois dedos dentro de mim, deixando-me completamente surpresa. Eu suspiro, este novo ataque rompe a dormência ao redor do meu cérebro. — Sinta isto. Veja quanto seu corpo gosta disto, Anastásia. Você vai ficar molhada só para mim. Existe temor em sua voz. Ele move seus dedos, dentro e fora em sucessão rápida. Eu gemo, não seguramente não, e então seus dedos se foram… e eu sou deixada querendo. — Da próxima vez, eu vou fazer você contar. Agora onde está o preservativo? Ele alcança o preservativo e gentilmente me ergue, empurrando-me de rosto sobre a cama. Eu ouço o som de seu zíper e o rasgar do invólucro. Ele arranca a minha calça de moletom fora e então me guia em uma posição de joelhos, gentilmente acariciando meu agora muito dolorido traseiro. — Eu vou tomar você agora. Você pode gozar, — ele murmura. O que? Como se eu tivesse uma escolha. E ele está dentro de mim, me enchendo rapidamente, eu gemo alto. Ele se move, batendo em mim, um ritmo rápido e intenso contra meu dolorido traseiro. O sentimento está além de requintado, bruto e degradante, é de explodir a mente. Meus sentidos estão devastados, desconectados, apenas me concentrando no que ele está fazendo para mim. Como ele está fazendo-me sentir, essa força familiar no fundo da minha barriga, apertando, acelerando. NÃO… e meu corpo traidor explode em um intenso orgasmo, estremecendo. — Oh, Ana! — Ele grita em voz alta enquanto ele encontra a sua liberação, segurando-me no lugar, ele derrama-se em mim. Ele cai, ofegante ao meu lado e ele me puxa em cima dele e enterra seu rosto em meu cabelo, segurando-me apertado. — Oh, querida, — ele respira. — Bem-vinda ao meu mundo. Ficamos deitados ali, ofegantes, juntos, esperando que nossa respiração diminuía a velocidade. Ele suavemente acaricia o meu cabelo. Eu estou em seu peito novamente. Mas desta vez, eu não tenho forças para erguer minha mão e senti-lo. Rapaz… eu sobrevivi. Isso não era tão ruim. Eu sou mais estoica do que pensava. Minha deusa interior está prostrada… bem pelo menos ela está quieta. Christian fuça meu cabelo novamente, inalando profundamente. — Bem feito, querida — ele sussurra, com uma alegria calma em sua voz. Suas palavras enrolam ao redor de mim, como uma toalha fofa e suave do Hotel Heathman, eu estou tão contente que ele tenha sentido tanto prazer. Ele pega na alça da minha camisola. — É com isto que você dorme? — Ele pergunta suavemente. — Sim, — eu respiro com sono. — Você devia estar em sedas e cetins, você é uma menina bonita. Eu farei compras para você. — Eu gosto de meu moletom, — eu murmuro, tentando e falhando, soar irritada. Ele beija minha cabeça novamente. — Nós veremos, — ele diz. Nós ficamos por mais alguns minutos, horas, quem sabe, eu acho que eu cochilei. — Eu tenho que ir, — ele diz, se inclinando ele beija minha testa suavemente. —Você está bem? — Sua voz é suave. Eu penso sobre sua pergunta. Meu traseiro está dolorido. Bem, ardendo agora, e incrivelmente eu me sinto, fora a exaustão, radiante. A realização é humilhante, inesperada. Não estou entendendo. Puta merda. — Eu estou bem, — eu sussurro. Eu não quero dizer mais que isto. Ele levanta. — Onde é seu banheiro? — Ao longo do corredor à esquerda. Ele pega o outro preservativo e sai do quarto. Eu levanto rigidamente e coloco minha calça de moletom. Ela irrita um pouco contra o meu sofrido traseiro. Eu estou tão confusa com a minha reação. Eu me lembro dele dizendo, não me lembro quando, que eu me sentiria muito melhor depois de uma boa surra. Como que pode ser isso? Eu realmente não entendo. Mas, estranhamente, eu estou. Eu não posso dizer que eu apreciei a experiência, de fato, eu ainda percorreria um caminho longo para evitar isto, mas agora… eu me sinto segura, estranha, banhada em fosforescência, saciada. Eu ponho minha cabeça em minhas mãos. Eu só não entendo. Christian retorna ao quarto. Eu não posso olhá-lo nos olhos. Eu olho fixamente para minhas mãos. — Eu achei um pouco de óleo de bebê. Deixe-me esfregar isto em seu traseiro. O que? — Não. Eu estou bem. — Anastásia, — ele adverte e eu quero desviar meus olhos, mas depressa paro. Eu fico de frente para a cama. Sentando ao meu lado, ele puxa delicadamente a minha calça de moletom para baixo novamente. De cima a baixo como gavetas de puta, meu subconsciente comenta amargamente. Na minha cabeça, eu digo a ela para onde ir. Christian espirra óleo de bebê em sua mão e então esfrega no meu traseiro com cuidadosa ternura - De removedor de maquilagem para bálsamo de traseiro espancado, quem teria pensado que era um líquido tão versátil. — Eu gosto de por minhas mãos em você, — ele murmura, e eu tenho que concordar, eu também. — Pronto, — ele diz quando termina e ele puxa minhas calças novamente. Eu olho para o meu relógio. É dez e trinta. — Eu estou saindo agora. — Eu verei você sair. — Eu ainda não posso olhar para ele. Tomando minha mão, ele me leva para a porta da frente. Felizmente, Kate ainda não está casa. Ela deve ainda estar jantando com seus pais e Ethan. Eu estou realmente contente por ela não estar ao redor e ouvir meu castigo. — Você não tem que chamar o Taylor? — Eu pergunto, evitando o contato visual. — Taylor está aqui desde as nove. Olhe para mim, — ele respira. Eu me esforço para encontrar os seus olhos, mas quando eu faço, ele está olhando para em mim com admiração. — Você não chorou, — ele murmura, então me agarra de repente e me beija fervorosamente. — Domingo, — ele sussurra contra meu lábios, e isso é ambas, uma promessa e uma ameaça. Eu assisto ele caminhar pela calçada e subir no grande Audi preto. Ele não olha para trás. Eu fecho a porta e estou impotente na sala de estar de um apartamento que eu devo morar apenas outras duas noites. Um lugar que vivi feliz por quase quatro anos… ainda hoje, pela primeira vez, eu me sinto só e desconfortável aqui, infeliz com minha própria companhia. O quão me distancie do que sou? Eu sei que, debaixo de meu exterior entorpecido, está um poço de lágrimas. O que eu estou fazendo? A ironia é que eu não posso nem me sentar e desfrutar de um bom choro. Eu terei que permanecer em pé. Eu sei que é tarde, mas decido ligar para minha mãe. — Meu doce, como você está? Como foi a graduação? — Ela se entusiasma no telefone. Sua voz é um bálsamo calmante. — Desculpe por ligar tão tarde, — eu sussurro. Ela pausa. — Ana? O que está errado? — Ela é toda seriedade agora. — Nada, Mãe, eu só queria ouvir sua voz. Ela fica muda por um momento. — Ana, o que é? Por favor, me diga. — Sua voz é suave e reconfortante, eu sei que ela se importa. Não convidadas, as minhas lágrimas começam a fluir. Eu chorei muito frequentemente nos últimos dias. — Por favor, Ana — ela diz, sua angústia reflete a minha. — Oh, Mãe, é um homem. — O que ele fez para você? — Seu alarme é palpável. — Não é assim. — Embora ele seja… Oh merda. Eu não a quero preocupar. Eu só quero outra pessoa para ser forte por mim, no momento. — Ana, por favor, você está me preocupando. Eu tomo uma grande respiração. — Eu estou um tanto quanto apaixonada por este sujeito, ele é tão diferente de mim, eu não sei se nós devíamos ficar juntos. — Oh, querida. Eu gostaria de estar aí com você. Eu sinto tanto por faltar a sua graduação. Você apaixonou-se por alguém, finalmente. Oh, docinho, homens, eles são tão enganadores. Eles são uma espécie diferente, querida. Quanto tempo você o conhece? Christian é definitivamente uma espécie diferente… planeta diferente. — Oh, quase três semanas eu acho. — Ana, querida, isto não é nada mesmo. Como você pode conhecer alguém nesse período de tempo? Basta ter calma com ele e o mantê-lo no comprimento de um braço até que você decida se ele é digno de você. Uau… é irritante quando minha mãe é tão perspicaz, mas infelizmente o conselho chega tarde. Ele me merece? Este é um conceito interessante. Eu sempre me pergunto se eu sou merecedora dele. — Querida, você soa tão infeliz. Volte para casa, venha nos visitar. Eu sinto saudade de você, querida. Bob adoraria ver você também. Você pode ter alguma distância e talvez alguma perspectiva. Você precisa de um tempo. Você tem trabalhado tão duro. Oh menino, isto era tentador. Fugir para a Geórgia. Pegar algum raio de sol, alguns coquetéis. O bom humor da minha mãe… seus braços amorosos. — Eu tenho duas entrevistas de trabalho em Seattle na segunda-feira. — Oh, isto é uma notícia maravilhosa. A porta abre e Kate aparece, sorrindo para mim. Seu rosto cai quando ela vê que eu tinha chorado. — Mãe, eu tenho que ir. Eu pensarei sobre uma visita. Obrigada. — Querida, por favor, não deixe um homem entrar debaixo de sua pele. Você é extremamente jovem. Vá e se divirta. — Sim, Mãe, amo você. — Oh, Ana, eu amo você também, tanto. Fique segura, querida. — Eu desligo e enfrento Kate que olha para mim. — Aquele obscenamente rico fudido chateou você novamente? — Não… tipo de… err… sim. — Mande-o passear, Ana. Desde que o conheceu você está muito transtornada. Eu nunca a vi assim antes. O mundo de Katherine Kavanagh é muito claro, muito preto e branco. Não os intangíveis, misteriosos, tons vagos de meu mundo cinza. Bem-vinda ao meu mundo. — Se sente, deixe de conversa. Vamos beber algum vinho. Oh, você tomou champanhe. — Ela espiou a garrafa. — De boa marca também. Eu sorrio ineficaz, olhando apreensivamente para o sofá. Eu abordo isto com precaução. Hmm… sentando. — Você está bem? — Eu caí sobre meu traseiro. Ela não pode questionar minha explicação, porque eu sou uma das mais descoordenadas pessoas no Estado de Washington. Eu nunca pensei que eu veria isso como uma bênção. Eu cuidadosamente sento-me, agradavelmente surpreendida por eu estar bem, volto a minha atenção para Kate, mas minha mente é puxada de volta para Heathman. –Bem, se fosse minha, depois do que fez ontem, não se sentaria durante uma semana. — Ele disse isto então. Mas naquele momento eu não pensava em mais nada, a não ser, ser dele. Todos os sinais de advertência estavam lá, eu só fui muito ignorante e demasiado apaixonada para notar. Kate volta da sala de estar com uma garrafa de vinho tinto e lavou as xícaras. — E lá vamos nós. — Ela me dá uma xícara de vinho. O sabor não é tão bom quanto o Bolly. — Ana, se ele for um idiota com assuntos de compromisso, dispense-o. Embora eu realmente não entenda seus problemas de compromisso. Ele não conseguia tirar os olhos de você na marquise, olhava para você como um falcão. Eu diria que ele está completamente apaixonado, mas talvez ele tenha um modo engraçado de mostrar a isto. Completamente apaixonado? Christian? Que forma curiosa de demonstra-lo? Eu diria. — Kate, isso é complicado. Como foi sua noite? — Eu pergunto. Eu não posso conversar sobre isto com Kate sem ser esclarecedora demais, mas uma pergunta sobre o seu dia e Kate esquece isto. É tão reconfortante se sentar e escutar sua conversa normal. A notícia quente é que Ethan pode vir morar conosco após as suas férias. Isso será divertido, Ethan é uma piada. Eu franzo a testa. Eu não acho que Christian aprovará. Bem… difícil. Ele só terá que absorver isto. Eu tomo umas xícaras de vinho e decido ligá-lo agora a noite. Foi um dia muito longo. Kate me abraça e então pega o telefone para ligar para Elliot. Eu verifico o computador depois de escovar meus dentes. Tem um e-mail de Christian.  De: Christian Grey Assunto: Você Data: 26 de maio 2011 23:14 Para: Anastásia Steele Querida Senhorita Steele Você é simplesmente excelente. A mulher mais bela, inteligente, espirituosa e corajosa que eu já conheci. Tome um pouco de Advil, isto não é um pedido. E não dirija seu Fusca novamente. Eu saberei. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Oh, eu não posso dirigir meu carro novamente! Então, eu digito minha resposta.  De: Anastásia Steele Assunto: Lisonja Data: 26 de maio 2011 23:20 Para: Christian Grey Querido Sr. Grey Galanteios não levará você a lugar nenhuma, mas desde que você tem estado em todos os lugares, o ponto é discutível. Eu precisarei dirigir meu Fusca para uma garagem para que eu possa vendê-lo, por isso não vou aceitar graciosamente qualquer um dos seus disparates sobre isso. O vinho tinto é sempre mais preferível que Advil. Ana PS: A surra é um limite DURO para mim.  Eu teclo e envio.  De: Christian Grey Assunto: As mulheres frustrantes que não podem receber elogios Data: 26 de maio 2011 23:26 Para: Anastásia Steele Querida Srta. Steele Eu não estou lisonjeando você. Você devia ir para a cama. Eu aceito sua adição para os limites duros. Não beba demais. Taylor dará fim a seu carro e conseguirá um bom preço por ele também. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc  De: Anastásia Steele Assunto: Taylor – ele é o homem certo para o trabalho? Data: 26 de maio 2011 23:40 Para: Christian Grey Querido Senhor Intrigada-me que você prefere deixar seu braço direito dirigir meu carro, mas não a mulher você fode ocasionalmente. Como vou saber que Taylor conseguirá o melhor preço para o meu carro? Eu, no passado, provavelmente antes de encontrar você, soube conduzir um negócio e arrumar uma pechincha por ele. Ana De: Christian Grey Assunto: Cuidadoso! Data: 26 de maio 2011 23:44 Para: Anastásia Steele Querida Srta. Steele Estou certo que o VINHO TINTO a fez falar dessa maneira, e que você teve um dia muito longo. Entretanto, estou tentado em voltar até ai e me assegurar que você não se sente por uma semana, em vez de uma noite. Taylor é ex-soldado e capaz de dirigir qualquer coisa de uma motocicleta até um Tanque Sherman. Seu carro não apresenta um perigo para ele. Agora, por favor, não se refira a você mesma como ‘uma mulher que eu fodo ocasionalmente' porque, francamente, me ENFURECE, e te asseguro que você realmente não gostaria de me ver zangado. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Assunto: Cuidadoso você mesmo Data: 26 de maio 2011 23:57 Para: Christian Grey Querido Sr. Grey Eu não estou certa se eu gosto de você, especialmente neste momento. Srta. Steele  De: Christian Grey Assunto: Cuidadoso você mesmo Data: 27 de maio 2011 00:03 Para: Anastásia Steele Por que você não gosta de mim? Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Assunto: Cuidadoso você mesmo Data: 27 de maio 2011 00:09 Para: Christian Grey Porque você nunca fica comigo.  Bem, isso vai dar a ele algo para pensar. Eu fechei o computador com indiferença, e rastejo para a minha cama. Eu desligo a minha luz lateral e olho fixo para o teto. Foi um longo dia, um arranco sentimental depois do outro. Foi emocionante passar algum tempo com Ray. Ele parecia bem, estranhamente ele aprovou Christian. Droga, Kate e sua boca gigantesca. Ouvindo Christian falar sobre ter passado fome. Que diabos foi isso tudo? Deus, e o carro. Eu nem sequer disse a Kate sobre o novo carro. No que Christian estava pensando? E então hoje à noite, ele realmente me bateu. Eu nunca apanhei em minha vida. No que eu me meti? Muito lentamente, minhas lágrimas, interrompidas pela chegada de Kate, começam a deslizar para baixo, pelos lados de meu rosto e em meus ouvidos. Eu apaixonei-me por alguém que é tão emocionalmente desligado, só vou me machucar, no fundo eu sei disto, alguém que por sua própria admissão é completamente fudido. Por que ele é tão fodido? Deve ser horrível ser tão afetado como ele é, e o pensamento de que ele foi uma criança que sofreu alguma crueldade insuportável, me chorar mais. Talvez, se ele fosse mais normal, ele não gostaria de você, meu subconsciente contribui depreciativamente para meus devaneios… e no fundo do meu coração, eu sei que isto é verdade. Agarro-me ao meu travesseiro e as comportas se abriram… e pela primeira vez em anos, eu estou soluçando incontrolavelmente em meu travesseiro. Estou distraída momentaneamente, na escuridão da minha alma, quando ouço Kate gritando. — Que porra você acha que você está fazendo aqui? — Que, pois não pode! — Que merda você fez para ela agora? — Desde que ela te conheceu ela chora o tempo todo. — Você não pode entrar aqui! Christian entra repentinamente em meu quarto e sem a menor cerimônia liga a luz de cima, fazendo-me piscar. — Jesus, Ana, — ele murmurou. Ele desliga novamente e está ao meu lado em um momento. — O que você está fazendo aqui? — Eu ofego entre soluços. Merda. Eu não consigo parar de chorar. Ele liga a luz lateral, me fazendo piscar novamente. Kate chega e permanece na entrada. — Você quer que eu expulse este idiota? — Ela pergunta, irradiando uma termo-nuclear hostilidade. Christian levanta as sobrancelhas para ela, sem dúvida, surpreendido por seu lisonjeiro epíteto e seu antagonismo feroz. Sacudo minha cabeça, e ela rola seus olhos para mim. Oh… eu não faria isso perto do Sr. G. — É só gritar se você precisar de mim, — ela disse mais suavemente. — Grey, as suas cartas estão marcadas, — ela sussurra para ele. Ele acena para ela, e ela se vira e puxa a porta, mas não a fecha. Christian olha para mim, sua expressão é um tumulo, seu rosto está pálido. Ele está vestindo seu casaco listrado, e do bolso, ele tira um lenço e o entrega para mim. Eu acho que ainda tenho um outro seu em algum lugar. — O que está acontecendo? — Ele pergunta calmamente. — Por que você está aqui? — Eu pergunto, ignorando sua pergunta. Minhas lágrimas milagrosamente cessaram, mas eu estou com náuseas. — Parte de meu papel é para cuidar de suas necessidades. Você disse que queria que eu ficasse, então aqui estou. Eu ainda acho que você gosta disto. — Ele pisca para mim, verdadeiramente perplexo. — Tenho certeza de que sou responsável, mas eu não tenho nenhuma ideia do por que. Será que é porque eu bati em você? Eu me puxo para cima, estremecendo por meu traseiro dolorido. Eu me sento e o enfrento. — Você tomou um pouco de Advil? Sacudo a cabeça. Ele estreita seus olhos e deixa o quarto. Eu o ouço conversando com Kate, mas não o que estão dizendo. Ele volta alguns momentos mais tarde com pílulas e uma xícara da água. — Tome estes, — ele ordena suavemente enquanto se senta em minha cama, ao meu lado. Eu faço como ele disse. — Converse comigo, — ele sussurra. — Você me disse que estava bem. Eu nunca teria deixado você se eu pensasse que você estava assim. Eu olho fixamente para minhas mãos. O que posso dizer que eu já não disse? Eu quero mais. Eu quero que ele fique porque ele quer ficar comigo, não porque eu sou uma bagunça chorona, e eu não quero que ele me bata, isto é tão irracional? — Creio que quando você disse que estava bem, você não estava. Eu corei. — Eu pensei que estava bem. — Anastásia, você não pode me dizer o que você pensa que eu quero ouvir. Isto não é muito honrado, — Ele me adverte. — Como posso confiar em qualquer coisa que você me disse? Eu olhei para ele, e ele franziu a testa, com um olhar sombrio em seu rosto. Ele passou ambas as mãos por seu cabelo. — Como você se sentiu enquanto eu estava batendo em você e depois? — Eu não gostei disto. Eu prefiro que você não faça isto novamente. — Isto não foi para você gostar. — Por que você gosta disto? — Eu olho fixamente nele. Minha pergunta o surpreende. — Você realmente quer saber? — Oh, confie em mim, eu estou fascinada.— E eu não posso manter o sarcasmo fora de minha voz. Ele aperta seus olhos novamente. — Cuidado, — ele adverte. Eu empalideço. — Você vai me bater novamente? — Eu desafio. — Não, não hoje à noite. Ufa... Meu subconsciente e eu, ambos, demos um suspiro mudo de alívio. — Então, — eu inicio. — Eu gosto do que o controle me traz, Anastásia. Eu quero que você se comporte de um modo particular, e se você não fizer isso, eu devo puni-la, e você aprenderá a se comportar da maneira que eu desejar. Eu aprecio castigar você. Eu quis espancar você desde que você me perguntou se eu era gay. Eu corei com a lembrança. Droga, eu quis espancar a mim mesma depois daquela pergunta. Então Katherine Kavanagh é responsável por tudo isso, e se ela fosse para aquela entrevista e fizesse a pergunta sobre ele ser gay, ela estaria sentando aqui com o traseiro dolorido. Eu não gosto desse pensamento. Como isso é confuso? — Então você não gosta do modo que eu sou. Ele olha fixamente para mim, perplexo novamente. — Eu acho que você é adorável do modo que você é. — Então por que você está tentando me mudar? — Eu não quero mudar você. Gostaria de ser cortês e seguir o conjunto de regras que eu dei a você e não me desafiar. Simples, — ele diz. — Mas você quer me punir? — Sim eu quero. — Isso é o que eu não entendo. Ele suspira e passa as mãos pelos cabelos novamente. — É do jeito que eu sou feito, Anastásia. Eu preciso controlar você. Eu preciso que você se comporte de um certo modo, e se você não o fizer, gosto de ver sua bonita pele rosa de alabastro se aquecendo sob de minhas mãos. Excita-me. Caramba. Agora nós estamos chegando a algum lugar. — Então, não é a dor que você está me fazendo passar? Ele engole em seco. — Um pouco, para ver se você pode suportar isso, mas isto não é toda a razão. É o fato de que você é minha para fazer o que eu achar melhor, o controle total sobre outra pessoa. Isso me excita. Muitíssimo, Anastásia. Olhe, eu não estou me explicando muito bem… eu nunca tive que fazer isso antes. Eu não tinha realmente pensado sobre nisso em qualquer grande profundidade. Eu sempre estive com pessoas da mesma opinião, — ele encolheu os ombros se desculpando. — E você ainda não respondeu minha pergunta, como você se sentiu depois? — Confusa. — Você estava sexualmente excitada por isto, Anastásia, — ele fecha seus olhos brevemente, e quando ele abre e olha para mim, eles estão queimando brasas esfumaçadas. Sua expressão puxa aquela parte escura de mim, enterrada nas profundezas de minha barriga, minha libido, acordou e domada por ele, mas até agora, insaciável. — Não me olhe desse jeito, — ele murmura. Eu franzi a testa. Droga o que eu fiz agora? — Eu não tenho nenhum preservativo, Anastásia, e você sabe, você está chateada. Ao contrário do que sua companheira de quarto acredita, eu não sou um monstro degenerado. Então, você se sentiu confusa? Eu encolho sob o seu olhar intenso. — Você não tem nenhum problema em ser honesta comigo. Seus e-mails sempre dizem exatamente como você se sente. Por que você não pode fazer isso em uma conversa? Eu intimido tanto você? Eu escolho em um ponto imaginário azul na colcha creme da minha mãe. — Você me seduz, Christian. Subjuga-me completamente. Eu me sinto como Ícaro voando muito perto do Sol, — eu sussurro. Ele suspira. — Bem, eu penso que você vai da maneira errada por aí, — ele sussurra. — O que? — Oh, Anastásia, você me enfeitiçou. Não é óbvio? Não, não para mim. Feiticeira… minha deusa está olhando de boca aberta. Até ela não acredita nisto. — Você ainda não respondeu minha pergunta. Escreva para mim um e-mail, por favor. Mas agora, eu realmente gostaria de dormir. Eu posso ficar? — Você quer ficar? — Eu não posso esconder a esperança em minha voz. — Você me queria aqui. — Você não respondeu minha pergunta. — Vou escrever um e-mail para você, — ele murmurou com petulância. Levantando, ele esvazia seus bolsos da calça jeans, BlackBerry, chaves, carteira e dinheiro. Caramba, os homens levam um monte de porcaria em seus bolsos. Ele retira seu relógio, sapatos, meias e a calça jeans, coloca sua jaqueta sobre a minha cadeira. Ele caminha em volta e para o outro lado da cama e desliza dentro. — Deite-se, — ele ordena. Eu deslizo devagar para debaixo das coberturas, estremecendo ligeiramente, olhando fixamente para ele. Caramba… ele está ficando. Eu acho que eu estou entorpecida com o choque exultante. Ele se debruça em um cotovelo e olha para mim. — Se você vai chorar. Chore na minha frente. Eu preciso saber. — Você quer me fazer chorar? — Particularmente, não. Eu só quero saber como você está se sentindo. Eu não quero que você escorregue por entre meus dedos. Desligue a luz. Está tarde, e nós dois temos que trabalhar amanhã. Então aqui… e ainda tão mandão, mas eu não posso reclamar, ele está em minha cama. Eu não entendo muito por que… talvez eu devesse chorar mais vezes na frente dele. Eu desligo a luz de cabeceira. — Deite-se de lado, de costas para mim, — ele murmura na escuridão. Reviro os olhos no pleno conhecimento de que ele não pode me ver, mas eu faço como ele disse. Cautelosamente, ele passa por cima e coloca os braços ao redor de mim e me puxa para seu tórax… oh meu Deus. — Durma, querida, — ele sussurra, e eu sinto seu nariz em meu cabelo, enquanto ele inala profundamente. Puta merda. Christian Grey está dormindo comigo, e no conforto e consolo de seus braços, e eu caminho para um sono pacífico. Capítulo 17 A chama da vela é demasiada quente. Ela treme e dança sobre a brisa morna, uma brisa que não traz nenhum alivio para o calor. Suave como asas de gaze elas batem de um lado para outro na escuridão, polvilhando escalas empoeiradas no círculo de luz. Eu estou lutando para resistir, mas estou atraída. E então é tão brilhante, eu estou voando muito perto do sol, deslumbrada pela luz, frita e derretendo do calor, cansada de meus empenhos para ficar no ar. Eu estou tão quente. O calor… é sufocante, insuportável. Ele me acorda. Eu abro meus olhos e eu estou envolta em Christian Grey. Ele está embrulhado ao meu redor como uma bandeira da vitória. Ele está profundamente adormecido com sua cabeça em meu peito, seu braço sobre mim, segurando-me perto, uma de suas pernas está jogada e enganchada em torno das minhas. Ele está me sufocando com o calor de seu corpo, ele é pesado. Eu tomo um momento para absorver que ele está ainda em minha cama e dormindo, já tem luz lá fora, é de manhã. Ele passou a noite inteira comigo. Meu braço direito está estendido, sem dúvida em busca de um lugar fresco, e como eu processo o fato que ele está ainda comigo, o pensamento ocorre que eu posso tocá-lo. Ele está adormecido. Timidamente, eu levanto a minha mão e corro as pontas de meus dedos sobre as suas costas. Profundo, em sua garganta, eu ouço um gemido fraco, angustiado e ele se mexe. Ele aninha em meu tórax, inalando profundamente enquanto ele desperta. Sonolento, piscando, os seus olhos cinza se encontram com os meus de baixo de seus cabelos despenteados. — Bom dia, — ele murmura e franze a testa. — Jesus, até em meu sono eu estou atraído por você. — Ele se move devagar, descolou seus membros de mim enquanto ele se ajeita. Eu me tornei ciente de sua ereção contra meu quadril. Ele nota a minha reação em meus olhos, ele sorri um sorriso sensual e lento. — Hmm… isso tem possibilidades, mas eu penso que nós deveremos esperar até domingo. — Ele se inclina e fuça minha orelha com seu nariz. Eu ruborizo, entretanto eu sinto sete tons de escarlate do seu calor. — Você é muito quente, — eu murmuro. — Você não é tão ruim, — ele murmura e se aperta contra mim, sugestivamente. Eu corei um pouco mais. Não foi isso que eu quis dizer. Ele se escora em cima em seu cotovelo e olha para mim, divertido. Ele inclina-se, e para minha surpresa, planta um beijo gentil em meus lábios. — Dormiu bem? — Ele pergunta. Eu concordo com a cabeça, olhando fixamente para ele, e eu percebo que eu dormi muito bem, exceto talvez pela última meia hora, quando eu estava com muito calor. — Eu também. — Ele franze a testa. — Sim, muito bem. — Ele levanta suas sobrancelhas surpreso e confuso. — Que horas são? Eu olho para o meu relógio. — É 7:30. — 7:30… merda. — Ele saiu da cama e pegou a sua calça jeans. Foi minha vez de olhar divertida, enquanto me sento. Christian Grey está atrasado e agitado. Isso é algo que eu nunca vi antes. Eu tardiamente percebo que meu traseiro não está mais dolorido. — Você é uma péssima influência para mim. Eu tenho uma reunião. Eu tenho que ir, tenho que estar em Portland às oito. Você está sorrindo para mim? — Sim. Ele sorri. — Eu estou atrasado. Eu não costumo me atrasar. Outra primeira vez, Senhorita Steele. — Ele puxa em seu casaco e em seguida se abaixa e agarra minha cabeça, com uma mão de cada lado. — Domingo, — ele disse, e a palavra estava carregada com uma promessa não dita. Minhas entranhas se contraem e então se descontraem em uma antecipação deliciosa. A sensação é esquisita. Que inferno, se minha cabeça estivesse à altura do meu corpo. Ele inclina-se e beija-me rapidamente. Ele pega as suas coisas na minha mesa de cabeceira e os sapatos, que ele não coloca. — Taylor virá avaliar o seu Fusca. Eu estava falando sério. Não o dirija. Vejo você em minha casa no domingo. Vou enviar um e-mail para você mais tarde. — E como um vendaval, ele se foi. Oh meu Deus, Christian Grey passou a noite comigo, e eu me sinto descansada. E não houve sexo, só carinho. Ele me disse que ele nunca dormiu com ninguém, mas ele é dormiu comigo três vezes. Sorri e lentamente sai da minha cama. Eu me sinto mais otimista do que eu tenho pelo último dia ou assim. Dirijo-me à cozinha, precisando de uma xícara de chá. Depois do café da manhã, tomo banho e me visto rapidamente para meu último dia em Clayton. É o fim de uma era, adeus para o Sr. & Sra. Clayton, WSU, Vancouver, o apartamento, meu Fusca. Olho para o relógio, é só 7:52. Eu tenho tempo. De: Anastásia Steele Assunto: Ataque e Espancamento: Os efeitos posteriores Data: 27 de maio 2011 08:05 Para: Christian Grey Querido Sr. Grey Você queria saber por que eu me senti confusa depois que você, que eufemismo devemos aplicar, espancada, castigada, batida, atacada. Bem, durante todo o processo alarmante eu me senti humilhada, aviltada e abusada. E para minha grande mortificação, você está certo, eu estava excitada, o que foi inesperado. Como você bem sabe, todas as coisas sexuais são novas para mim, eu gostaria de ser mais experiente e, portanto, mais preparada. Fiquei chocada ao me sentir excitada. O que realmente me preocupou foi como me senti depois. E isso é mais difícil de articular. Fiquei feliz por que você estava feliz. Senti-me aliviada por não ser tão doloroso quanto eu pensei que seria. E quando eu estava deitada em seus braços, me senti saciada. Mas me sinto muito desconfortável, até culpada, me sentindo dessa forma. Não combina bem comigo, eu estou confusa como resultado. Isso responde a sua pergunta? Espero que o mundo de Fusões e Aquisições seja tão estimulante como sempre… e que você não tenha se atrasado muito. Obrigado por ficar comigo. Ana  De: Christian Grey Assunto: Livre Sua Mente Data: 27 de maio 2011 08:24 Para: Anastásia Steele Interessante… ligeiramente exagerada no titulo, Senhorita Steele. Para responder aos seus pontos: • Eu vou continuar com as palmadas, assim como está. • Então você se sentiu humilhada, vil, abusada e agredida, você é muito Tess Durbeyfield. Creio que foi você quem decidiu pela degradação se bem me lembro. Você realmente sente assim ou você pensa que você deveria se sentir assim? São duas coisas muito diferentes. Se é assim que você se sente, você acha que poderia tentar e abraçar estes sentimentos , lidar com eles, por mim? Isso é o que uma submissa faria. • Eu sou grato por sua inexperiência. Eu valorizo isso, e eu estou só começando a entender o que significa. Simplificando… isso significa que você é minha em todos os sentidos. • Sim, você ficou excitada, que por sua vez é muito excitante, não há nada de errado com isto. • Feliz nem sequer começa a definir o que senti. Alegria estática chega perto. • Surra de punição dói muito mais que surra sensual. De modo que, é quase tão difícil para quem dá quanto para quem recebe. A menos que, naturalmente, você cometa alguma transgressão grave, caso em que usarei alguns implementos para castigar você. Minha mão estava muito dolorida. Mas eu gosto disso. • Eu me senti muito saciado, muito mais do que você poderia saber. • Não desperdice sua energia em culpa, sentimentos de injustiça, etc. Nós somos adultos responsáveis e o que nós fazemos atrás de portas fechadas está entre nós mesmos. Você precisa liberar a sua mente e escutar o seu corpo. • O mundo de M&A não é quase tão estimulante quanto você é Senhorita Steele. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Caramba… minha em todos os sentidos. Minha respiração disparou.  De: Anastásia Steele Assunto: Consentindo Adultos! Data: 27 de maio 2011 08:26 Para: Christian Grey Você não está em uma reunião? Eu estou muito contente por sua mão estar dolorida. E se eu escutasse o meu corpo, eu estaria no Alasca agora. Ana PS: Eu pensarei sobre abraçar estes sentimentos.  De: Christian Grey Assunto: Você não chamou a policia Data: 27 de maio 2011 08:35 Para: Anastásia Steele Senhorita Steele Eu estou em uma reunião discutindo mercados futuros, se você estiver realmente interessada. Para o registro: você permaneceu ao meu lado sabendo o que eu iria fazer. Você não fez, em qualquer momento me pediu para parar, você não usou qualquer uma das palavras seguras. Você é uma adulta e você tem escolhas. Francamente, eu estou ansioso pela próxima vez que minha mão esteja a tocando com dor. Você, obviamente não está escutando a parte certa de seu corpo. O Alasca é muito frio e sem nenhum lugar para correr. Eu acharia você. Eu posso controlar o seu telefone celular, lembrar? Vá trabalhar. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Eu franzi a testa para a tela. Ele está certo, claro. É minha escolha. Hmm. Ele está falando sério sobre me achar, eu devia decidir fugir durante algum tempo? Minha mente voou brevemente para a oferta da minha mãe. Eu bato resposta.  De: Anastásia Steele Assunto: Espreitador Data: 27 de maio 2011 08:36 Para: Christian Grey Você buscou terapia para suas propensões de assediador? Ana  De: Christian Grey Assunto: Espreitador? Eu? Data: 27 de maio 2011 08:38 Para: Anastásia Steele Eu pago ao eminente Dr. Flynn uma pequena fortuna para que ele se ocupe de minhas tendência de assédio e de outras propensões. Vá trabalhar. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Assunto: Charlatões caros Data: 27 de maio 2011 08:40 Para: Christian Grey Eu posso humildemente sugerir que você busque uma segunda opinião? Eu não estou certa que esse Dr. Flynn é muito efetivo. Senhorita Steele  De: Christian Grey Assunto: Segundas Opiniões Data: 27 de maio 2011 08:43 Para: Anastásia Steele Não é da sua conta, humilde ou não, mas Dr. Flynn é a segunda opinião. Você terá que acelerar em seu novo carro, pondo você mesma em risco desnecessário, penso que isto é contra as regras. VÁ TRABALHAR. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.   De: Anastásia Steele Assunto: ALTOS CAPITAIS Data: 27 de maio 2011 08:47 Para: Christian Grey Como o objeto de suas propensões é espreitar, eu penso que é da minha conta realmente. Eu não assinei ainda. Então não há limites de regras. E eu não começo até as 9:30. Senhorita Steele  De: Christian Grey Assunto: Linguística descritiva Data: 27 de maio 2011 08:49 Para: Anastásia Steele Sem limites? Não sei onde isso aparece no Dicionário Webster. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Assunto: Linguística descritiva Data: 27 de maio 2011 08:52 Para: Christian Grey Está entre excesso de controle e perseguidor. E linguística descritiva é um limite duro para mim. Você vai parar de me aborrecer agora? Eu gostaria de ir trabalhar em meu novo carro. Ana  De: Christian Grey Assunto: Jovem desafiadora, mas divertida Data: 27 de maio 2011 08:56 Para: Anastásia Steele A palma da minha mão está coçando. Dirija com segurança, Senhorita Steele. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  O Audi é uma alegria para dirigir. Tem direção hidráulica. Wanda, meu Fusca, não tem nenhum poder, de qualquer jeito, então meu treino diário, dirigindo meu Fusca, cessará. Oh, mas eu terei um instrutor de educação física particular para enfrentar, de acordo com as regras de Christian. Eu franzo a testa. Odeio me exercitar. Enquanto eu estou dirigindo, eu tento analisar a nossa troca de e-mails. Ele é um paternalista filho da puta, às vezes. E então eu penso sobre Grace e eu me sinto culpada. Mas, claro, ela não era sua mãe biológica. Hmm isso é um mundo inteiro de dor desconhecida. Bem, paternalista filho da puta funciona bem, então. Sim. Eu sou uma adulta, obrigado por me lembrar, Christian Grey é a minha escolha. O problema é, eu só quero Christian, não toda sua… bagagem. E agora ele tem uma bagagem para encher um 747. Eu não poderia simplesmente deitar-me e abraçá-lo? Como uma submissa? Eu disse que ia tentar. Isso é uma enorme pergunta. Eu puxo o carro para o estacionamento de Clayton. Enquanto faço meu caminho, eu mal posso acreditar que é meu último dia. Felizmente, a loja está ocupada e o tempo passa depressa. Na hora do almoço, o Sr. Clayton me convoca parar ir ao almoxarifado. Ele está em pé ao lado de um motoboy. — Senhorita Steele? — O motoboy pergunta. Eu franzo a testa interrogativamente para o Sr. Clayton, que encolhe os ombros, tão perplexo quanto eu. Meu coração afunda. O que Christian me enviou agora? Eu assino o pacote pequeno e abro imediatamente. É um BlackBerry. Meu coração afunda ainda mais. Eu o deixo ligado.  De: Christian Grey Assunto: BlackBerry SOB EMPRÉSTIMO Data: 27 de maio 2011 11:15 Para: Anastásia Steele Eu preciso ser capaz de contatar você em todos os momentos, e uma vez que esta é sua forma mais honesta de comunicação, eu percebi que você precisava de um BlackBerry. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  De: Anastásia Steele Assunto: O consumismo Enlouquecido Data: 27 de maio 2011 13:22 Para: Christian Grey Eu penso que você precisa chamar o Dr. Flynn agora mesmo. Suas tendências de perseguidor estão numa correria louca. Eu estou no trabalho. Vou enviar um e-mail para você quando eu chegar em casa. Obrigado por mais este dispositivo. Eu não estava errada quando disse que você era um total consumista. Por que você faz isto? Ana  De: Christian Grey Assunto: Sagacidade de uma jovem Data: 27 de maio 2011 13:24 Para: Anastásia Steele Direto no ponto, como sempre, Senhorita Steele. Dr. Flynn está de férias. E eu faço isto porque posso. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Eu coloquei a coisa em meu bolso de trás, já o odiando. Trocar e-mail com Christian é viciante, mas eu devo trabalhar. Ele vibra uma vez contra o meu traseiro… que hábil, eu ironicamente penso, mas convocando toda a minha força de vontade, eu o ignoro. As quatro, o Sr. e Sra. Clayton reúnem todos os outros empregados na loja, e durante um discurso embaraçoso de enrolar o cabelo, presenteia-me com um cheque de trezentos dólares. Naquele momento, vêm em minha mente os acontecimentos das três últimas semanas de exames, graduação, intensas fodidas com um bilionário, defloração, limites duros e suaves, salas de jogos sem consoles, passeios de helicóptero e o fato que eu me mudarei amanhã. Incrivelmente, eu me seguro. Meu subconsciente está com temor. Eu abraço os Claytons bem apertado. Eles foram gentis e generosos como empregadores, eu vou sentir falta deles. Kate está saindo de seu carro quando eu chego em casa. — O que é isto? — Ela diz acusadoramente, apontando para o Audi. Eu não posso resistir. — É um carro, — eu satirizo. Ela estreita os olhos, e por um breve momento, eu me pergunto se ela vai me pôr através de seus joelhos também. — Meu presente de formatura. — Eu tento agir com indiferença. Sim, eu recebo carros caros, dados para mim todos os dias. Ela fica de boca aberta. — Generoso, o bastardo acima de tudo, não é? Concordo com a cabeça. — Eu tentei não aceitá-lo, mas francamente, não vale apena a briga. Kate aperta os lábios. — Não admira que você esteja tão sobrecarregada. Eu notei que ele ficou. — Sim. — Eu sorrio melancolicamente. — Vamos terminar de empacotar? Concordo com a cabeça e sigo-a para dentro. Eu verifico o e-mail de Christian.  De: Christian Grey Assunto: Domingo Data: 27 de maio 2011 13:40 Para: Anastásia Steele Devo vê-la à 1 da tarde de domingo? O médico estará em Escala para vê-la às 1:30. Eu estou partindo para Seattle agora. Espero que sua mudança seja ok, eu estou ansioso por domingo. Christian Grey CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.  Droga, ele poderia estar discutindo o tempo. Eu decido enviar um e-mail assim que nós terminarmos a embalagem, ele pode ser um minuto tão divertido, e então ele pode ser tão formal e sufocante. É difícil de continuar. Honestamente, é como um e-mail para um empregado. Eu desvio meu olhar desafiadoramente e me junto a Kate para embalar. Kate e eu estamos na cozinha quando ouvimos uma batida na porta. Taylor está na varanda, me olhando em seu terno impecável. Eu noto o rastro de ex-soldado em seu corte de cabelo curto, físico elegante, e seu olhar frio. — Senhorita Steele, — ele diz. — Eu vim por seu carro. — Oh sim, claro. Entre, eu vou pegar as chaves. Seguramente isto está acima e além da chamada do dever. Eu pergunto-me novamente a descrição do trabalho de Taylor. Eu lhe entrego as chaves, e nós andamos em um silêncio desconfortável para mim, em direção ao meu Fusca azul claro. Abro a porta e removo a lanterna do porta-luvas. É isto aí. Não tem mais nada de pessoal em Wanda. Adeus, Wanda. Obrigada. Eu acaricio seu teto enquanto fecho a porta do passageiro. — Há quanto tempo você trabalha para o Sr. Grey? — Eu pergunto. — Quatro anos, Senhorita Steele. De repente, eu tenho um desejo irresistível de bombardeá-lo com perguntas. O que este homem deve saber sobre Christian, todos os seus segredos. Entretanto, ele provavelmente assinou um contrato de confidencialidade. Eu olho nervosamente para ele. Ele tem a mesma expressão taciturna de Ray, e amorno com ele. — Ele é um bom homem, Senhorita Steele, — ele diz, e ele sorri ligeiramente. Com isto, ele me dá um aceno de cabeça, sobe em meu carro e vai embora. Apartamento, Fusca, Claytons, é tudo mudança agora. Eu agito minha cabeça enquanto eu vago de volta para dentro. E a maior mudança de todas é Christian Grey. Taylor pensa que ele é um bom homem. Posso acreditar nele? José junta-se nós com comida chinesa em caixas para viagem, às oito. Nós terminamos. Está tudo empacotado e pronto para mudar. Ele traz várias garrafas da cerveja, Kate e eu nos sentamos no sofá enquanto ele está de pernas cruzadas no chão, entre nós. Nós assistimos porcarias na TV, bebemos cerveja, e quando a noite avança, nós ternamente e em voz alta relembramos, enquanto a cerveja faz seu efeito. Foram quatro anos muito bons. O clima entre José e eu voltou ao normal, o beijo tentado foi esquecido. Bem, ele foi varrido para debaixo do tapete que minha deusa está deitada em cima, comendo uvas e tocando seus dedos, a espera, não muito pacientemente, do domingo. Ouvimos uma batida na porta e meu coração pula até a minha garganta. Será? Kate responde a porta e está quase pulando fora de seus pés por Elliot. Ele a segura num abraço de Hollywood, e rapidamente o abraço se transforma num apaixonado beijo no estilo europeu. Honestamente… consigam um quarto. José e eu olhamos fixamente um para o outro. Estou estarrecida com a falta de modéstia. — Vamos caminhar até o bar? — Eu peço a José, que acena com a cabeça freneticamente. Nós estamos muito desconfortáveis com o desenrolar de sexo desenfreado diante de nós. Kate olha para mim, corada e com os olhos brilhantes. — José e eu estamos saindo para uma bebida rápida. — Afasto meus olhos dos dela. Ha! Eu ainda posso afastar a vista quando eu quero.
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